Capítulo cinco.

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Renata subiu as escadas do apartamento se sentindo com raiva.
- Mas que droga justo hoje. - resmungou para si mesma.

Abriu a porta do pequeno mas aconchegante AP. O AP contava com três quartos, o de Renata era o mais pequeno, afinal a casa era das amigas, não podia se dar ao luxo de querer ficar com o melhor quarto, seu quarto contava com cama de solteiro, um guarda roupas pequeno e uma escrivaninha para fazer os trabalhos da faculdade. Era tudo que precisava.

- Mas já? O que aconteceu? Não me diga que ele é brocha? - falou Flávia com a cabeça para dentro do seu quarto.

- Não, quem brochou fui eu , estou naqueles dias. - respondi desanimada.

- Ah não! Renata não creio nisso, tem uma semana inteira para você menstruar e você escolhe justo o fim de semana!

- Ai que saco viu, por que não podemos menstruar uma vez por ano? Ou então a cada nove meses, só pra avisar que não tem nem um bebê ali dentro?

- Tá! Mas e o resto como foi? - Flávia perguntou se sentando na cama.

- Ele tem um beijo muito bom, e uma pegada melhor ainda. Tive que me segurar até o último.

- Eu imagino. Um Deus grego daqueles, seria muito cruel se não tivesse pegada. Bom já que não tem nada mais quente para me contar vou dormir. Trabalhei muito hoje. Boa noite gata. - Flávia me deu uma piscada e saiu do quarto.

Fiquei ali pensando em como foi horrível meu quase encontro, afinal não foi nada marcado então não foi um encontro, agi como uma colegial quando só quer provocar o namoradinho, me senti em um daqueles filmes de adolescentes tarados e garotas que se fazem de santa, estou muito decepcionada, o que ele deve estar pensando de mim? Tudo bem que eu queria provocá-lo assim que o vi na Pulsar, mas não assim com essa atitude adolescente.

- Chega! Não vou mais pensar nisto. - falou para si mesma, enquanto levantava para pegar seu baby dol de seda bordô, e depois tomar um banho relaxante.

Victor entrou em seu apartamento e fechou a porta atrás de si com raiva.

- Aquela feiticeira maldita! - gritou para si mesmo.

Ele estava com uma raiva sobrenatural, ainda bem que era fim de semana e não precisaria trabalhar no dia seguinte, estava com suas bolas doendo de tanto tesão. Foi até o bar ao lado da cozinha e serviu-se de uísque, tomou o famoso caubói, e foi para sua suite. Entrou no banheiro se livrou das roupas e da boxe que estava apertando seu pau, agora menos duro mas não relaxado, abriu o chuveiro e começou a se masturbar pensando em como seria bom dar umas boas palmadas naquela bunda, só para aquela feiticeira nunca mais fazer isso com ele.

Depois de uma noite de sono agitada, de pesadelos com Jasmine, um paredão de lanternas coloridas e uma feiticeira sem rosto Victor se levantou e decidiu correr, precisava se distrair e correr o ajudava, decidiu ir ao parque que ficava a uma quadra de seu apartamento, vestiu uma calça de moletom azul marinho e uma de suas regatas pretas, se olhou no espelho e viu como seus braços haviam diminuído, seus ombros fortes que Jasmine tanto admirava já não eram os mesmos. Talvez se a mulher ainda estivesse viva ele estaria em melhor forma, não que estivesse gordo ou magro de mais, mas já esteve melhor, pensou consigo mesmo. Pegou seu iPhone colocou os fones e foi se distrair.

Renata adora aquele parque, ela e as amigas sempre faziam piqueniques ali, também era o lugar escolhido por ela quando precisava estudar ou simplesmente se distrair, esquecer algo que a incomodava. E era justamente por isso que ela estava ali, precisava tirar aquela cena constrangedora da sua mente, aquela sensação de quero mais ainda estava por todo o seu corpo. Tinha levado consigo sua mochila, um casaco para o caso de esfriar, uma garrafa de água e um de seus livros favoritos, Ligeiramente maliciosos, adorava aquela estória, o modo como Judith se entregava a Rannulf, como ela não teve medo do desconhecido, como havia conquistado o coração de seu amado, ela era incrível, as vezes Renata achava que tinha nascido na época errada, como queria ela poder fazer parte daquela magia do século passado, ou viver algo como as protagonistas de seus romances favoritos, quantas vezes se pegou imaginando como seria ser uma Bedwin, ou conhecer um Bridgerton aquilo tudo era mesmo fora da realidade, mas o que importa, um dos poucos prazeres da vida que não temos que pagar para usufruir é sonhar, e ela adorava sonhar.

Liberta-me  (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora