*Flashback ON*
-“Chelsea, esquece-o! Ele não te merece!”– Disse-me ele.
*Flashback OFF*
De cada vez que me lembrava disto, dele, vinham-me lágrimas aos olhos. Como é que eu pude ser tão estúpida e trocar uma pessoa que sempre me apoiou em tudo, que estava sepre lá para mim, como outra como ele?!
E agora? Agora estou aquí, algures nos arredores de Londres, a vaguear nas ruas com frio, fome, sozinha.. Esta seria mais uma das noites em que eu dormiria num banco de jardim ou numa paragem de autocarro. E amanhã? Amanhã será outro dia. Se há coisa que eu aprendi em “viver” na rua, é viver um dia de cada vez. Avistei um parque ao fundo da rua, na verdade já o conhecia. Apesar de não conseguir ve-lo muito bem por causa da escuridão da noite, continuei a andar.
*Flasback ON*
-“Vou-te ganhar”- Disse o Niall enquanto corria para os baloiços a rir.
Continuei a correr atrás dele, mesmo sabendo que não lhe ganhava devido ao comprimento das suas pernas que lhe davam um grande avanço. No momento em que consegui alcança-lo, saltei-lhe para as costas fazendo-o cair no relvado do parque. Estamos os dois caidos no chão, mas eu estou por baixo e ele por cima.
-“Niall! Tu és gordo, sai de cima de mim.”- Ri-me ao mesmo tempo que tentava controlar a respiração.
-“Sou o quê?”- Riu-se e levantou-se ajudando-me a levantar também.
-“Gordo”- Ri.
-“Ai é? Então se eu sou gordo vais ter que sofrer as consequências..”- O meu sorriso desapareceu dando lugar a uma cara preocupada.
-“N-Niall?!”- Dito isto, ele envolve os seus braços á volta dos meus joelhos e levanta-me do chão pondo-me de cabeça para baixo ao seu ombro. Ele começa a correr pelo parque a rir. -“ Põe-me no chão, ainda vamos cair os dois.”
Eu devo ser bruxa, pois dito isto, caímos os dois redondos no chão.
-“E agora a vingança.”- Disse.
Como estávamos no chão ele começou-me a fazer cócegas. Muitas cócegas.
-“Pára Ni...Ahahahah, vou morrer!” – Disse enquanto me ria ás gargalhadas devido ás cócegas que ele me fazia. Neste momento todas as pessoas do parque olhavam para nós de lado, mas pouco nos importava.
Ele parou e olhou para mim de olhos arregalados.
-“Nunca mais digas isso! Nem mesmo a brincar!”- Notei uma ceta preocupação e algum medo na sua voz.
-“Calma Nini.”- Abraçei-o com força, para que ele percebe-se que eu estava a brincar e que era uma maneira de dizer.
Deixamos-nos estar assim durante uns minutos abraçados sem proferir uma única palavra, apenas ouvindo as crianças a brincar e rir ao nosso redor.
*Flasback OFF*
Deitei-me num banco de jardim daquele parque com lágrimas nos olhos. Tinha fome. A minha última “refeição” fora um pão que comprei com umas esmolas que me deram. Já lá vão dois dias.