Gezica (Ge)
As meninas e eu acabamos de chegar à casa da May. Eu sempre me encanto com essa casa, ela é linda tanto por fora quanto por dentro. Como não moramos muito longe e viemos de carro, até que a viagem não foi longa, sempre demoramos cerca de 15 a 25 minutos, dependendo da velocidade que viemos e como eu estava com pressa e estamos atrasadas, eu vim correndo. Passei na casa de cada uma das meninas e viemos todas juntas.
Assim que chegamos apertamos a campainha e dona Socorro nos atendeu.
- Oi dona Sosô! Como a senhora está? - Dei um beijo nela e entrei.
- Eu estou bem, minha filha. – Respondeu com um sorriso. - Entrem meninas! – Disse abrindo a porta para nós.
- Oi senhora Socorro, tudo bem? – Disse Isa, dando um beijo na bochecha e um abraço carinhoso em dona Sosô.
- Estou sim, Isa! – Respondeu ainda sorrindo.
- Oi tia Sosô, como a senhora está? - Disse Ju, dando um beijo na bochecha e um abraço nela. Como ela é a afilhada da tia Beth, ela praticamente vivia aqui. Então meio que dona Socorro a criou junto com May, Ju a ama. Dona Sosô é muito querida por todos e simpática.
- Fala dona Sosô! Tudo bem com a senhora? – Diz Vick, a abraçando e lhe dando um beijo na bochecha.
Assim que já estávamos todas dentro da casa, perguntei a dona Socorro onde está a "vaca" da Mayara. Ela disse que ela estava tomando café da manhã.
- Ela ainda está tomando café da manhã? – Perguntei indignada. - Ela não sabe que estamos mais do que atrasadas? Eu vou arrancar aquela juba que ela chama de cabelo!
- Releva Gezica. Hoje é aniversário dela. - Como sempre dona Socorro defendendo a May, essas duas têm uma cumplicidade fora do comum, parece até que elas são parentes de sangue. Dona Sosô parece ser a vó da May.
- Está bem, hoje eu relevo – Disse, dando um abraço nela, fazendo com que nós ríssemos.
Quando estávamos a caminho da sala de jantar, começamos a ouvir uma gritaria e uma Mayara chorando sai correndo de lá e sobe as escadas desesperada. Todas nós olhamos para dona Socorro que está parada feito uma estátua, com os olhos arregalados, encarando as escadas.
- Que diabos está acontecendo aqui? - Perguntei olhando dona Socorro, que sai do seu modo estátua e olha para mim.
- Eu acho que as coisas não saíram muito bem, o pai da May está aí. – Explicou, com preocupação em seu olhar. - Ele estava conversando com ela e sua mãe, e pelo visto a conversa não deu muito certo.
- Mas o que será que o senhor Robson falou de tão grave para deixar a May nesse estado? – Perguntou Vick.
Todas nós olhamos umas para as outras e subimos as escadas igual uma manada. Já no início da escada, que dá para o segundo andar da casa, conseguimos ouvir soluços e fungadas vindos do quarto da May, que fica no início do corredor próximo à escada à direita.
Mayara
Sinceramente, eu não sei por que estou chorando, passei voando pelas minhas amigas, eu não queria ver ninguém, só ficar no meu cantinho.
Cheguei no meu quarto, bati a porta e me joguei na cama. Cobri minha cabeça com o travesseiro, e comecei a pensar em tudo que meu pai disse e no que ele já fez. Eu até quero o perdoar, mas está difícil.
Meu pai não entende que o que ele fez para mim e minha mãe não tem como esquecer, caramba, só eu sei o quanto eu sofri com sua falta de afeto e carinho. Por mais que minha mãe tente suprir tudo isso, tem momentos na vida que precisamos de um pai e por isso que Deus nos deu os dois e não apenas um, cada um deles tem o seu papel em nossa vida e meu pai não executou o dele e agora quer que eu o perdoe e siga em frente.
Ele está de gozação com a minha cara, só pode! Eu não vou esquecer isso nunca mais! Não sou uma pessoa rancorosa, mas no momento estou com raiva e de cabeça quente. Nem sei como consegui responder ele daquele jeito, aquela não era eu. Mas até que eu gostei de impor as minhas vontades e desejos. Foi muito bom isso de me sentir no controle.
