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Estava chegando de um dos meus encontros como garota de programa. Abri a porta e me deparei com um homem sentado no meu sofá. Sofri um susto que quase caí pra trás.

__Quem é você? Como entrou no meu apartamento?

O homem era lindo. Tinha um corpo escultural. Vestido como Empresário com terno grafite da marca Armani tinha certeza. Meu ex marido Tarso Belazaima só usava esses ternos e outros de marcas luxuosas. Os cabelos do belo espécime eram loiros sedosos; olhos azuis turquesa, grandes e puxados; nariz afilado reto; boca carnuda rosada de onde um sorriso com dentes brancos perfeitos se pronunciava diabólico. Levantou-se e se dirigiu até a mim. Usava sapatos Oxford e o relógio de ouro não discerni de qual marca era.

__Muito bom te rever, Vanilda Donadoni.
__Por que entrou aqui? Não podia ter esperado eu chegar para me procurar? "Mudei a pergunta porque o homem a minha frente era muito rico devia ter pagado ao porteiro do prédio para invadir meu apartamento".
__Não gosto de esperar. Além de que pensei que não me permitiria entrar ao saber quem sou.
__O que quer?
__Quero que seja minha amante.
__Por que eu? Tem interesse em mulheres que é presa por porte de armas e drogas? Deve saber que sou garota de programa. Não posso mais exercer minha profissão de professora.
__Não lembra mais de mim, não é, Vanilda? Estou surpreso com esse seu comportamento frio e desinteressado. Nunca gostou de verdade de mim? Era tudo fingimento?
__Fala e pergunta, mas não me esclareceu sua presença aqui.
__Vou te refrescar a memória. Meu nome é Eliel Velarde Sanofi.

Aquilo foi mesmo que uma bofetada na minha cara. Olhei-o com uma raiva tão imensa. Tinha vontade de esmurrá-lo e colocá-lo pra fora de meu apartamento. Aquele homem tinha sido meu grande amor da adolescência.

__Como ousa me pedir pra ser sua amante? Não vou me envolver com o marido da minha meia irmã.
__Quanto moralismo! Estive por dentro de todo seu processo na justiça por ser uma traficante de drogas e armas.
__Sinceramente, não me importo com suas críticas e julgamentos Eliel. O que tá feito não tem mais como remediar. Se quer me ter não vejo problemas. Fiz graduação e pós graduação em pedagogia pra acabar como garota de programa. Só quero entender o que faz aqui? Sei que ainda é casado com Priscila.
__Meu casamento com sua meia irmã não vem ao caso. Estou aqui para fazer o que disse quando flagrei você me traindo com outro. Vim colocar minha cobrança em ação.

Que babaca! Não dava pra acreditar que eu estava ouvindo aquilo. Ele planejava se vingar me fazendo de amante? Era muita ingenuidade dele achar que Priscila não descobriria. Já devia saber quem era a mulher com quem casou.

__O que vai usar pra me obrigar a ser sua amante?
__Seu pai contraiu uma dívida de jogo. Ele tá preso, pois atirou no dono do cassino onde jogava.
__E você só o libertará se eu aceitar ser sua amante?
__Exatamente.

Não acreditava no que tava ouvindo. Só podia está tendo uma alucinação.

__Por que isso, Eliel? Aquilo aconteceu há tanto tempo. Você também me traía com várias garotas.
__Isso é mentira! Eu sempre fui fiel. Eu gostava de você e acreditava ser recíproco. Mas me desiludiu. Vê-la nua com outro homem foi uma decepção que nunca esqueci.

Não via sentido na vingança de Eliel. Aquilo tudo foi uma armadilha feita por Priscila. Só que Eliel não sabia e por minha boca não saberia nunca.

__Isso foi há 9 anos, Eliel. Você não acha que já se vingou ao casar com minha irmã?
__Não. Eu quero usá-la como me usou. Essa será minha vingança.
__Quer saber? Aceito. Já levo uma vida medíocre mesmo. Mudar pra outra não faz a menor diferença.

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Aceitar ser amante de Eliel acendeu seu lado autoritário.

__Arrume suas malas com todas suas coisas que puder levar. Vai morar em outro apartamento.

Não perguntei nada. Do jeito que tava segui para meu quarto. Desejava tomar banho, trocar de roupa e ir dormir, porém não daria naquele momento, pois Eliel percebi que estava com pressa. Arrumei minhas roupas, acessórios e uns eletrônicos em três malas que tinha guardadas. Troquei pelo menos o vestido que eu usava por uma calça jeans e uma blusa de ombro caído sem decote. Troquei minha sandália de salto de 10 cm por uma rasteirinha confortável. Depois da arrumação do que considerei mais importante chamei pra me ajudar com as malas. Ele pegou duas e eu fiquei só com uma. Fomos descendo pra portaria do meu prédio. Tinha um carro luxuoso nos esperando.

__Pelo visto já tava preparado pra minha escolha. "Comentei acidamente".
__Sou um homem precavido. Agora volte e feche o apartamento que ficou com a porta somente encostada.

Minha vontade era beijá-lo com uma maestria que ele desconhece para tirar essa arrogância e prepotência que ele demonstrava.

Voltei para o apartamento, mas antes de fechá-lo vi uma bolsa no sofá que chamou minha atenção. Quando peguei vi que era uma encomenda desconhecida que era destinada a mim. Desci para a portaria levando a bolsa sem abri-la.

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⏰ Última atualização: Apr 12, 2016 ⏰

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