"Eu não sei por quantas vidas nos encontramos e nos perdemos. Eu não sei por quantas vidas iremos nos encontrar e nos perder. Eu só sei que o que eu sinto por ela não acaba após a morte." - Lauren Jauregui
- MICHELLE! - Ele gritou enquanto me encarava. - SE AFASTE DELA AGORA!
- Pelo amor de Deus abaixe essa arma! - Ela implorava em desespero.
Karla continuava entre nós, me abraçando com a maior força que ela pudesse, como se aquilo fosse nos proteger do pior. Ele, por sua vez, continuava com a arma apontada em nossa direção. Quando ele deu um passo em nossa direção demos juntas um passo para atrás, nos dando conta que estávamos na ponta daquela pedra, não tínhamos mais para onde fugir.
- Meu amor, por favor! Se afaste de mim, vá embora! - Sussurrei no ouvido de Karla, mas ela parecia não me ouvir.
- POR FAVOR! NÃO FAÇA ISSO! - Minha amada continuava implorando para aquele idiota.
Quando ele engatilhou a arma o desespero correu pelo meu corpo, consegui me desvencilhar do abraço dela, a empurrei rapidamente para o lado, a vi cambalear, mas nada que a fizesse cair e então finalmente escutei o estrondo. Olhei para baixo e vi minha camisa branca se sujar por conta de uma enorme mancha vermelha em cima do meu peito. Sem perceber dei um passo para trás, meus pés derraparam e meu corpo cambaleou.
Eu não caí sozinha, Karla tentou me segurar, mas havia sido tarde demais, caímos juntas da enorme montanha direto ao mar, mas não foi o suficiente para que sobrevivêssemos.
Eu não sei o que aconteceu exatamente, mas posso dizer que passei por um lugar que jamais havia passado antes, pelo menos eu achava. Não posso dizer quantos dias, ou meses fiquei naquele lugar, não posso afirmar nada, só posso dizer que hoje é o meu dia de voltar e espero um dia poder encontrar Karla novamente.
DIAS ATUAIS
Lauren Jauregui
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Era difícil chegar cedo em casa, era difícil ter um momento com meu pequeno, mas eu amava ficar encostada na porta do seu quarto o observando assistir seus desenhos.
Tyler era um menino educado, sempre usava palavras bonitas, além disso era muito inteligente, o filho que toda mãe sempre quis ter. Fisicamente ele me lembrava ela, seus cabelos negros lisos, seus olhos escuros e sua pele naturalmente bronzeada, dourada como o sol.
Ty estava sentado sobre seu tapete dos backyardigans com suas perninhas cruzadas em forma de índio, seus braços repousavam em cima de suas pernas, enquanto sua cabecinha ficava sutilmente jogada para atrás por conta da proximidade da televisão. Parecia que ele iria entrar naquela tela a qualquer momento.
- Está na hora de dormir, rapazinho! - Cruzei meus braços e o encarei. Tyler virou a cabeça para mim e seus olhos se arregalaram.
- MAMÃÃÃE! - O pequenino deu um pulo do chão e correu em minha direção, agarrando minhas pernas.
- Hora de dormir, campeão - o peguei no colo e caminhei em direção a sua cama.
- Mas está cedo, mamãe! - Tyler fez biquinho o que me fez sorrir, o deitei na cama e comecei a cobri-lo.
