Capítulo 1

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Passeio pelas ruas de Londres, com as lágrimas nos olhos, como quase todos os dias acontece. A vida na universidade não é fácil e sendo este o meu primeiro ano, pensei que talvez me pudesse adaptar, mas enganei-me. As pessoas usam-nos e depois quando já não precisam de nós deitam-nos fora. Só agora é que apercebi disso. Estudo em Oxford, uma das mais conceituadas universidades de Inglaterra e adoro a arquitetura da mesma. Estou no curso de História de Arte, porque quero guia turista ou então professora de História de arte.

 Hoje choquei com um rapaz no parque, aquele parque para onde vou sempre que estou triste ou em baixo. O rapaz era misterioso pelo que posso dizer e senti-me intimidada em saber mais sobre ele pois era atraente e chamou-me à atenção. Pediu-me desculpa e ficou a olhar para mim e eu para ele. Era realmente bonito e perguntou-me se estava tudo bem e se precisava de alguma coisa. Eu respondi-lhe que não precisava de nada e agradeci.Depois disso fui-me embora.

Estou neste momento sentada na minha cama a comer um prato de massa e a ver um dos meus filmes preferidos, “A minha amiga Anne Frank”. Vivo em Londres desde os meus 5 anos, mas nasci em Mulligar, na Républica da Irlanda. O meu nome é Bonnie Steele, tenho 19 anos e sou ruiva de olhos verdes, com algumas sardas no meu rosto. Tenho uma irmã muito parecida comigo, a Victoria, há quem diga que somos gémeas. Ela tem os rapazes todos que quer e é uma das mais populares na nossa escola. Os meus pais são muito ricos e eu tenho tudo o que quiser. Sou considerada a «nerd» da minha escola, e sou alvo de «bullying», tanto de físico como de psicológico.

Amanhã tenho teste de história de arte e já está tudo pronto, já sei a matéria toda e como sempre a minha irmã ainda não estudou e não vai estudar porque depois copia por mim. Consegue ter notas razoáveis por minha causa.

Acordei às oito da manhã e fui tratar da minha higiene pessoal e vestir, depois fui no meu carro para a escola e a ouvir música. Quando lá cheguei, fui logo agredida por uma das raparigas populares e depois corri até à casa de banho a chorar, como sempre, e foi aí que percebi que a minha irmã estava lá com as suas amigas e se estavam a rir de mim. Tranquei-me numa daquelas casas de banhos individuais e fiquei lá até todos entrarem para as salas de aula. Quando isso aconteceu saí e fui-me ver ao espelho, estava com um ar horrível. Limpei as lágrimas que me escorriam pelo rosto e fui para a aula de Inglês.

Bati à porta e senti os olhos todos postos em mim ,visto que nunca tinha chegado atrasada às aulas. Ouvi murmúrios, como o porquê de eu chegar atrasada ou o porquê de estar tão vermelha na minha cara e ter os olhos vermelhos. Acho que toda a gente sabia, era óbvio.

Our Moment (Portuguese) (PARADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora