1. Em Chamas

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Era nove da manhã em algum lugar do País de Gales,quando Klaus Lavichtter viu a morte...

Horas antes,Klaus seguiu com seus irmãos para a escola. As gêmeas Victorie e Analisse,e a irmã de consideração, Lara.
A escola não era muito longe da grande casa em que os Lavichtter ocupavam. A casa era muito bonita, a mais bela do bairro. Tinha grandes janelas,uma pintura rústica mas sofisticada,um grande quintal e era próximo de tudo da cidade.
Nela morava o que parecia para, os humanos, uma família comum.
Cora Lavichtter era a matriarca da família,mãe de Dante Lavichtter, um ex Caçador de thalore,pai dos jovens citados acima. Eram bruxos, claro.
Há milênios,uma rixa entre bruxos e thalores (seres que precisam comer corações para sobreviver) existe. Tudo começou quando o primeiro coração bruxo foi devorado por um thalore, e este conseguiu adquirir seus poderes.
Desde então,os bruxos mantém a maior cautela,e a sociedade bruxa logo começou a treinar bruxos para matar os thalore,os caçadores,profissão de Dante.
Mas,será que os Caçadores são suficientes para controlar essas feras sempre famintas?
A mãe dos três filhos legítimos de Dante, Clara também era uma Caçadora de thalore junto de seu marido, mas,há cinco anos,Clara foi brutalmente assassinada por um thalore, Raven,um dos thalore mais procurados da Europa,deixando quatro crianças sem mãe, e Dante sem sua amada esposa.
Para verem que os thalores não só afetam a Comunidade Bruxa,Lara é uma humana,e teve os pais assassinados por thalores famintos na Rússia. Dante e Clara acolheram a pobre criança e a adotaram,apesar de muito julgamento dos Líderes da Comunidade dos Bruxos Europeus. Lara é uma das poucas humanas que sabem da existência desses seres.
Mas,naquela manhã, tudo poderá mudar radicalmente as sociedades,tanto a dos bruxos,tanto a dos thalores e especialmente a humana.

–Quanto tempo acham que vamos continuar a viver aqui?—perguntou Lara,pensativa.
Uma característica dos bruxos era sua capacidade enorme de atrair problemas,e fugir deles.
Um desses problemas era,é claro, a imigração de thalores, que costumam detectar bruxos pelo cheiro e causar pânico nos bruxos e atingir e violar a vida humana. E o outro,é quando seus poderes saem do controle, ou algum humano descobre suas identidades. Mas,em Gales,os Lavichtter estão há mais de um ano, um recorde notório. Não viviam mais de três meses numa determinada região nunca. Isso explica o fato da maioria dos bruxos de um clã terem nascido em locais diferentes dos demais.
Os Lavichtter, por exemplo, tinham uma diversidade. Cora,a avó dos jovens nascera na Áustria. Dante, o pai,na Hungria. A falecida Clara nasceu no Brasil, Lara, a única humana do clã na Rússia , Klaus no Peru e as gêmeas Analisse e Victorie na França.
— Porque Lara,não gosta daqui?— perguntou Victorie.
—Eu espero não sair daqui tão cedo — retrucou Analisse.
— Não,não. — apressou-se Lara — Eu gosto. Mas,está tudo muito calmo.
   Lara buscou na mente,os demasiados locais nos qual a família já morara. De Estados Unidos a Romênia. De Brasil a Congo. Países demais,até para bruxos.
—Para ser sincera — começou Analisse. — Estou achando que em breve,estaremos bem longe daqui.

Klaus entrou no banheiro masculino ás oito e cinquenta e cinco. Urinou,lavou as mãos e fitou o espelho por alguns segundos. Não gostava do que via. Embora fosse particularmente bonito,ele não si via assim.
A porta do banheiro se abriu com violência,fazendo Klaus pular de susto.
Klaus secou as mãos com o papel,e apressou-se em sair.
—Com pressa, jovem bruxo? — um homem. Bem,parecia um homem,não um homem humano,mas homem. Seu rosto era de uma palidez insuportável de ver,e seus olhos eram completamente pretos,exceto pela íris amarela. Seu hálito fedia a sangue podre. Era completamente careca,e seus dentes eram como facas. Se Klaus já tivesse visto o diabo na sua frente,poderia jurar que ele era daquele jeito.
O coração de Klaus acelerou,e ele sentiu as garras do homem arranhar suas costas.
Era um,mas não poderia ser. Não ali. Mas era,sem dúvida. Thalore.
A adrenalina subiu,e Klaus o empurrou,não soube de onde tirou tanta força. Pulou sobre o thalore e correu em direção ao corredor. Precisava encontrar suas irmãs, e avisa-las do perigo. Será que estavam vivas?
Ao atravessar o corredor inteiro e entrar no ginásio, viu algo que embrulhou seu estômago.
Três meninas,humanas, estavam caídas frias no chão do ginásio. Mortas. Com o peito completamente abertos. Sem seus corações. Klaus sentiu que iria vomitar,mas não podia,tinha que tentar salvar sua vida e a de suas irmãs.
Três thalores saíram da entrada inferior do ginásio, sorrindo,aparentemente.
— Gostou do que viu,bruxinho? — perguntou o thalore da frente,quando o thalore do banheiro chegou. — Coração humano é bom,mas,de bruxo nos deixa muito mais poderoso. Primeiro você, depois suas irmãs bruxas.
—E a humana que vive com eles,de sobremesa. — Falou o outro thalore,gargalhando.
Klaus entrou em pânico. O medo tomou conta de todo seu corpo,e uma vontade enorme de vomitar.
O thalore do banheiro agarrou seus braços,ele lutou,mas em vão,thalores eram muito fortes.
O líder,que mais falava, foi primeiro ao encontro de Klaus.
Assustado,Klaus fechou os olhos e esperou a morte. Seu corpo aumentava a temperatura,mais e mais. Até que...

De olhos abertos,Klaus pôde ver o que ocorrera em fração de segundos. O ginásio estava em chamas,e os thalore mortos. Ele explodira o local,e não se feriu,tudo como magia. E era magia.

Os LavichtterOnde histórias criam vida. Descubra agora