De repente ouvi um estrondo na porta que quase me fez cair da cama. Parece que estão arrombando a porta, mas que droga! Ninguém entende que eu quero ficar sozinha?!
Quando eu ia mandar todo mundo ir se foder, uma manada (Mais especificamente as vacas das minhas amigas) entrou no meu quarto.
- Quem foi que deu autorização pra vocês invadirem meu quarto desse jeito? - Perguntei irritada e assustada, ao mesmo tempo. Elas me encararam com um ponto de interrogação no rosto.
- Desde quando eu preciso disso? - Perguntou Ge, me encarando com as mãos na cintura.
- Você está bem, May? Você passou correndo lá na sala. O que foi que aconteceu? - Perguntou Isa, preocupada.
- A dona socorro falou que seu pai tá ai. - Explicou Ju.
- Ele fez alguma coisa pra você, May? - Perguntou Vick, também preocupada.
Todas elas começaram a me encher de perguntas e minha cabeça começou a doer. Foi me dando uma vontade súbita de gritar.
- Calma, gente! Uma de cada vez! - Gritei por cima das vozes - Minha cabeça está doendo e eu não estou legal, e sim aquele senhor que diz ser meu pai está aqui sim, veio pedir para que eu e minha mãe o perdoemos, mas sinceramente eu não sei se consigo fazer isso. - Respondi todas de uma vez só. Ainda não conseguia digerir a mudança repentina do meu pai.
As meninas ficaram me olhando por alguns minutos sem dizer nada e o silêncio reinou sobre o meu quarto.
Juliana
Eu não sei o que dizer para uma situação muito complicada, não sei porque meu tio tinha que aparecer justo hoje! Isso vai acabar com nossos planos.
- Então, gente... - Comecei a dizer, dando um sorriso amarelo, para quebrar o gelo que se formou no quarto. - Vamos nos animar que hoje temos muitas coisas para serem feitas! - Concluí, dando alguns pulinhos para ver se animava as meninas.
- Verdade! Vamos, May. Levanta, lava esse rosto, hoje é seu aniversário, é para ser um dia feliz e não triste! - Concordou Ge, puxando May da cama.
- Isso mesmo, vem, levanta. - Concordou Isa, ajudando Ge a puxar May. - Vou te ajudar a passar uma maquiagem leve nesse rostinho inchado. - Ofereceu-se Isa.
- Não precisa, mas obrigado mesmo assim, Isa. - Disse May.
Isah- Para de ser chata! - Reclamou Isa, puxando May de vez. - Vem logo, vamos... - Disse Isa, sua voz ficando distante enquanto elas entravam no banheiro.
Enquanto a Isa "ajudava" (Mais pra forçava) a May a se levantar e ir ao banheiro se arrumar, a Ge, a Vick e eu ficamos no quarto.
- Então, já está tudo pronto, né? - Perguntou Ge, sussurrando.
- Sim, vai ser tudo como combinamos, nada pode sair errado. - Sussurrei de volta.
- Quem de nós vai ir conferir o presente secreto? - Perguntou Vick.
- Eu vou ir com a tia Elizabeth enquanto vocês estiverem no cinema, depois das compras. - Explicou Ge.
- Não esquece os pijamas, vamos ficar muito engraçadas e sexy com eles. - Disse Vick, com um sorriso malicioso.
- Também acho, Jesus me abana! - Concordei, rindo baixinho.
- Nem me fale! Ainda bem que eu vou poder avaliar o material antes - Disse Ge, dando uma piscadela para nós. - Esse vai ser o melhor presente de aniversário que alguém poderia ganhar, na minha opinião. - Disse Ge.
- Que presente? - Perguntou May.
Ge, Vick e eu nos encaramos sem saber o que responder. Ge e sua grande boca!
..........................................................................................................................................................
Comentem e votem<3
Qual será desculpa da Gezica? Será que a May vai cair na desculpa dela?
De que presente surpresa é esse? Que para alguns não é tão surpresa assim não é mesmo ;) rsrsrsrs
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Aniversário de 18 Anos (retirado)
RomanceMayara é uma doce menina que gosta de viver no canto dela. Apesar de ser muito bonita, Mayara, é o tipo de pessoa que gosta de passar despercebida nos lugares. Não gosta de chamar atenção apesar da vida que leva, mas às vezes ela é obrigada a sair d...