Prólogo

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Finalmente eu acabei a escola!

Sinceramente, estou amando isso! Finalmente vou poder realizar meu sonho de ir morar sozinha, sem a minha mãe querendo controlar a minha vida. Isso é uma maravilha, eu amo minha mãe, mas ela quer que eu seja quem eu não sou.
Meu pai não está nem aí para mim, ele acha que dinheiro compra tudo no mundo, por isso ele vive pelo dinheiro. Não estou sendo hipócrita e dizendo que não gosto de dinheiro, o que quero dizer é que meu pai está errado em só pensar nisso. A vida não gira só em torno do dinheiro, porque dinheiro não te dá carinho, alegrias, felicidade, abraços e não pergunta se você está bem! Muito menos como foi seu dia na escola! É disso que sinto falta. Meu pai nunca foi um pai presente, sempre quis compensar tudo com o dinheiro. Não importa quanto seja ele dá qualquer quantia, só para se ver livre de mim.

Apesar de eu não ter pedido, ele me deu um apartamento. Na verdade, um duplex na cobertura de um dos prédios mais luxuosos de Washington, D.C. Eu, sinceramente, não me importaria em dividir um quarto, em um dormitório do campus, com alguém, mas ele insistiu para que eu ficasse com o apartamento e, para ser honesta, eu até que gostei, porque ele lembrou que tem uma filha e se preocupou com a minha segurança. Sinto que tem dedo da minha mãe nisso, mas não vou correr atrás. Prefiro acreditar que ele se importou comigo ao menos uma vez na vida.

Bom, estamos começando mais um ano e eu espero que esse ano seja o melhor da minha vida! Graças a Deus, e ao meu cérebro, eu consegui uma bolsa integral em uma das faculdades mais conceituadas de Advocacia. Não foi nada fácil passar na prova, mas, com muito estudo, eu consegui! Meus pais até queriam pagar a minha faculdade, mas eu não quero ficar dependendo deles.
Eu acho isso muito ridículo, vou fazer 18 anos! Sou praticamente uma adulta, tenho que aprender a me virar sozinha e não ficar vivendo na aba dos meus pais. Sempre fui muito independente, desde pequena. Nunca gostei de depender de ninguém para nada e não vai ser agora, que vou morar do outro lado do mundo, que vou ficar dependendo dos meus pais.

E é por isso que vou começar a trabalhar na empresa da minha mãe, na parte administrativa, como estagiária. Não queria trabalhar na empresa da minha mãe, mas essa também é uma das exigências dela. Quando eu comentei sobre conseguir um emprego, ela fez um verdadeiro show dizendo que eu não preciso, que ela vai pagar tudo e que só devo me preocupar com os meus estudos. Mas eu não gosto de depender de ninguém. Não aceitei e então ela veio com essa ideia. Primeiro ela queria que eu entrasse como vice-presidente, eu disse que não... Depois de muita conversa, mais para discussão, fiz com que ela me aceitasse como estagiária.

Minhas amigas e eu fizemos um pacto: Não importa o que acontecer, nunca deixaremos nossa amizade de lado, sempre manteremos contato, não importa a distância. Infelizmente, escolhemos caminhos diferentes na vida. As únicas que ficarão juntas serão a Juju e a Isa, porque vão fazer a mesma faculdade. Já eu vou ficar sozinha, pelo menos até conhecer alguém. A única pessoa que eu conheço lá é a minha empregada, e babá, que cuida de mim até hoje.

Essa foi outra das exigências da minha mãe: Levar a dona Socorro comigo, ou como eu gosto de chamá-la, dona Sosô. Eu a amo e, apesar dos seus 45 anos, ela é uma senhora bem jovial e muito bonita. Não sei como ela ainda não arranjou um namorado! Depois que seu marido morreu, ela praticamente se fechou para o mundo, e, como não pode ter filhos, ela passa a dar toda atenção do mundo para mim e me criou como se eu fosse sua filha. E eu a amo como se fosse minha mãe. E ela, de fato, é minha segunda mãe.

Bom, quanto a minha, verdadeira, mãe, dona Elizabeth, ela sempre tenta ao máximo se manter presente na minha vida. Apesar da correria que é a vida da minha mãe, por causa da empresa, ela sempre arranja um tempinho para mim. Nunca perdeu uma única apresentação minha na escola quando eu era pequena. Sempre se manteve mais presente que meu pai.

Eu amo minha mãe, só queria que ela parasse de me prender tanto e me deixasse ser livre. Ela insiste tanto para que eu tenha um namorado que, às vezes, acho que fui trocada na maternidade e me entregaram para a família errada. Até minhas amigas se dão melhor com a minha mãe do que eu. Tenho certeza que muitas mães adorariam me ter como filha. Uma menina que não namora, não vive em festas, é um exemplo a ser seguido na escola, estudiosa, melhor aluna da sala... Quem é que não gostaria de ter uma filha assim? É o que toda mãe pede a Deus, mas parece que a minha não.

Mas, esse ano, vou apenas focar em mim.

Meu Aniversário de 18 Anos (retirado)Onde histórias criam vida. Descubra agora