Capítulo 1 - A Revolta

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Eu era um rapaz normal com os meus 15 anos, com uma família pacáta (pai, mãe e uma irmã mais nova), pelo menos julgava-me antes de tudo acontecer... Bom, reconheço que era um rapaz calmo, muito sossegado, o tipo de rapaz que gostava de estar em paz com os amigos, percebem? Mas isso, não era possível, na altura eu sofria de bullying só porque tinha um urso de peluche no quarto que se chamava Balú. Tudo isto porque, tive de fazer um trabalho de grupo e combinei com o meu colega que, o trabalho seria feito em minha casa. Seria num dia de tarde livre.
O dia tinha chegado, tinhamos acabado de entrar para o meu quarto, quando ele se deparou com o urso de peluche e, começou a fazer-me perguntas e eu, respondia sempre que era um peluche da minha infância que guardara ali como recordação, quando a minha irmã começa a cantar aos altos berros uma música que tinha feito minha e do urso de peluche... O meu colega riu-se e começou a gozar comigo, enquanto se levantava para se ir embora (provavelmente para contar a todos na escola).
No dia seguinte, chego à escola de manhã e deparo-me com todos a olharem para mim, alguns riam-se outros gozavam... Só me apetecia desaparecer...
Os meus amigos diziam para eu os enfrentar, pois a minha estrutura física era "entimidante", (nunca mais me esqueci desta palavra usada por eles para me qualificar). Mas não o fiz, resolvi ficar quieto, "na minha"..
Podem estar a questionar, o porquê de eu não fazer nada... Como eu disse eu era um rapaz calmo, não gostava de confusões nem de problemas, por isso, fui arquivando todos os acontecimentos. Pelo menos era o que eu tentava fazer, até que certa altura, numa sexta feira no fim das aulas, explodi, explodi para mim! Não aguentava mais o que se andava a passar e como tal, coloquei na cabeça que isto iria acabar, mal esperava eu o que estava para vir...

Sabem aquela altura onde já não aguentam mais e, só pensam em agir? Foi o que eu fiz!
Era sábado, o dia estava horrível, chovia e trovejava (o ideal para se estar trancado em casa), quando me surgiu a ideia de ir para a Internet pesquisar formas de acabar com o meu sofrimento. A primeira pesquisa foi a escolhida, eu entrei no link, li um pouco do que lá estava escrito, mas fiquei tão assustado que fechei com toda a rapidez o monitor do meu portátil! Eu só queria esquecer o que ali tinha visto, mas não era possível pois houve uma frase que me marcou "Quem aqui entrar, irá ser batizado uma segunda vez".
Ainda pensei em contar aos meus pais e mostrar-lhes a página da Internet, mas tinha medo de ser castigado, por isso não o fiz...
Já eram horas de jantar e como sempre, a minha mãe gritou como se eu estivesse a meio século de distância, para eu ir rapidamente para mesa.
Sentei-me à mesa, o jantar era bacalhau cozido com batatas a murro (eu detestava peixe), disse que tinha perdido o apetite e como tal, os meus pais começaram com aquelas coisas "comer peixe faz bem e blá blá blá".. Acabei por sair da mesa sem ter tocado no peixe, enfiei-me no meu quarto e fui dormir, mas imaginem só... andei 3 horas às voltas na cama sem conseguir dormir, devido aquela malvada ida a Internet!
Por mais que tentasse, tudo aquilo não saía da minha cabeça era como se aquela frase fosse realmente verdade.
Passados alguns minutos, resolvi ir de novo para a página onde tinha estado, já que não dormia, ao menos ia averiguar o conteúdo que estava na página. Sentei-me, levantei o monitor e naveguei de novo, voltando a passar por todas aquelas asquerosidades...
Vi uma poesia (em quadras), que sinceramente pareceu-me umas rezas, lembro-me que estava lá escrito para nós  (o leitor), cantar-mos a poesia para uma pessoa amiga (isto se quiséssemos que as "rezas" fossem finalizadas). Eu na brincadeira, disse aquilo em voz alta olhando para o Balú, pois não acreditava em nada daquelas coisas...
Depois de o ter dito, tive uma sensação estranha... sentia-me mais leve por dentro, a minha cabeça estava mais calma e só pensava em dormir. "Mas que raio de coisa é esta?!" - pensei eu, atónito.
E como se não bastasse, senti-me a ser "arrastado" para a cama duma forma muito tranquila.
Estava de volta à cama, o meu corpo por e simplesmente acomodou-se de forma a aquedar todos os músculos existentes do meu corpo, enquanto os meus olhos se fechavam, não pude deixar de reparar nos olhos do Balú, estavam a transmitir uma luz vermelha tão intensa quanto a do sol, que refletia em tudo o que podia.

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⏰ Última atualização: Apr 21, 2016 ⏰

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