Capítulo 10 - Safe hands

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Então ele segurou sua mão e no fundo ela soube que ficaria tudo bem.

Narrador

- Eu prometo que vai ser legal. - disse Lisbella entre os risos, Edward havia falado uma coisa engraçada sobre a escolha do filme - É Nicholas Sparks, não tem como ser ruim.

Ela estava realmente se divertindo, o encontro não estava ruim como ela havia imaginado que seria. Primeiro ele a buscou em casa, depois elogiou sua beleza, quando chegaram no shopping, tomaram um sorvete onde ela riu sem parar da bagunça que ele havia feito, todo desastrado e nervoso. Lisbella não poderia ter achado aquela cena mais fofa. 

- Eu acredito em você, e gosto dos filmes dele. - eles deram um passo a frente na fila, dois casais os separavam da bilheteria.

- Eu prefiro os livros, mas os filmes são ótimos.

Na sua opinião e na que ela julgava ser a do resto dos amantes da literatura; "Nicholas Sparks tem a capacidade de destruir os sentimentos de seus leitores, seus romances apaixonantes e envolventes, de uma maneira ou de outra ele  sempre consegue tirar uma lágrima daquele que se perder nas páginas cheia de história. Isso a não ser que aquele que compartilhe da leitura tenha um  coração duro como pedra."

Sua mente correu pela lembrança da primeira vez que leu um livro dele, "Um amor para recordar", julgou ele como um livro apaixonante, viciante e que a fez chorar horrores, lembrou das perguntas incessantes que fiz a minha mãe sobre a história. Foi no verão, por volta de seus quatorze anos quando passava as férias com seus pais na casa do lago, apesar das memórias daquele período serem meio vagas. Sua mãe sempre trazia livros novos e a pequena garotinha mal podia esperar para ganhar mais e mais. O cheiro, as folhas grossas entre os dedos e as imagens puxando de sua imaginação, nada se comparava a essa sensação.

No final quando estava perdida em suas páginas se encontrou sentada na escada pensando em como poderia doer perder alguém que se ama. Mas o filme a tocou de uma tal forma que passou dias chorando sempre que se lembrava de como a historia era linda, de como o amor deles era puro e belo, queria um dia viver um amor assim, com tanta intensidade.

- Uma pipoca grande... - A voz de Ed despertou a pequena Lisbella de seus pensamentos - Qual chocolate você quer Lis?

- Sonho de Valsa. - respondeu por fim após pensar por um instante, avaliando as opções.

Foi tudo muito rápido, Lisbella não esperava ver ele ali. Em um momento estava rindo de Edward, de seu jeito atrapalhado, insistindo que conseguia carregar as coisas de compraram. E em outro estava de olhando para Justin, o garoto que tinha o poder — apesar de não admitir — de mexer inexplicavelmente com seus sentidos. Ela jamais admitiria isso a ele mas perdia o rumo quando ele estava por perto. Ela perdia tudo.

Seus olhos pararam perdidos nele, sua mente girou se preenchendo de perguntas. Mas então seu coração pareceu se apertar como se estivesse parando aos poucos de bombear sangue para o resto do seu corpo. Ele não estava só, seus braços envolta de outra pessoa. Aquilo a deixou em choque, sentiu-se brava, triste e estranhamente enciumada.

Carol estava com um sorriso enorme no rosto enquanto olhava para o loiro cujo o braço tinha por posto sobre os seus ombros.

Logo ao lado vinha Julie com Ryan. O primeiro pensamento de Lisbella foi "Você está com eles? Como você pode?" Mas logo ela se lembrou que Julie não tinha motivos para ignorar Justin e não sair com ele. Ela não sabia o que a prima sentia, nem mesmo Lis conseguia saber.

— O que vocês estão fazendo aqui? — ela se viu perguntando para os quatros jovens na sua frente. Mas seus olhos estavam colados em Justin, como se perguntasse apenas para ele.

— Ora o que mais se faz eu um cinema Williams? — Sua voz soou carregada de humor — Viemos assistir um filme é claro.

Edward e Carol olhavam sem entender o que estava acontecendo, não era de se esperar outra coisa, eles não tinham ideia do que era para Lis e Justin estarem no mesmo ambiente. A maioria das vezes que isso acontecia a situação começava com eles discutindo e depois se beijando ou se beijando e depois discutindo. Uma situação difícil de se explicar.

Já para Julie e Ryan era de se esperar pois apesar de não admitir que sabiam, eles viam a tensão que se passava pelos dois, como dois componentes químicos que juntos provocam uma explosão de cores, mas uma explosão boa, que muitos poderiam dizer entender, porém era inexplicável.

Era pura tensão, atração e desejo, as mais belas cores do desconhecido.

— Lis? — disse Carol depois de um momento em silêncio em que todos encaravam Justin e Lisbella. — Que bom te ver.

Ela se movimentou para perto de Lis lhe dando um abraço apertado, como se realmente estivesse feliz em vê-la. Lisbella se perguntou se era encenação ou não, a primeira impressão que teve de Carol não foi de uma garotinha amável. É exatamente como dizem "a primeira impressão é que fica".

— Não esperava ver vocês por aqui hoje.

— Posso dizer o mesmo, Julie não disse que viriam.

— Sabe como é — Justin diz chamando a atenção para ele — o cinema é um lugar tão agradável para sair em casais.

Não sendo capaz de dizer nada sobre seu comentário, olhou para Julie pedindo socorro.

— Posso falar com você um minuto?

Assentindo Julie murmurou um "já volto" para Ryan e acompanhou sua prima a um canto.

— Como ele soube? — perguntou impaciente assim que se afastaram o suficiente para que não as ouvissem.

— Não sei, mas tenho uma suspeita. — Julie mordeu o lábio inferior apreensiva

— Juliene...

— Ryan ficou me perguntando várias vezes sobre onde você iria — Respirou fundo antes de continuar — não achei que teria problemas, até ele dizer que iríamos ao cinema com o

— Justin — completou Lisbella.

***

Williams se perguntava diversas vezes como o destino poderia ser sarcástico, era o destino ou Justin era esperto — mais para destino pensou ela, já que não achava que ele fosse inteligente. — de mais para conseguir uma poltrona ao lado dela. A sala estava lotada os 6 jovens estavam sentados na última fileira.

Em um momento ela estava ali assistindo ao filme — ou melhor tentando assistir — e no outro estava prendendo todo o ar que seus pulmões podiam aguentar. Era sufocante e libertador ter as mãos dele entrelaçada a sua por mais que ela nunca fosse admitir que aquela sensação era boa.

Por um momento sua mente voltou a Londres onde o conhecerá, na noite que colocou em sua lista das melhores de sua vida.

"Justin segurava em sua mão e estranhamente ela se sentia segura. A vista era linda. Lisbella disse a ele que amava a beleza de Londres apesar de achar que não pertencesse aquele lugar. Então ele lhe contou que não gostava nem um pouco da cidade.

— Essa cidade tirou tudo de mim. — disse entre um suspiro tão baixo que ela mal pôde ouvir  — ela me tirou o amor."

As lembranças daquele dia ainda eram vagas. Vários borrões.

Então ele já amou? Pensou ela, no final das contas alguma vez na vida ele pensou em alguém além de si mesmo.

Mas aquele atrito enquanto suas mãos estavam juntas, era uma espécie de corrente elétrica que passava por eles, formigava mas não era algo ruim, era algo muito bom, como se aquilo tocasse sua alma.

Algo estava se passando ali mas Lisbella não sabia dizer o que. Ela apenas o conhecia a menos de um mês. Seria possível se apaixonar então pouco tempo?

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Peço desculpas pela demora mas tou de volta. ❤️
E também desculpa se passou algum erro.

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With all the love, Mércia Dias.

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⏰ Última atualização: Jun 07, 2017 ⏰

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