Beijos nada roubados

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- Ximena! -alguém me chama.

Levanto e abro a porta.

- Boa tar... - Jason para de falar quando me ve de pijama. - Esqueceu, não é? - Me olha triste.

- Eu me arrumo rapidinho! Espere aqui um minuto. - Puxo ele até uma poltrona na sala.

Ele afirma com a cabeça.
Me arrumo o mais rápido que posso, mas ainda penso no meu anjo, o Rebelde.

- Pronto. - Depois de quinze minutos.

- Vamos então. - Ele me puxa.

Narrado pelo anjo caído

- Ela não pode se relacionar com esse humano inútil! - Observo ela se arrumando.

Espere! Ela está pensando em mim, por que faz isso enquanto se arruma para sair com outro?

- O que está acontecendo comigo?

- Você ficou tanto tempo no plano humano e vigiando-a que está se ajustando a ele. - Azazel, o anjo caído que ensinou os humanos a fabricar armas e a usá-las, aparece do meu lado. - Porém você, Yekun, sempre foi o mais ligado a eles, os ensinou a ler e a escrever, creio que acabará sendo um deles por causa da humana imprestável.

- Cale a boca, Azazel! - grito. - Eu nunca farei isso! - Abro minhas asas para demonstrar poder.

- Você não me assusta, irmão. Só estou tentando alertá-lo. Sabe que se fizer isso perderá suas asas. - Ele aponta para elas. - Sei que não seria idiota em aceitar isso, você é o mais inteligente de todos nós, não caia em uma armadilha. - Ele voa para o alto e desaparece.

- Eu ja caí. - Penso enquanto a vejo sendo puxada pelo humano.

- Não me puxe, Jason! Sei caminhar sozinha! - Ela ri muito da situação.

- Desgraçado! Não pode tocar nela! - Que sensação é essa de intervir e tirar ela dele? É quase como raiva. - Se controle, Rebelde! - Digo a mim mesmo.

Não tirei os olhos de Ximena um segundo enquanto estava com ele. Cuidei dela sem que soubesse, mas não me importo de passar a eternidade olhando para ela.

- Você me leva pra casa, Jason? - Ela perguntou com um tom de inocência.

- Claro! - Ele afirma.

- Não! - Grito sozinho.

Eles vão até a porta do apartamento de mãos dadas.

- Gostei muito de sua compania, Ximena. - Para na frente dela.

- Eu também, Jason. - Ela lembra dos vários momentos em que pensou em mim. - Você é divertido.

Então eles se beijam, calmo e muito carinhoso, e meu mundo desaba, sinto uma sensação horrível, uma pontada no peito, é como cair em um abismo e não ter asas para voar e sair dali.

- Ximena! - Uma tristeza imensa me invade.

- Até depois! - Se despede feliz de Jason e entra.

- Como pode, Ximena? Beijou ele! - Nem percebo que já estou visível.

- Que? Você que disse que não queria! Pare de ser besta, você é um anjo caído, e eu sou humana, ja me conformei com isso. - Ela pega uma toalha e se dirige ao banheiro.

Desapareço.

- Tem razão. - Ela não pode mais me ouvir.

- Ah, Rebelde, eu não sei o que fazer. - Ela encara o chão e tranca a porta do banheiro.

- O que eu estou fazendo? Sou um imbecil. - Espero ela sair do banho.

- O que ainda faz aqui? - Não consigo decifrar o que ela está pensando.

- Vim te avisar que não vou mais aparecer e te deixarei livre, não pertence mais a mim, adeus! - Desapareço logo em seguida.

No início ela ficou abalada, mas a vida segue - ela pensou.

Amante Do MalOnde histórias criam vida. Descubra agora