CAPÍTULO 19

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Leandros

Era uma tortura para mim falar com a Ariel pelo telefone. Sem poder tocar ou olhar para ela. Só podia me contentar com sua voz, que já me vale muita coisa. Mas mesmo assim não é o suficiente, nunca é.

- Não sei, Leandros, acho que você só está tentando me passar a perna. - ela me disse. - Com todo esse papo de " não consigo parar de pensar em você" ou " preciso de uma dose maior de você, Ariel"

Ouvir a Delegada engrossando a voz para parecer com a minha me fez cair na risada.

- Não estou passando a perna em ninguém, na verdade, estou desconfiado que é você quem ainda passando a perna.

- Você tá confundindo minha cabeça, Leandros. - ela disse daquele jeito nervoso dela. Pronta para discussão. - Por quê acha que estou passando a perna?

- Porque você também fode minha cabeça toda hora. - eu rolei na cama do meu quarto e fiquei de barriga para cima. - Tem horas que você parece apaixonada e entregue. E tem outras...

- Que eu pareço totalmente indiferente a você?...

- Basicamente.

- Meu Deus, Leandros! Como pode pensar isso? - ela riu.

Eu franzi a testa.

- Claro! Você não... - eu escutei um barulho vindo do outro lado da linha, além da voz da Ariel, tinha outra pessoa lá com ela. - Você está na sua casa? Quem está aí com você?

- Um velho amigo... Por quê?

- Como é que é? - eu cerrei os punhos. Meu Deus. Não posso perder a cabeça outra vez!

- Calma! Eu estou brincando - ela riu. - Quem está aqui é a Ângela, ela vai dormir aqui em casa hoje.

- Você não perde a oportunidade de me provocar, não é? - eu disse, nem um pouco contente com ela, por brincar comigo desse jeito. - Você já parou pra pensar que pode ter uma gostosa do meu lado agora? Deitada na minha cama, completamente pelada da cabeça aos pés e doidinha pra dar sua buceta pra mim...

Esperei uns segundos para ver se ela falava alguma coisa, mas o telefone ficou completamente mudo. Eu sorri e continuei:

- Hum... Nossa! Você não faz idéia... - o telefone continuou mudo, nem a respiração dela eu escutei - Bom, vou me divertir aqui um pouquinho... Boa noite, Ariel.

E desliguei o celular, o pus em cima do criado-mudo e voltei a deitar na cama.

Eu daria o meu melhor cavalo para ver a reação dela nesse momento! É bom a Ariel pensar duas vezes antes de mecher com quem está quieto. O que será que ela está pensando agora? Deve está puta da vida, claro. Tentando ligar no meu celular, mas como desliguei só para dar mais drama, isso deve deixá-la ainda mais nervosa. Bom... Posso dormir tranquilamente com isso. Encostei a cabeça no travesseiro e fechei os olhos, com sorriso enorme na boca. Dessa vez a delegada sentiu na pele.

Não sei à quanto tempo eu estava dormindo, só sei que acordei com um barulho de gritos no meu ouvido. Levantei em um pulo. Mal meus pés encostaram no chão, um objeto foi jogado na minha direção. Desviei por puro reflexo e uma nova explosão de gritos recomeçou. No estado de sono que eu estava, fiz força para entender o que se passava por aqui.

- Seu desgraçado filho da puta! - alguém berrou. Eu gelei. Parecia a voz da Ariel! - Olha pra mim quando eu estou falando com você seu cretino, arrogante mentiroso!

Eu desviei de mais um objeto e dei um giro de 360º a procura dela. Meu deus, será que eu estou sonhando?

- Você me fez dirigir por meia hora pra te encontrar dormindo feito um anjo?! - mais um objeto foi jogado contra a minha cabeça, e isso provocou uma dor aguda.

Duas Semanas De Puro PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora