Damaged Soul {t.h} [ PAUSADA ]

03

CUMBERLAND, MARYLAND.
11h:31MINS AM.

CLAIRE ADAMS

     OS MEUS batimentos cardíacos aceleram de acordo com que adentramos o aeroporto de Cumberland, Philip segurando minha mão e observando tudo á nossa volta, e Dylan, que finalmente me disse seu nome no caminho para cá, bem ao meu lado, vestido em roupas despojadas e menos ameaçadoras que sua jaqueta de couro preto. Puxo a gola do meu suéter limpo para longe do meu pescoço, tentando buscar algum tipo de ar fresco na região.

     — Parece que você vai vomitar a qualquer momento — Dylan diz próximo ao meu ouvido na fila da compra das passagens. Quase reviro os olhos para ele, mas opto por ser irônica.

     — Bem, o dia tem sido de matar, querido. — Eu sussurro em sua direção, e dou um passo á frente quando a pessoa sendo atendida na nossa frente é despachada.

     Dylan não diz nada, o que é bom, porque com todos os meus nervos á flor da pele, nós poderíamos discutir bem aqui e agora comigo sendo uma megera irracional. Não seria um bom negócio.

     Observando os rostos das pessoas ao redor, não consigo confiar até mesmo no senhor de aparência serena na fila ao lado. Todos me parecem suspeitos e isso é inquietante, principalmente porque não saberia como fugir daqui com meu irmão caso qualquer um resolvesse nos atacar. Tudo parecia querer desmoronar á qualquer momento, como tem acontecido comigo nas últimas seis horas.

     — Clary, eu quero ir ao banheiro — Meu irmão murmura para mim, com seus braços ao redor da minha cintura e o queixo encostado em minha barriga. Mordo o lábio, não sabendo realmente se é seguro levá-lo.

     Olho para trás, para Dylan, que está quase com seu peitoral colado em minhas costas, balançando a cabeça com uma expressão dura em seu rosto imparcial. É uma grande porcaria que tenha que ser ele a pessoa a escolher o que podemos e o que não podemos fazer.

     — Você pode ir quando nós estivermos dentro do avião — Eu digo, me sentindo culpada por pôr a cara triste que meu irmão me lança.

     Os próximos somos nós, e é Dylan quem paga, com um sorriso falso no rosto como se fôssemos uma típica família suburbana feliz e unida, indo para uma viagem rápida na Inglaterra. Nós deveríamos agir assim na frente das pessoas, e até nossos documentos diriam isso.

     — A sua identidade querida — Ele me pede, observando o meu rosto muito próximo do seu. Eu sinto seu braço em volta da minha cintura, e é tão estranho que mal posso conter a careta que faço, principalmente porque Philip está entre nós, e isso geraria uma série de perguntas quando estivéssemos acomodados em nossas poltronas no avião.

     — Claro — Eu lhe ofereço um sorriso amarelo, e tirando a minha nova identidade, falsa, devo acrescentar, entrego-lhe com certo ar culpado.

     Dylan entrega os documentos, juntamente com uma falsa certidão de Philip, que diz que somos seus pais, e nós recebemos nossas passagens muito rapidamente.

     — Portão C, número 105. — A atendente nos informa, sorrindo.

      Nós caminhamos para o portão C com duas únicas malas, a mala de rodinhas que continha algumas roupas minhas, de Philip e a outra com algumas coisas de Dylan. Nós não conversamos enquanto passávamos pela polícia ou quando corríamos para o portão de embarque. Foi quase um alívio sentar numa das poltronas e sentir o avião decolando, a estranha sensação de segurança pairando sobre mim.