UTI ?

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~ uma semana depois sem nenhum abuso ~
  Era noite, o tempo não estava frio e nem quente, silêncio em casa, Alexia no seu quarto junto a seus irmãos que estavam dormindo e Alice na sala com seu marido.
  Carlos odiava ir ao médico, sempre que estava com dor ia na farmácia comprar um remédio qualquer para que melhorasse, podia ser a dor mais terrível que sentira, mas não ia de jeito nenhum ao hospital.
  Naquela noite, estavam na sala assistindo filme e fazia um tempo que Alice havia pegado no sono, mas depois de uns vinte minutos ela avisa Alexia que esta indo pro hospital já que Carlos dizia estar com fortes dores no peito.
  Alexia assustou com o pedido de seu padrasto de pedir para que sua mãe o levasse ao hospital, já que o indivíduo não suportava aquele lugar. Mas por um lado Alexia estava feliz, já que pensava o quão bom seria sua vida caso aquela forte dor foce o início de uma morte lenta e dolorida.
  A noite virou manhã, a manhã virou tarde e sua mãe voltou para casa. E sim. Ela voltou sozinha e triste. Várias coisas se passaram pela cabeça de Alexia mas ela sabia que mesmo a expressão triste no rosto de Alice não significava que o desgraçado havia morrido. Se não ela já estaria chorando.
  A tarde virou noite e sua mãe foi pro hospital visitar Carlos, já eram dois dias no hospital. Já eram dois dias vendo Alice triste e com esperanças de que melhorasse.
  Três dias, quatro dias ... Alice mal se alimentava, mal conversava, mal parava em casa, e a maior parte do tempo quem ficava com Alexia e seus irmãos era sua mãe Rosângela ( avó de Alexia e seus irmãos ).
  Eram cinco dias, problema de respiração, corpo doendo, recaída! - Alice um médico, chame um médico pelo amor de Deus -
  Alice viu que era realmente um caso sério quando ele citou o nome " Deus ". Ele era ateu, não acreditava no céu nem no inferno, e estava pouco se lixando para parte científica. Ele apenas não acreditava. Bom, até aquele momento né.
  Uma hora feito o pedido de " pelo amor de Deus " ele já estava na UTI. Tubos respiratórios e outros fios que pareciam inúteis mas que na real, era oque mantia ele vivo.
  Seis dias, sete dias ... Dia chuvoso, Alice totalmente " acabada " tanto aparentemente quanto fisicamente, psicologicamente, espiritualmente. Simplesmente arrasada. Entrou no hospital, nenhum bom dia recebido, nenhum " Oi, como está ? " nenhuma informação. Pelo menos não até o momento que chegou a sala onde estava Carlos que faleceu horas antes dela chegar ao hospital e minutos antes da recepção do hospital ligar para ela e dar o recado.
  Um choque, uma tristeza, um desespero, uma angústia, um vazio. Alice não sabia oque estava sentindo. Uma hora resolvido os documentos, ligou para casa para dar a notícia para sua mãe, que naqueles dias ajudava muito cuidando de seus filhos enquanto ela ia ao hospital.
  Alexia estava animada com a festa que iria acontecer aquele dia na escola, já estava arrumando tal roupa e se preparando para fazer tal penteado e arrasar na escola ( risos ). Ela recebeu a notícia e nada muda, só sentiu uma tristeza de ouvir a voz de sua mãe até rouca de tanto chorar e um aperto no coração de imaginar o quão difícil seria os dias de Alice sem aquele canalha.
  Ela obviamente não fazia questão nenhuma de ir ao velório, mas tinha que estar perto de sua mãe naquele momento, independente do que acontecera.
                ~ hora do velório ~

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