Ano novo, vida nova!

Capítulo 3 (Rafael)

Rodrigo tinha dormido ao meu lado, eu estava fazendo carinhos em suas costas e vendo a tv no volume baixo para não acorda-lo, eram 22:00 horas do dia 17 de janeiro, o clima estava frio, mas não me importei estávamos cobertos e nossos corpos estavam colados, fiquei ali um tempo fazendo carinho nas costas nuas dele, ele deitado em meu peito e dormia feito uma criança. Escutei alguns passos atrás da porta, e logo em seguida alguém bater nela, inicialmente pensei que fosse minha mãe então disse.

-Entra esta aberta. -Nisso me cobri melhor, e cobri Rodrigo junto, cobrindo quase todo seu corpo so deixando os ombros pra cima expostos ao frio, e eu estava coberto somente da barriga pra baixo.

A porta se abriu e minha irmã mais velha Veronica entrou meio que num pulo, ela estava usando salto alto, uma calça jeans rasgada nas coxas, e uma camisa vermelha, seus cabelos pretos estavam presos em um coque, e ela usava pouca maquiagem, nem parecia ser irmã minha, mas era, nossas unicas semelhanças eram nos olhos e a pele clara.

Ela se espantou quando entrou e viu eu e Rodrigo na cama e se virou de costas de imediato e falou:

-Rafael, se cubra direito, você esta pelado?

-To mas estou com o coberto fica tranquila.

Ela se virou e viu que eu estava coberto junto a Rodrigo ao meu lado, acho que isso fez com que ela se acalmasse um pouco, ela nos olhou e sorriu, logo depois sentou em um puf próximo a cama e falou:

-Ainda esta com ele?

-E quero ficar com ele por muito mais tempo.

-Sabe que vamos nos mudar ne? Já contou a ele?

Meus olhos nesse momento mostraram meu desespero, eu não queria me mudar, não podia, não queria larga tudo que conquistei aqui, eu tinha amigos, família, ia começar a faculdade, eu tinha amor aqui, não era só sair e pronto. Tomei coragem e falei.

-Eu não...- minha voz falhou e minha irmã me interrompeu.

-Você não oqu? Não vai? Rafael presta atenção, nossa mãe não aguenta ficar mais aqui, o mundo não pode se referir só a você, ela ainda sofre desde que papai nos abandonou.

-Isso foi a muito tempo, eu nem era nascido na época.

-Ela ainda sofre, e ela arrumou um emprego melhor em São Paulo, e ela conheceu um cara pela internet e esta namorando com ele, isso e importante pra ela, ela não namora ninguém a 18 anos.

Eu não sabia oque falar, minha irmã estava certa era importante pra minha mãe, e ela não gostaria de ouvir que eu não iria, mas eu também não poderia abandonar minha vida aqui, eu estava vivendo em uma faca com duas pontas. Então tomei o ar reprimi uma lágrima e falei:

-Eu vou falar com ele hoje, acho que ate mês que vem consigo superá-lo antes da viagem (Eu menti)

-Você vai ter que superar.

Ela se levantou e foi andando ate a porta e a fechou com cuidado, acho que ela não queria acorda o Rodrigo. Eu não sabia oque fazer, pra falar a verdade eu sabia sim, só que não queria fazer, não quero que seja assim, então eu o olhei por um minuto, e só consegui pensar em que ele já tinha passado. Apesar de parecer forte ele se quebrava fácil, era frágil por dentro, ele tinha superado um relacionamento conturbado onde foi traído varia vezes, tinha superado o preconceito que sua família teve contra ele quando assumiu, e estava superando a morte recente de seu irmão que morreu no ano passado, não sabia como falar, não queria o atingir mais. Mas eu precisava fazer isso por minha mãe, tomei coragem e comecei a balança-lo de leve e falar: