Capítulo três.

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Aquela semana tinha sido muito longa, Victor passava os dias em reuniões intermináveis com seu sócio e melhor amigo Rodolfo, fornecedores, e sua secretária. Para se ver livre da assistente feiticeira com cheiro de rosas, havia pedido um milhão de cópias de todos os contratos dos últimos anos, assim manteria ela bem longe de seu escritório até mesmo para levar o cafezinho.

- Foi uma semana cansativa super man. O que acha de uma noite para esquecer o trabalho, afinal, hoje é sexta - feira - disse Rodolfo com aquele ar brincalhão.

- Acho que é uma boa idéia, uma boa cerveja cairia bem.

- Quem sabe não terminamos a noite com um bônus de traseiro redondo e peitos vantajosos. - Rodolfo disse gargalhando.

- Você não tem jeito mesmo, e a sua noiva? O que aconteceu?

- Não tínhamos muito em comum, para falar a verdade nem sei por que ficamos noivos. No começo era perfeito, na cama, no carro, no sofá. Mas depois parece que perdeu o encanto eu sentia cada vez menos tesão e quando as coisas não vão bem na cama meu amigo não me venha com aquele papo de amor.

- Você é mesmo um cafajeste sabia meu amigo.

Rodolfo sempre gostou de belas mulheres desde a faculdade, não, na verdade desde o ensino médio, com seus 1,92 e corpo atlético sempre estava rodeado de belas pernas, o que era muito bom para mim afinal sempre tinha uma que me escolhia ao invés do garanhão de olhos azuis e cabelos negros.

Sempre fomos bons amigos, estudamos na mesma escola desde o ensino médio e cursamos até a mesma faculdade, quando concluímos o curso de engenharia mecânica decidimos abrir nossa própria distribuidora de auto peças, e hoje estamos muito bem, graças mais a Rodolfo que aguentou as pontas por aqui nos últimos anos do que a mim. Quando conheci Jasmine, Rodolfo perdeu seu companheiro de balada, de caçada, mas meu amigo sempre me apoiou, foi até meu padrinho de casamento, ele e Jasmine se davam muito bem, ela costumava dizer que ele era o cunhado que ela não tinha.

- Victor tem alguém ai? - disse Rodolfo me dando tapinhas na cabeça me tirando de minhas lembranças.

Jasmine fazia muita falta e pensar nela me deixava com muitas saudades e até melancólico. Só Deus sabe a falta que minha esposa faz, minha pequena Jasmine. Nunca ninguém a substituiria, ela era única.

- Vamos antes que eu desista. - eu lhe disse decidido - estou precisando me afundar em um copo de cerveja e quem sabe entre as pernas de uma bela mulher.

Renata estava exausta, essa semana tinha sido cansativa, seu chefe Deus grego abrasileirado, estava lhe enchendo de trabalho, só faltou pedir cópias da certidão de nascimento de seus funcionários e suas familias. Mas isso não seria motivo para ela desistir de seus planos com as amigas, tinha combinado com Melissa e Flavia que sairiam aquela sexta feira para dançar, beber e dar boas risadas.

Melissa e Flávia eram primas, quase irmãs, as três moravam juntas desde que saíram do abrigo de menores onde tinham crescido, todas compartilhavam de histórias de vida curiosamente parecidas.

As primas foram para o abrigo quando tinham nove e dez anos, elas moravam com suas mães que foram vitimas de um incêndio fatal na fábrica de colchões onde trabalhavam, deixando as primas órfãs, como não tinham ninguém mais e seus pais nunca deram as caras foram parar no abrigo. Por sorte quando completaram a maioridade descobriram que tinham uma pequena herança, recorrente do trágico acidente, a fabrica de colchões tinha indenizado as pequenas órfãs por conta do acidente de trabalho das mães, assim elas puderam comprar seu apartamento e estavam dando seguimento aos seus estudos, graças a Deus eram muito ajuizadas.

Renata foi parar no abrigo com dez anos depois que seu pai que gostava de encher a cara esfaqueou sua mãe e se jogou da janela do sexto andar do prédio onde moravam de aluguel. Ela nunca teve noticias de seus avós ou de outros parentes que pudessem tomar conta dela, apesar de sempre ter tido sonhos com uma senhorinha que lhe abraçava com ternura e a chamava de minha ovelhinha, ela nunca conseguiu se lembrar quem era aquela senhora, depois da morte dos pais Renata ficou um mês sem falar, só voltou a falar quando as primas começaram a chamar ela para todas as brincadeiras da qual resolviam participar.

Quando saíram do abrigo Renata não tinha nada, mas logo conseguiu emprego no pedágio da rodovia onde trabalhava das oito às duas horas, e a tarde trabalhava como atendente de telemarketing das três as nove horas, não achava justo com as amigas morar no apartamento delas sem pelo menos pagar as contas, afinal elas lhe davam um teto. Renata ficou nessa rotina por um ano até as amigas convencerem ela de fazer uma faculdade, afinal se não tinham parado de estudar na fase mais difícil de suas vidas não era agora que deveria parar. Então parou de trabalhar no pedágio e voltou a estudar, naquele mesmo ano Melissa lhe conseguiu um cargo de assistente de secretariado na empresa em que trabalhava como recepcionista, e ali estava ela hoje trabalhando para aquele Deus grego abrasileirado.

- Oi gata - disse Renata se debruçando sobre o balcão da recepção no andar de baixo para chamar a amiga loira de olhos azuis e pele bronzeada, Melissa.

- Oi gata - respondeu ela piscando para amiga.

- E aí? Já está pronta?

- Já nasci pronta - respondeu Renata rindo para amiga.

- Uau que isso hein garota! - Melissa soltou uma gargalhada e abraçou a cintura da amiga para irem ao encontro de Flávia.

Flávia já estava esperando do outro lado da rua com o som ligado no máximo, estava ouvindo Ludmila, É hoje. Tipica música de sexta feira e amigas solteiras, pensou. Assim que entrou no fox vermelho Renata se sentiu grata pelas amigas que Deus a tinha concedido, elas eram muito mais que isso. Eram sua família.

Victor estava sentado no bar com o amigo bebendo a segunda cerveja quando à avistou, ela estava linda com seus cabelos encaracolados soltos até a cintura estava usando um vestido verde escuro que se ajustava a sua cintura e mostrava seu colo lindo, ela tinha um belo par de seios e uma bunda de fazer qualquer pau se levantar.

Estava acompanhada de duas garotas, uma ele reconhecera na hora era sua funcionária da recepção Melissa, Rodolfo sempre teve uma queda por ela, a loira era mesmo atraente com seus olhos azuis escuros e seu cabelo loiro chanel, Victor tinha que reconhecer que o amigo tinha bom gosto para mulheres.A outra ele nunca vira antes, ela era um pouco mais baixa que as suas funcionárias, tinha a pele morena e o cabelo liso preto estava preso num rabo de cavalo.

Assim que as três entraram no bar todos os pares de olhos masculinos se voltaram para elas, tenho que admitir que as três juntas eram um perigo.

- Agora sim esse lugar está ficando bom. - disse Rodolfo olhando para loira da recepção como um lobo olha para sua presa.

- Cuidado meu amigo ela é nossa funcionária.

- Eu acho que ela merece uma hora extra, ou duas, três, uma noite inteira de extras. - disse Rodolfo bebendo seu uísque e soltando um sorriso perigoso.

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Alguém mais merece uma extra? Se merece deixa aqui nos comentários. Vai que Rodolfo resolve dar uma lida neles. Hahaha.

Liberta-me  (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora