Se você não quiser, eu quero.

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-Amiga amei seu cabelo! - Alice me disse assim que entrei na sala. Eu apenas fiz algumas mechas loiras no meu cabelo castanho claro e cacheei as pontas.

-Valeu. - Sorri.

-Fer ta mais gata hoje. - Bread disse bem alto, porque estava do outro lado da sala, mas agora estava vindo em minha direção, depositou um beijo em minha bochecha. - Ai que vontade de beijar essa sua boca.

-Bread a gente terminou! - Eu disse.

-Não, você terminou.

-Não vamos complicar as coisas Ok?

-Está bem.

-Iiii olha quem chegou. - Alice disse e quando olhei para a porta vi a Glenda.

-OIIIII.  - Ela gritou vindo em nossa direção. Glenda é inacreditavelmente bonita e tem muitos amigos por ser uma pessoa legal. É minha melhor amiga desde que nos conhecemos na quarta série. Eu entrei nesta escola como aluna nova e fiquei com tanto medo de não fazer amizades, mas logo no primeiro momento ela foi legal comigo. Me apresentou todos e me ajudou a vencer a timidez que eu tinha. Foi ela quem me apresentou ao Bread que foi meu primeiro namorado sério, começamos a namorar no 1° ano do ensino médio e terminamos no final do mesmo ano, na verdade eu terminei com ele por ele ser ciumento ao extremo, mas apesar disso ele foi um ótimo namorado e agradeço a ele por ter me dado essa experiencia.

-Que saudade de você. - Eu disse para Glenda. Fazia um mês que não a via, ela fez um mochilão para vários países, eu só não fui junto porque minha mãe não deixou.

-Seu cabelo está lindo, Fer. - Ela disse com um sorriso no rosto.

-Obrigada. Agora senta aqui e me conta tudo! - Eu a obriguei a sentar ao meu lado.

-Ela pode contar depois senhorita Fernanda, agora vamos pra aula. - O professor nos interrompeu.

Odeio aula de química! Pra que eu vou usar isso? Não quero trabalhar com nada que envolva química! Não sei o porque de ter essa aula, apenas para me fazer odiar mais.
Mal prestei atenção na aula, passei a aula observando minha sala, não chegara ninguém novo, sempre as mesmas pessoas. Vi Bread jogar uma bola de papel em um garoto que ele sempre implicava, não sei o porque ele odeia tanto o pobre menino! Eu nem ao menos sei o nome dele, mas parece ser um cara legal. Às vezes eu o vejo no intervalo sempre sozinho e com um olhar triste e às vezes o pego me olhando, gostaria de conversar com ele e perguntar o porque desse olhar. A mãe dele é colega da minha e ela fala tão bem do filho nas reuniões escolares, com tanto orgulho por ele ser um ótimo filho, mas do que adianta se ele sempre está infeliz? Não compreendo.

-Fernanda.  - O professor me chamou.

-Presente. - Ouvi risadas.

-Onde está a sua cabeça menina? Estou lhe perguntando como eu resolvo esse exercício. - Ele apontou para algumas fórmulas na lousa e para variar não faço ideia do que seja.

-Eu até lhe responderia, mas não quero duvidar da sua capacidade como químico, por isso confio na sua resposta. - Pisquei para ele e a sala riu mais.

-JÁ CHEGA! SAIA DA SALA AGORA! - Ele gritou fazendo os risos pararem.

-Mas porque?- Questionei.

-Se você não sair lhe mandarei para a sala da diretora o que é pior. Todas as aulas a senhorita fica no mundo da lua e sempre com essas brincadeirinhas!  Não lhe obrigo a assistir a aula, se não quiser é só sair da sala. Já entendi que você não gosta da matéria e lamento que precise dela para passar de ano, mas se você ao menos prestar atenção fica mais fácil.

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