Lizandra e a Solidão.

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Alguns meses passaram-se e Lizandra ainda estava em sua mesma rotina, com 7 anos, sua mãe, Dona Maria, decide colocar Lizandrinha em uma escola, já que a mesma a aperriava muito.
-Peste dos inferno- Disse dona Maria com raiva depois de lizandra ter derrubado uma vasilha de sorvete contendo feijão.
-Desculpa mamãe - Disse Lizandra arrependida.
-Desculpa um Caramba sua Alma-sebosa, VC num vai comer nada até limpar essa casa inteira, quero ver essa casa brilhano sua cagada da vida.
Lizandra ficou calada, esses xingamentos já viraram rotina, Já que tanto a mãe quanto os irmãos a maltratava.
Dona Maria quebrou o silencio:
-Pode começar a limpar a casa sua disgraçenta, começando pelo seu quarto- Falou a mesma jogando farinha no chão.
Lizandra logo foi para o seu quarto, pois não queria apanhar de cipó pela segunda vez no dia.
Alguns minutos depois seu Zé chega em casa.
-Maria- disse seu Zé indo diretamente em Dona Maria para lhe dar um beijo babado
-Ola querido, como foi o trabalho hoje?
-foi arretado, ganhei uma promoção, agora posso... na mesma hora chega Lizandrinha para abraçar seu Zé.
Seu pai era a única pessoa na família que ainda se importava um pouco com ela.
-Painhoo!
-Olá filhinha, Como esta hoje?
-Pão.
-Pão?- perguntou seu Zé com indiferença.
-A anta aprendeu essa palavra hoje.-Disse dona Maria com cara de deboche.
Lizandra era uma criança burra e doente, com Dislexia, anemia, asma, diabete, e ataques epiléticos. Tinha 7 anos mas sabia poucas palavras, esse era um dos motivos que Dona Maria queria coloca-lá em uma escola.
-Haha, minha pequena antinha!
-Pão.
-Sai daqui Inferno, vai fazer seu trabalho.- Disse A Mãe dando uma tapa em seu cabeção.
Lizandra foi para o quarto, mesmo sendo constante os xingamentos, Lizandra ainda se sentia como um lixo.
Na hora do jantar seu Zé pegou um pedaço de pizza estragado que estava na geladeira a uns 2 meses, e como qualquer outro pobre, ele comeu, até porque o que não mata engorda.
Se sentou no sofá para assistir o jogo entre Bayern da Munik e o Atlético de Marli, com sua pizza estragada , umas 5 latas de cerveja, e é claro, a camisa do seu amado time, o Atlético de Marli.
Lizandrinha estava no outro sofá, estava fedendo a peixe, já que passou o dia inteiro arrumando a casa para depois seus 7 irmãos inúteis bagunçar a casa inteira.
Seu pai peidão , que já estava com os efeitos da pizza estragada, de repente sente uma dor intensa em seu bucho, que na verdade era no coração, e começou a ficar sem ar.
Seu Zé tentou gritar mas já estava sem forças, então empurrou um jarro barato que estava no centro para Lizandrinha acordar, pois a mesma tinha caido no sono.
Lizandra acordou e viu o desespero de seu pai e logo gritou.
Dona Maria chegou na sala.
-Que é derrot... Zé?
Falou ela assustada vendo lizandrinha chorar ao lado do pai.
Apesar de não nada amigável com Lizandra, amava seu Zé fortemente.
Tocou no grande e inchado bucho de Zé , ele estava frio, e parecia não estar mais respirando, foi nesse exato momento que Lizandra percebeu que a pessoa mais importante para ela havia morrido, e que ela estava sozinha, feito um macaco com fome em uma rua escura.
E lizandra sabia que não importa quanto tempo passar, ela sempre sera uma menina Anêmica, burra, e solitária.

Bandidagem Dos BecosOnde histórias criam vida. Descubra agora