Capitulo 3: O enterro

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-Sério, Dália, ele ficou muito mau ontem. -Anita e Dália seguiam pelo corredor da escola.

-É, e você também, já viu as suas olheiras?-Dália a olhava preocupada.

Anita bocejou.

-Olha, depois dessa madrugada, Deus deve me reconhecer, e quando eu morrer, me mandar logo pro céu, viu!-Dalia começou a rir da amiga.-Sério, tive que fazer sopa pra ele antes de vim aqui pra escola, e uma serie de coisas! Enquanto você e os meninos nem me atendiam, bons amigos vocês são, em!

-Ah, desculpe Anita... Realmente. Eu estava muito cansada, quando me joguei na cama apaguei.-Dália disse fatigada.

-E o namoradinho? Como anda o Arionzinho sem memória?-A amiga começou a provocar.

-O Miguel está fazendo varias coisas com ele, para conseguir lembrar, mais nada.Por isso ele e nem o professor vai vim hoje.-Ela revirou os olhos.

-Ta, mas ele não se lembrar de você, ai já é outras paradas. O que será que ele está fazendo? Esfregando uma blusa sua na cara do Arion para tentar lembrar-se de você?-Anita começou a rir.

-Ai Anita, não sei, ele deve está fazendo alguma terapia de anjo, sei lá.-Dália se sentou em um banco.

-Wel, wel, wel. Eu sei que se o Arion ficar sem memória, você vai ficar bem bolada...-Anita abraçou a amiga.-Já que você ama essa cara.

Dália empurrou a amiga com o cotovelo, dando um chega pra lá.

-Eu não gosto daquele infeliz! Só que ele se lembre para nós procurarmos os outros objetos, só isso...

Dália sentiu seu coração acelerar e seu corpo se impulsionou para frente, seus olhos ficaram com as pupilas cinza e cravou as unhas na jaqueta da amiga.

Diante de seus olhos, viu imagens rápidas e borradas.Viu um carro atravessando uma estrada escura a noite, e com uma família que parecia feliz. Mas rapidamente, o homem que dirigia o veículo avistou um homem a sua frente meio da pista parado.Não dava para ver seu rosto.

O motorista tentou desviar, nisso o transporte rodou pela estrada molhada e capotou varias vezes. Depois disso, Dália não conseguiu ver mais nada, voltando ao normal.

-Ai meu deus. -Dália tentava voltar para si.

-O que foi Dália? Você não está nada bem, Darling! Você sabia que seu olho mudou de cor?! Ei, fala comigo!-Anita a chacoalhava.

-Eu vi... Eu vi um acidente... O carro capotava e, todos morriam... -Dália ainda tentava se recuperar.

-E você conseguiu ver quem estava lá dentro?

-Não... Uma sombra pairava sobre seus rostos.



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Na mesma madrugada, um carro atravessava uma estrada escura, o som estava alto, e dentro dele, estava Amira, sua irmã mais nova e seu irmão mais novo, um bebe. Seu pai dirigia, e sua mãe esta no banco do passageiro, ao seu lado. Eles riam e conversavam distraídos, mais o pai de Amira não tirava a atenção do caminho, quando ele virou por um momento para olhar os filhos, sua mulher chamou sua atenção, e virou para olhar. Fui muito rápido. Um homem desconhecido estava muito perto, parado no meio da a pista com as mãos dentro dos bolsos do moletom negro.

Ele tentou desviar o carro, porem, a pista estava molhada, e o carro derrapou, rodando e capotando varias e varias vezes.






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O celular começou a tocar.

Anita relutou para não pegar o celular que não para de tocar, virava para o outro lado da cama, colocava o travesseiro sobre a cabeça mais o toque era repetitivo.Acabou desistindo e acabou atendendo.

-Alo?-Sua voz ainda estava sonolenta.

-Eu tenho uma noticia horrível.-Diz a sua mãe entre o choro do outro lado da linha.

-Mãe?!Aconteceu alguma coisa?! O que foi?-Ela despertou de pressa, se sentando na cama.

-Amira, morreu.-Anunciou.






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No dia seguinte, acompanhei Anita no velório da amiga.O dia tinha amanhecido bem frio, e triste. Amira tinha poucas amigas, mas todas estavam presentes.

Ouvi o celular de Anita tocar, e ela, com a cabeça encostada sobre o meu ombro, nem fez questão de atender.

-Não vai atender?-Perguntei.

Ela tirou o celular do bolso e deu para mim.

-Atende você, estou sem disposição.-Ela fez beiço.

-Está bem.

Peguei o celular dela e me afastei dos familiares da família, para um lugar mais reservado do cemitério.

-Alo?-Atendi.

-Por gentileza, algum familiar da família Carter? -Perguntou uma voz feminina.

-Não...Quem fala é uma amiga de Anita Carter, ela não está em condições em atender no momento.

-Ah sim. É que tentamos ligar para os seus responsáveis, porem soubemos que não estão no pais...Por gentiliza, poderia dá um recado a ela?

-Ah sim, pode falar.

-E daqui do hospital. Quero que fale a Anita, que um bebe resistiu ao acidente, que aconteceu ontem a noite. Ele está aqui internado.

Por que ligaram para Anita? E o que ela tinha a ver com isso? E um bebe? Um bebe tinha resistido? Isso era meio que impossível de acreditar!

Desliguei o celular e fui até ela.

-Ligaram para você do hospital aonde os pais de Amira estavam internados.-Continuei com o olhar sobre o enterro que se seguia.

-E o que eles queriam?-Ela me olhou atenta.

-A pergunta certa é: O porque te ligaram?-A olhei desconfiada.

-Eu não era só amiga da Amira, somos primas também.-Ela olhou para baixo triste.-E, infelizmente, os únicos parentes que os pais dela tinham, era a minha mãe.

Eu certamente não queria encher a cabeça dela aquele momento tão triste, com duvidas minhas, então aceitei as poucas respostas.

-Falaram...Falaram que um filho dos pais de Amira sobreviveu, um bebe.-Falei meia incrédula.

Ela me olhou com os olhos arregalados.

-O que? Como assim? Impossível! Você tem certeza?!-Ela me puxou pela blusa, e ficou me encarando.

Asariel e Arion apareceram atrás de nós, enquanto viam a cena.

-Me desculpa por não ter chego mais cedo, Meus pêsames...-Asariel mantinha a cabeça baixa.

-DESCULPA NADA!-Anita gritou de alegria!-Vamos gente para o hospital, agora!-Ela nos puxou.

A MEMÓRIA (Os Objetos Sagrados Livro-02)Onde histórias criam vida. Descubra agora