Primeira Missão 1/2

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Todos nós já estávamos com nossos trajes de operação em campo e apenas acrescentamos algumas armas ou munições como acessório. Era sempre importante manter a roupa leve para dar mais mobilidade na hora do combate, então os agentes só levavam sua arma favorita, aquela que sentiam mais confiança, e o resto era treinamento. May e Ward tinham um pequeno dispositivo que poderia relatar as coordenadas precisas até a fonte de Raios Gama no local onde desembarcaríamos. Mackenzie ajeitou uma bolsa onde estava a Sniper, uma Magnum e munições; Barbara colocou os silenciadores nas pistolas; Hunter só pegou um rifle de assalto e a agente Drew... Bom, Drew estava basicamente só no salto da bota, assim como eu. Terminamos de testar as escutas e saímos em pares para as nossas posições: primeiro Bobbi e Mackie, depois May e Ward, logo Hunter, Drew e eu por último, que liderava o grupo do Quinjet.

- Todos em suas posições? - eu perguntei saindo do avião.

- Em posição. - eles responderam.

Estávamos no meio do nada na Nova Zelândia e o terreno era plano e completamente vazio se não fosse por uma pequena fábrica atrás do projeto de floresta onde havíamos pousado a nave. Passei por Bobbi no solo com a supervisão de Mackie pelo teto, andava em alerta, mas não ouvia nada além de nossas próprias respirações nas escutas.

- Isso não está parado demais pro gosto de vocês? - Perguntei.

- Vejo até esquilos, mas não vejo pessoas. - Mackie comentou.

- Nenhuma alma viva por aqui. - Ward disse.

- Não há nenhuma aqui também. - Hunter também comentou. - O quão bom é voltar a ter esse tipo de missão? Sem alienígenas, sem super tecnologia ou monstros da HYDRA.

- Entediante. - May respondeu. - Quero ver sangue.

- Claro que quer, Cavalaria. - Ward zombou.

- Fitz? - Chamei. - Ainda temos sinal de radiação?

- Sim, senhora! - Fitz respondeu de imediato. - Mas não parece estar sendo usado como antes.

- A fonte deve estar apenas ligada. - Simmons complementou. - É uma frequência mais constante do que as que havíamos visto na base.

- Pode mandar as coordenadas, agora? - May perguntou. - Ward está impaciente e eu não tenho paciência.

O comentário de May fez alguns risos baixos serem ouvidos pela escuta.

- Enviando as coordenadas, May. - Skye comentou. - Pronto?

- E Skye salva o dia. - Ward replica.

- Em posição, Drew? - perguntei.

- Estamos aqui. - Drew respondeu.

- A porta não estava aberta? - Eu questionei ao chegar na entrada principal da fábrica abandonada.

- Ah, eu estou sentindo que isso vai ficar interessante. - Hunter comenta.

- Já que não para de falar, Hunter, vem fazer minha cobertura. - Ordenei enquanto me posicionei ao lado da porta, abaixada e armada.

- Sim, senhora. - O britânico respondeu e alguns risos foram novamente ouvidos.

- Estou na sua cola, senhora. - Bobbi sussurrou vindo atrás de mim com seus bastões magnéticos.

- Hunter? - Voltei a perguntar.

- Limpo. - Hunter respondeu abrindo a porta com um sorriso. - Senhoritas. - Ele mostrou o caminho.

Bobbi riu dele e voltou para o seu posicionamento na guarda da porta. Ao entrar no local, minhas hipóteses se fizeram verdadeiras: apenas uma fábrica abandonada que ainda emite radiação pela forma como foi usada, o que não significa que ainda está ativa. Sobretudo, eu ainda me questionava sobre Phill ter dito "mande lembranças para nossos velhos amigos" e de quem ele estava falando. Esse é o problema com os diretores da SHIELD: são todos cheios de enigmas, segredos e parábolas que ninguém entende.

- Volte para a sua posição, agente. - Disse a Hunter, que me seguia enquanto eu andava pela instalação.

- Não vai precisar de backup? - Ele questionou.

- Já me conheceu? - Retruquei. Carol Danvers mal precisava de backup nem sob ataque, imagina numa fábrica fantasma.

Com todos os agentes cercando os extremos do local, tomei a liberdade de vasculhar e achar qualquer coisa útil.

- Alguém pode nos dizer o que está acontecendo? - Skye pediu.

- Estamos em posição. Tudo limpo. - Mackie respondeu primeiro.

- Aqui também. - Drew disse.

- Estamos indo nas coordenadas. - May comentou também.

- Passei pela entrada ao sul da fábrica, está tudo escuro por aqui e há algumas camas, armários com fracos vazios, estetoscópios, seringas... - Eu dava o relatório enquanto andava pelo local na ponta de pé, com uma arma e uma lanterna.

- Era um hospital. - Simmons comenta.

- Acho que era um hospício... Tem mordaças e correntes nas camas. Argolas nas paredes. Chão com prováveis manchas de sangue. - Comentei novamente. Eu amava a ação do meu trabalho, mas o terror me dava arrepios. - Parece abandonado mesmo ou alguém esteve aqui recentemente em condições bem precárias.

Continuei entrando sempre em direção ao norte do local. Achei uma porta, tentei abri-la com cuidado, mas acabei chutando-a forte. Era uma sala com uma cadeira elétrica e mais argolas no teto. Em outra sala, dessa vez com dois compartimentos, um painel com alguns botões próximos a um vidro e outra porta, provavelmente um câmara de gás. Mas foi na terceira porta que eu abri onde eu me senti no Quarto Vermelho de Christian Grey nos tempos de inquisição. Eu não tenho muita sensibilidade, mas ao ver tantos equipamentos usados para a tortura com fins de divertimento aos executores, meu estômago ficou todo enjoado e eu procurei sair dali o mais rápido possível. Apenas marquei o local com uma memória fotográfica e fui em direção ao ponto de encontro com Drew e Hunter.

- O trabalho tá muito fácil, agente Hunter? - Perguntei quando o vi encostado a uma grande porta de madeira enquanto cochilava.

- Estava apenas pensando de olhos fechados, senhora. - Ele respondeu, levantando do chão imediatamente.

Hunter foi para a minha esquerda e Drew para a minha direita. Eu girei a maçaneta, mas a porta não abriu, então eu chutei mais uma. Entrei na sala primeiro e logo os dois agentes vieram atrás.

- E aí houve luz! - Disse Hunter ao achar um interruptor.

- Eu não consigo me acostumar em ir para o campo com Hunter. - Mackie comentou rindo.

- Nem eu. - Bobbi disse. - E olha que fomos casados.

- Eu te amo também, amor. - Hunter replicou.

Após olhar no escritório apenas para confirmar que não havia ninguém ali, nós começamos a procurar por pistas. De quem era aquele lugar, para que e porquê era usado. Era uma instalação relativamente nova, com um acervo bibliotecário, uma mesa de reunião, um sofá, três cadeiras na mesa do computador e um cofre aberto e vazio.

- Seja lá quem for, teve tempo de sair daqui e levar o que importava. - Drew comentou.

- Senhora... - May chamou. - Você vai querer ver isso.

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⏰ Última atualização: Mar 20, 2016 ⏰

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