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- Ashley Frangipane. - a senhora da receção chamou pelo meu nome. Levantei-me, sendo seguida pela minha mãe, e dirigi-me ao consultório da minha psiquiatra.

- Olá, Ashley. Olá, Sra. Frangipane. - a minha psiquiatra cumprimentou-nos. Sentámo-nos cada uma numa cadeira em frente à secretária da minha médica. - Então, Ashley. Tens tomado a medicação que te receitei?

Acenei a cabeça, confirmando.

- Sabe, Sra. Doutora, eu acho que ela está muito melhor. Não acha que já não é necessário continuar a tomar a medicação? -  a minha mãe perguntou.

- Sra. Frangipane, você sabe qual é o problema da sua filha, certo? A sua filha está diagnosticada com um transtorno bipolar, você sabe disso, e existe um regulamento extremanente rigoroso para pessoas como ela que tem de ser cumprido corretamente.

Não sei o que deu na cabeça da minha médica para eu ser bipolar. Já andava com esta história atrás de mim há 1 ano. Eu sabia que já estava melhor. Aliás, estava muito melhor. Não precisava de andar a tomar medicamentos por causa disso mas era obrigada a fazê-lo, infelizmente.

A minha mãe assentiu com a cabeça vezes sem conta. Ela era a única pessoa que me entendia. A única pessoa que compreendia que eu estava muito melhor.

(...)

Deitei-me na minha cama a encarar o teto. Deixei a janela aberta para o meu quarto arejar, uma vez que era verão.

Virei a minha cabeça de lado para apreciar a luz da noite e deparei-me com Jack, o meu novo vizinho, sem camisola, provavelmente a preparar-se para ir dormir, do outro lado da janela, no seu quarto, na sua casa.

Levantei-me da minha cama e peguei na minha Polaroid, que estava pousada em cima da minha secretária. Apenas tinha tirado uma foto com ela ainda. Coloquei-a em frente aos meus olhos de modo a que consiguisse focá-la em Jack, pressionei o botão para tirar a fotografia e a mesma saiu pela parte de cima da câmara e, assim, fiquei com uma foto de Jack nas minhas mãos. Ele fazia-me sentir diferente. Ele mexia comigo. Eu nem o conhecia, eu sabia disso, mas desde o dia anterior que sentia que já convivíamos desde sempre.

Tirei mais algumas fotos à figura que se encontrava do outro lado da janela, até Jack apagar as luzes de modo a que eu já não o conseguisse ver e me fizesse pousar a máquina fotográfica e esconder as fotografias que tinha acabado de tirar e deitei-me, fechando os olhos até adormecer.

colors » jack gilinsky {slow updates}Onde histórias criam vida. Descubra agora