Uma promessa de morte

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Tristan J. Gates

-Eu me sinto estranho usando isso. - Disse, ajeitando a toga.

-Relaxa, você se acostuma rápido. - Respondeu, Rafael.

-E então, quando poderei partir? - Perguntei, entrando no grande salão.

O cômodo era gigantesco. Colunatas erguiam o teto em uma forma de esfera. No centro, haviam degraus que iam até o pequeno poço de água cristalina que tinha ali. O teto era feito de um material branco, e, onde ficava exatamente acima do poço, era um vidro com representações. Rafael andava devagar na frente, olhando pro poço.

-Logo, rapaz. Acalme-se. Antes, temos algumas coisas pra fazer. Porque eu não quero receber notícias de que a nossa arma mais forte foi violada por um demônio. - Respondeu o arcanjo, parando frente à água.

-Violado por demônios? Mas eu não só tenho que matar o Yuctiz? - Perguntei, confuso.

Rafael apenas abaixou-se e passou algo na água, fazendo-a se movimentar de forma perfeita até criar uma espécie de redemoinho no poço. Então, se levantou segurando um pote azul com água dentro.

-E o quê você acha que ele está tramando? Seja franco.

-Eu... Eu não tenho uma ideia certa. - Confessei.

-Foi o que eu imaginei. Agora, pode queimar um pouco por conta do dragão. - Disse, Rafael.

Ergui uma sobrancelha sem entender. O arcanjo se aproximou de mim, enquanto molhou os dedos no pote azul. Ergueu seu braço e começou a passar a água na minha testa em forma de cruz. A princípio, eu não senti nada. Até que, ele abaixou o braço, fazendo o sinal da cruz em meu peito. Um forte enjôo chegou. Vomitei na hora, tossindo. Meu estômago e meu peito pareciam estar sendo derretidos em lava. Era como se eu tivesse acabado de me jogar dentro de um vulcão. Logo, eu já não respirava. Poucos instantes após, os efeitos colaterais passaram devagar. Consegui me manter de pé, ofegante. Rafael só observava, quieto.

-O que foi isso? - Perguntei, ainda ofegando.

-O efeito colateral de se receber a benção de um anjo e possuir algo que não seja digno. - Respondeu.

-Neilgee não é digno? Ele é um dragão, oras. - Disse, limpando a boca com as costas de minha mão esquerda.

-Sim, ele é um dragão. Uma entidade. Não é uma entidade que é sagrada, o pai dele não é Deus. Se, não é Deus, ele não é digno. - Explicou, Rafael.

-Tá. Agora, eu já posso voltar pro meu mundo? - Perguntei, já melhor.

-Lembre-se do nosso trato, Tristan. Destrua Roy Yuctiz. Salve seu continente, e aqueles que você ama. Se obtiver sucesso, Deus agradecerá imensamente a ti.

E essas foram as últimas palavras que pude ouvir do arcanjo Rafael. Aquele que viu Deus pessoalmente. Chegava a ser engraçado. Uma luz forte bateu contra meu rosto. Escutava o vento zunindo, então, abri os olhos. Me espantei, porque eu simplesmente estava em queda livre. Rafael havia me jogado no ar. Amhestris estava logo abaixo de mim.

-MAS QUE MERDAAAAAAAAAAAA... - Gritei pro nada.

Assim que ia me aproximando do chão, mais meu coração batia. Eu já não sabia se ia conseguir sobreviver pra ao menos tentar derrotar o presidente de Amhestris. Então, do nada, duas asas brancas surgiram em minhaa costas, rasgando minha pele. Elas abriram, desengonçadas, fazendo-me planar. Não sabia se chorava ou se gritava de alegria, mas o fato é que, poder voar era uma coisa bem doida. Já estava bem perto do solo, decidi por colocar o pé no chão, mas, foi um erro. A velocidade não havia diminuido. Tropecei no meu próprio pé e rolei no chão.

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