Aluga-se um namorado

Capítulo 1

-Faz isso que eu estou te falando. - Mia falava enquanto atravessávamos a faixa para lancharmos em uma cafetaria próxima ao consultório, aproveitei que estávamos na rua e levei Bella para um passeio.

-Eu não tenho tanta certeza disso, ta que eu não quero aparecer sozinha como a maior encalhada da história, mas como eu vou saber que a pessoa que vai me acompanhar não é um louco estuprador? – digo eufórica para Mia enquanto puxava uma cadeira das mesas ao ar livre da cafeteria, a tarde estava agradável.

-Samantha... Aquela puta da nossa "querida" prima vai estar lá, com aquele ser que não pode nem ser chamado de gente do seu ex-namorado, você não vai dar esse gostinho para eles ta me ouvindo? Não vai! – Ela diz em um fôlego só e entra na cafeteria para fazer nossos pedidos. Eita... ela se estressou.

A questão é a seguinte, há quase um ano eu era muito feliz, bom, me julgava muito feliz. Eu namorava um cara chamado Lucas, eu o amava muito, muito mesmo, acreditei até que ficaríamos juntos pro resto de nossas vidas, nos casaríamos, enfim, esses sonhos bons com a pessoa errada.

Eu era muito ingênua, ingênua até demais. Lucas foi meu primeiro amor, me entreguei de corpo e alma para ele, namoramos por anos, eu tinha acabado de terminar a faculdade quando o peguei me traindo com minha prima, foi um choque, eu não engulo isso até hoje. Tudo bem que a gente nunca se deu bem, ela nunca gostou muito de mim, mas poxa, minha própria prima cara, ela sabia que eu o amava.

Por isso Mia está tão estressada, ela me viu por todo o processo, todo o sofrimento pelo qual eu passei, ela sabe o quanto eu fiquei mal, por isso sugeriu que eu procure em enunciados do jornal, internet, algum cara que possa me fazer companhia por uns dias. Minha irmã irá casar, infelizmente o melhor amigo do meu cunhado é meu querido ex-namorado Lucas, que também junto com a prilantra são seus padrinhos.

E pra melhorar a situação eu sou madrinha da minha irmã e disse que levaria meu acompanhante. Sim, se ta ruim pra mim pode ter certeza eu consigo piorar é um dom.

- Ih Bella, a Mia se estressou, ela ainda vai bater na mamãe você vai ver. Qualquer coisa você me defende. – Acaricio o pelo branco da minha cadelinha que presta atenção e parece que entende tudo que eu estou dizendo.

Mia abre a porta do estabelecimento trazendo meu cappuccino e um bolinho. Ah ela me conhece tão bem.

-É por isso que eu te amo. – digo enquanto beberico meu cappuccino.

-Haha engraçadinha, mas voltando ao assunto, hoje, quando fecharmos a clínica a primeira coisa que iremos fazer é ir atrás de um acompanhante, Cecília ter deixado Pedro colocar Lucas como padrinho já foi um- Mia fechou os dedos em um círculo aberto, é, foi um cu. – Você chegar sozinha nunca, não é Bel? Chega de mamãe encalhada. – Mia mudou o tom de voz como quem falava com um bebe e Bella deu um pequeno latido como quem concordasse.

- Que bonito, é um complô contra mim, estou de olho em vocês duas.

Terminamos o café e voltei para minha clínica veterinária e ela para o escritório onde é secretária, ainda bem que o movimento hoje está tranquilo, tudo sossegado.

Quando da umas 16:00 entra um cara dizendo que seu cão está passando muito mal e que não para de vomitar. Ele parece bem nervoso, bom, quem não estaria? Mando dois enfermeiros irem buscar o cachorro pois ele disse ser grande e levarem até a minha sala.

É um lindo dobermann, bem grande realmente. Os enfermeiros o deitam na mesa e ele está realmente abatido e fraco. Faço alguns exames e vejo que ele comeu um pequeno objeto e isso está afetando seu sistema. Bom, não é nada grave. Injeto soro em sua veia para deixa-lo mais forte.