Capítulo 7 (Rodrigo)

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Eu tinha fugido, não bem fugido, tinha saído correndo de dentro de um parque de diversão abandonando meu namorado lá dentro pra não ter que escutar os motivos pelos quais ele queria terminar comigo (Ta eu tinha fugido sim), fui andando ate me perde no meio do centro da cidade de Belo Horizonte, o céu estava escuro, e já era meio tarde da noite pra se ficar sozinho em um lugar como aquele, peguei um ônibus que sabia que ia me deixar próximo a praça e lá poderia pegar outro ônibus e ir pra minha casa, enquanto estava no ônibus fiquei olhando a janela, onde podia ver uma chuva forte que estava caindo de uma vez só, parecia passageira então não me preocupei e fiquei no ônibus olhando a janela, não conseguia parar de pensar em Rafael, então comecei a chorar baixinho dentro do ônibus e a lembra de vários momentos que vivi junto a ele, era memórias que acho que jamais vão ser apagadas, como nos conhecemos no parque de diversão, nosso piquenique juntos, o dia do encontro semi deus, o ano novo, o shopping, tudo veio de uma vez a minha mente, antes essas memorias me deixavam feliz, mas de um segundo pro outro eu me senti mal por tê-las, não consegui me controlar e comecei a chorar dentro do ônibus, abaixei a cabeça para que ninguém me veja fazendo aquilo, minhas lagrimas caiam no chão do ônibus, e em minha camiseta, que na verdade nem era minha, era do Rafael e estava com o cheiro do perfume doce dele, ele tinha me emprestado para o "dia perfeito". Uma mulher se aproximou e se sentou em meu lado, era um pouco acima do peso, devia ter entre 30 e 35 anos, seus cabelos eram cortados no estilo curto, e eram ruivos tingidos, ele me viu naquela cena, repousou sua mão em meu ombro como se estivesse me aconchegando e falou com calma, como se realmente se importasse:

-Você esta bem mocinho.

Levantei minha cabeça, olhei pra ela enxuguei as lagrimas em meus olhos e forcei um sorriso e disse:

-Esta tudo bem, eu estou bem sim, obrigado.

No que voltei a olhar a janela vi que já havia passado da praça, me levantei do banco, pedi licença para que eu pudesse passar, e dei sinal, o ônibus parou no próximo ponto, pra fuder mais com meu dia, a chuva não tinha parado e o ponto não era coberto, corri pra baixo de uma arvore , e fiquei parado lá esperando o próximo ônibus, a arvore não estava meio que ajudando, a chuva caia em mim do mesmo modo, em poucos momentos meus cabelos já estavam colados na cabeça, e minhas roupas em meu corpo que estavam molhado, foi ficando cada vez mais escuro e tarde, parecia que meu ônibus não ia passar nunca, e isso me preocupava, eu havia me lembrado que mal tinha falado com meus pais sobre onde eu provavelmente iria, ou com quem estaria, fiquei apoiado na arvore chorando baixo ainda por causa de Rafael, ate que parrou um carro vermelho bem do meu lado, não soube identificar o modelo por causa da chuva, e a janela se abriu, fiquei assustado no começo ate ver de dentro do carro Pedro (meu ex) e sua voz falando:

-Quer uma carona?

Em situações normais eu não aceitaria, mas estava chovendo eu estava sozinha na noite, e desesperado, não falei nada, só balancei a cabeça em sinal de afirmação e vi ele abri a porta e falar:

-Entra ai.

Olhei pra chuva que caia e corri ate seu carro, entrei no banco do passageiro ao seu lado, fechei a porta, ele estava com os olhos vermelhos, possivelmente tinha chorado, e estava encharcado como eu, não sabia oque tinha acontecido, e não queria saber, já tinha meus problemas que não conseguia resolver, imagina tentar resolver o dos outros, olhei pra ele e falei:

-Obrigado.

Ele sorriu e falou:

-Teve sorte, não e seguro ficar andando no meio do centro de Belo Horizonte nessa chuva.

Não falei nada, olhei pra ele e fiquei o encarando e joguei meus cabelos molhados pra traz, pois eles estavam me incomodando ficando colados na testa, fiquei olhando pra janela, ate que ele me falou:

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