Capítulo 15

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Allie

Estamos deitados na minha cama no meu apartamento.

- Hoje quero que você use as bolinhas tudo bem? Ele me pergunta mais sua voz sai mais como uma ordem.

Eu gostei da noite passada, foi incrível, sedutor e me senti única e desejada como nunca. Gemi horrores, gritei o nome dele não sei quantas vezes, não sei como os vizinhos não vieram reclamar na minha porta.

Será que vou conseguir usar essas tal bolinhas. Ele ainda não me explicou, será que tenho que colocar elas na boca?

- Tudo bem. Mais pra quê essas bolinhas, é pra boca? Pergunto.

Ele rir e se engasga. Como que não sabendo o que falar.

- É... Não exatamente.. E para uma boca mais não a de cima, a de outro lugar. Ele termina de falar e começa a rir.

- Não vejo graça nenhuma. Como assim... Boca de baix...não... Você quer que eu..coloque no an...

- Não, que horror, não é nesse local, na sua vagina! Ele pronuncia a palavra sem nenhum pudor ou vergonha nem nada. É um sem vergonha mesmo.

Safado e tarado de uma figa!

Mais eu agora tenho que ir até o fim, eu comecei agora eu que aguente.

- Olha se você não consegui vou entender..

- Não. Eu vou colocar, sem problemas. Digo e deito para o outro lado do travesseiro.

Fico imersa em pensamentos.

Com certeza as outras conseguiram por que eu não conseguiria, não deve ser tão grande assim né?

Quem diria eu com um ex dominador que não é tão ex por que ainda pratica comigo. Comigo?

Onde foi que eu fui me meter. Como esses caras podem gostar de maltratar uma mulher para seu próprio prazer. Isso é humilhação não poder tocar o corpo deles como eles tocam o delas. Isso me indigna. Mais deixe está. Vou fazer ele aprender a não querer misturar prazer com o poder sobre mim. Não vai ser no sexo que vou deixar ele se aproveitar e dizer que " É para o meu prazer". Gostei admito, mais ter o prazer de tocar nele também tem que ser meu. Isso ele não irá me tirar. Não mesmo. Coloco minha cabeça no travesseiro e fecho meus olhos, e várias coisas passam pela minha cabeça, mulheres sendo humilhadas, chicoteadas e os olhos brilhando dos homens que espancam mulheres. Suas costas com marcas, cicatrizes do que era para ser para o prazer e virou rotina deles. Que se escondem por trás do ser dominador.

Ontem há noite me submetir a ele. Me entreguei para o que viesse, sentir prazer mais depois veio o roxo no meu pulso, minha boca está doida pala mordaça que ele colocou para amenizar os gemidos altos. E a venda. A venda foi a pior pois queria ver seus olhos escurecerem por mim, ver o desejo em seus olhos e nem isso tive a sorte de ver.

Estou me sentindo usada. Sério mesmo. Usada é a palavra para a dor que esta crescendo no meu peito.

Tudo fica escuro.

Me vejo em um túnel e nele ouço gemidos de prazer e depois gritos de pavor. Mulheres dizendo para pararem. Eu grito pedindo que me falem onde estão e nada. Os gritos voltam novamente. Ouço um chicote bater no chão. Um homem gemer de prazer. E dizer que ela está indo muito bem. A raiva me domina, corro de um lado para outro.

- Deixe ela. Ela está sofrendo não está vendo? Digo em meio a escuridão e uma luz surge no fim do túnel.

- Ela está gostando. Diz alguém na luz que está forte e não consigo ver. Um homem.

- Esse grito é de pavor seu cretino. Deixe ela em paz seu merda! Grito para quem quer que seja no fim do túnel.

- Você ficará aí. E quando eu voltar vou te pegar pra ser minha submissa ta bom? Ele diz divertido e tudo fica escuro novamente.

- NÃO , NÃO VOCÊ NÃO ME TERÁ SEU CRETINO, IMUNDO, PORCO, DESUMANO. FICA LONGE DE MIM. me debato no escuro e ouço uma voz. Bem longe pedindo pra que....um grito desesperado.

- ALLIEEEEEEE????? Ouço Edu me chamar e acordo apavorada e ele me abraça e coloca minha cabeça em seu peito.

- Por quê? Digo aos prantos. E ele me olha confuso e seus olhos caem lágrimas de preocupação.

- Allie, eu te machuquei? Ele pergunta e lágrimas rolam pela sua face.

- Sim. Digo chorando. - Como você pode ter prazer se eu estou presa. Eu não te toquei, você me torturou, eu não te vi. Eu não quero ser um OBJETO...grito a última palavra e ele me abraça desesperado.

- Me Desculpaaaa....ele chora me abraçando. - Eu não vou suportar te perder minha branquela. Ele diz.

- Pra quê me torturar se posso te da prazer sem isso? Pergunto e meus olhos se enchem de lágrimas novamente.

- Eu achei que você tivesse gostado. Ele diz e o interrompo.

- Você ia gostar de ser torturado e amarrado numa cama? Pergunto e ele sacode a cabeça em negativa.

- O que te faz pensar que eu gostaria? Pergunto serena.

- Era pra ser só uma distração e eu estava me deixando levar. Não use mais as bolinhas. Esqueça tudo. Promete?

- Quem tem que prometer algo aqui é você! Digo.

- Como o quê? Ele pergunta triste.

- Que irá parar de querer me dominar. Digo sem rodeios. Ele precisa parar. Por ele mesmo.

Ele me olha com o olhar pesado.

- Eu não sou as outras Edu. Digo e levanto seu rosto.

- Eu sei. Eu só queria saber se você ia gostar. Não entendo por que dessa reação? Ele está confuso.

- Eu tive um pesadelo por causa desse negócio de Submissão. E lhe garanto que existem homens nesse mundo que usam isso para espancarem as mulheres.

- Eu nunca te machucaria!. Ele se defende.

- Até quando ficaria assim. Um dia isso ia virar rotina e seu prazer se transformaria em ódio ou até mesmo vício. Cuspo as palavras. Se tem uma coisa que me consome é ficar calada quando algo está errado.

- Entendi agora. Ele diz.

- Entendeu o quê? Revido.

- Que seu medo não é sentir prazer ao ser dominada mais que eu a espanque como no pesadelo que teve. Ele diz e pega o meu rosto em suas mãos e acaricia de leve.

- Não meu medo é você se transformar em um monstro e me machucar. Digo.

- Não tenha medo. Eu deixarei tudo isso. Por você. Eu prometo. Diz ele olhando em meus olhos.

- Eu acredito em você. O abraço e ficamos assim por um bom tempo.

#Desculpem se tiver errinhos...:) beijo em cada um :*

Entre o Amor&Preconceito.Onde histórias criam vida. Descubra agora