Fugitivos

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O jardim que ficava um pouco afastado do Castelo estava deserto naquele dia, como na maioria das vezes. Mas naquele dia, tinham maiores motivos para não visitarem, a batalha que teria entre a filha do soberano Loki e entre um de seus melhores soldados, pela liberdade de uma prisioneira era o motivo.

A batalha já tinha acabado, mas ninguém pensaria em fazer qualquer coisa por lá, e seria o local ideal para Luce ir, um lugar onde ela se sentia bem e que ninguém a acharia por um bom tempo. Ela se jogou naquela grama e ficou lá.

O lugar parecia que estava abandonando a um tempo, sem os cuidados necessários, acabaria mordendo.

Luce sabia se tudo isso, lembrava-se de muita coisa agora. Sabia das consequência que poderiam ter, mas ainda tinha esperancas de fazer alguma coisa para contornar a situação.

Sua cabeça ainda doia e lembranças vinham em sua mente cada vez que ela olhava para simples coisas. Luce agora tinha certeza mais do que nunca de que pertencia á aquele lugar, mas que não era como tudo e todos ali. Na verdade, nos últimos tempos em que ela estava lá, e nas vezes em que conseguia fugir do Castelo para ir pelas redondezas do Reino, Luce percebeu que as coisas estavam mudando, pelo menos para aquelas pessoas. Cada vez que ela presenciava algo do tipo nada a ver com os conceitos de quem eles eram, era uma evolução para ela. Como na vez em que fugira em seu cavalo para o norte, e viu um tumulto com vários camponeses perto de um lago, onde um senhor havia perdido todas as suas mercadorias, caídas e sendo levadas pela correnteza, então todos que estavam lá se reuniram e foram todos para dentro do lago, em busca de salvar o que restava das coisas do camponês. Aquilo significava muito para a raça deles em geral. Luce queria contar a seu pai tudo o que vira, queria poder dizer que as coisas não eram mais como antigamente, que aquelas "pessoas" também eram "
pessoas, mas Loki nunca a ouviria, ele nunca daria atenção, pois para ele todos eram apenas daquele jeito e nunca mudariam, e Luce pôde pensar então, que aquilo se tratava mais de seu pai do que de qualquer um.

Luce ficou mais algum tempo lá, e decidiu que estava na hora de tentar resolver as coisas.

Assim que ela se levantou, foi buscar o melhor caminho para voltar, procurou o seu cavalo em todo lugar, mas não o via. Luce se lembrou de que não tinha o prendido, coisa que ela não fazia quase nunca. Só que dessa vez o seu cavalo não estava mais lá, então ela concluiu que teria que ir caminhando.

Luce estava indo pelo meio da floresta, o lugar onde quase ninguém ia, então seria meio improvável alguém achá-la, a não ser que a conhecesse muito bem.

No meio do caminho, Luce ouviu alguns sons, de algo se aproximando. Depois de um instante ela concluiu que era a de um cavalo, e que estava indo muito rápido na sua direção. Luce pensou primeiro que fosse seu cavalo, voltando para ela, mas nao quis arriscar e se escondeu atrás de uma árvore bem grande e cheia de galhos ao redor.

Luce avistou então, quando estava bem próximo, que era o seu cavalo, mas que estava montado por outra pessoa, Gus.

-Luce? Eu sei que está por aqui, sei como te achar, agora saia. Só quero conversar.

Depois de esitar por um instante, ela resolveu enfim sair de trás da árvore.

Gus virou com o cavalo e olhou para ela.

-Como o achou?
-Eu estava te procurando um pouco perto daqui, com alguns guardas, mas seu cavalo apareceu e pude ter uma ideia de onde você estaria. Sai discretamente de lá, peguei seu cavalo, passei no Jardim aqui proximo e pensei que você estivesse vindo para cá.

Luce o olhava nos oljos agora, e sabia que ele estava sendo sincero.

-E por que fez tudo isso?
-Queria que fosse alguém que fosse pelo menos algo para você a te achar, pelo menos que tenha sido um dia.
-E vai seguir ordens de seu rei e me levar a força para aquele lugar?
-Bom...Se você não quiser, claro que não.
Luce deu um pequeno sorriso.
-Anda, afaste que eu vou subir ai
-Está falando sério?
-Você tem outro meio mais rápido de ir embora?
-Hmm...Não.
-Então afaste, preciso salvar mais alguém hoje.

Ele deixou espaço para Luce montar atrás dele no cavalo e eles seguiram para o Castelo.

Eles passaram quase o caminho todo em silêncio.

-Luce?
-O quê foi?
-Eu só queria ...Te agradecer. Por não ter me matado, essas coisas.
Luce suspirou e deu um pequeno sorriso.
-Você sabe que eu não faria..
-Não foi o que estava parencendo. Você parecia determinada a salvar a vida daquela mortal, e também parecia que estava disposta a qualquer coisa. Ainda mais por eu ter te feito todas aquelas coisas...Não fui muito bom para você.
-Mesmo assim, eu não faria esse tipo de coisa com ninguém. O importante agora é que você tenha se arrependido, você está, certo?
-Digamos que sim, só não na parte de ter dado um belo soco naquele cara que você arranjou lá, na verdade anjo..

Luce mal tinha parado para pensar em Castiel durante todo aquele tempo. Como ele estaria? O que pensaria de tudo isso? Ela tinha que pensar nisso depois.

-Afinal de contas, por que você não dias nada sobre eu ter conhecido anjos?
-Não achei que valeria apena. Acho que se eu falasse algo do tipo seu pai mandaria seu exército imediatamente e te tiraria de lá. Ocorreria guerra sem dúvidas, e eu queria resover tudo da minha maneria.
-Obrigada por isso, eu acho...
Gus sorriu.

Eles já estavam chegando perto do Castelo agora, e precisariam de um plano, de algo para tentarem pelo menos. Luce já estava pensando nisso e tinha algumas ideias.

Mundos Opostos/ Amor ConvergenteOnde histórias criam vida. Descubra agora