"Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte." - Sigmund Freud
Depois de cuidar de todos os seus afazeres no lar, Nádia pegou o celular galaxy s2 em suas mãos e se jogou em cima da cama de forro rosa. Estava na hora dela conversar com os seus amigos pelo whatsapp, assim como ela fazia todos os dias depois de voltar da escola. Ela nunca largou o seu celular por nada nesse mundo. Nádia sem o celular seria meio que um... milagre. Seus pais nunca reclamaram, pois o celular nunca a impedia de arrumar a casa ou cuidar dos sobrinhos. Ninguém nunca entendia. Nádia era viciada no celular, mas tinha coragem de arrumar a casa. Garota misteriosa.
Tinha um ferro elétrico de passar que estava em pé, em cima da mesa de cabeçeira, perto da cama de Nádia. O ferro estava ligado na tomada, talvez porque a sua mãe esquecera de desligar. Por causa do movimento que seu corpo fez na cama, o objeto se desequilibrou e caiu sobre a coxa dela, ela sentiu cheiro de queimado e sentiu também a sua pele pinicando. Logo, começou a sentir uma dor infernal.
- Ai, merdaaa! - gritou ela.
Nádia derrubou o ferro de passar no chão de seu quarto ao correr para o banheiro se lavar. Lá, ela girou a torneira do chuveiro e deixou as águas caírem sobre a parte queimada de sua coxa, o que só fez a dor aumentar mais ainda.
Rapidamente, ela correu até a cozinha, abriu a gaveta do armário e pegou em suas mãos um pano de prato, enrolou sobre a queimadura que já estava ficando pior. Aquilo foi uma burrice da parte dela: deixar a água do chuveiro cair bem em cima da ferida, pode isso? Mas não era de se esperar algo inteligente vindo dela. Infelizmente a sua cabeça só se importava com coisas do amor, se distraía na paixão. Um dia desses, suas amiga, na brincadeira, a chamara de loira burra, ela ficara com muita raiva, mas não a ponto de ela ter um ataque e estrangular a garota. Nádia, em outros aspectos, era gênio.
Depois de algum tempo ela sentiu que a dor parou. Pensou em ligar para os pais e perguntar o que fazer naquela hora, mas não queria ouvir reclamações de ninguém. Queria paz e sossego, coisa que ela quase não tinha, pois seus sobrinhos impediam isso.
Um som de notificação de whatsapp chamou a sua atenção! Ela esqueceu totalmente da dor, mas sentiu a necessidade de deixar o pano enrolado na coxa. Sua concentração agora estava nos seus dedos digitando: "Oi", mas ela não digitou oi! Ela só fazia isso com um alguém que acabou de conhecer.
Mensagem da Bruna: Ei minha amiga, vc ñ sabe da nova
Nádia: Ñ, fala logo! Digita logo, quer dizer...
Bruna: Adivinha quem entrou num "BARRACO" aqui na frente da minha casa.
Nádia: Ñ, fala logo! Como eu vou saber, quer que eu seja advinha é? Fala logo!
Bruna: Ô menina, como tu é chata!
Nádia: Bruna mulher, fala logo! Sem rodeios, por favor!
Bruna: Tá, Tá! Eu vou contar! Mas se vc for contar para alguém, não fale que foi eu que disse pra vc, ok?
Nádia: Ok, Ok! Anda logo!
Bruna: Luana e Cristina entraram numa luta aqui, se vc ver kkkkk, foi bem engraçado! Uma puxava os cabelos da outra, a outra só dava tapa na cara! Eu ia gravar, só que o meu celular descarregou na hora. Que merda!
Nádia: Briga? Pq?
Bruna: Por qual motivo vc acha? De homem, né mulher!
SEU CELULAR ESTÁ DESCARREGANDO, COLOQUE NO CARREGADOR PARA QUE POSSA SER RECARREGADO. - Foi o que estava escrito em um aviso que apareceu no celular de Nádia, acompanhado de um som meio igual ao do whatsapp.
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O Celular
Mystery / ThrillerNa verdade tem dois contos. O nome na capa é "O Celular" por conta do primeiro kk Um sobre é uma garota que morre por que usou o celular com o carregador na tomada e no outro é sobre uma criança que morreu com uma prancha enfiada na cabeça.