Capítulo - 17

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Passo a madrugada toda recordando os acontecimentos da noite anterior, o momento em que me despedi de James. Eu não pude evitar as lágrimas, ele saiu da minha vida e nunca mais voltará. Preciso ficar bem, ele me deixou, não posso demonstrar fraqueza, afinal minha vida continua.

Juro pra mim mesma seguir minha vida.

{..}

Os dias se passaram e eu estou bem, não penso tanto em James e no que poder ou não estar fazendo. Phillipe e eu voltamos a ser amigos, saímos quase todos os fins de semana, Claire me distrai sempre que pode, na cabeça dela eu ainda sinto falta de James mas a verdade é que eu estou ignorando a existência dele, ele escolheu e eu agora estou vivendo bem sem ele. Meus pais voltaram para casa deles no Maine, depois de muita insistência de minha parte, eles não queriam me deixar sozinha agora, porque James acabou de sair da minha vida. Eu os assegurei de que ficaria bem.
Eu não sinto mais vontade de me cortar, e nem sinto aquela dor, James saiu da minha vida e levou tudo de ruim que havia nela. Estou bem feliz agora... Sou tirada dos meus pensamentos pelo som de alguém tocando a campainha, quem pode ser ?.. Olho pelo olho mágico é Claire e Phillipe.

Emma - Oi.
Claire - Oi mocinha, por que demorou pra atender?
Phillipe - De certo ela estava ocupada, falei que devíamos ter avisado.
Emma - Desculpe gente, eu estava pensando em algumas coisas e nem ouvi vocês baterem na porta.
Claire - Pensando em que coisas? Posso saber ?
Emma - Na viagem que faremos no fim do ano.
Claire - Ah é verdade, estou super animada.
Phillipe - Não é todo dia que temos a oportunidade de viajar para Londres.
Emma - Phillipe você também está animado, não esconda isso de nós.
Claire - Sim Phillipe, conte para nós o que planeja fazer em Londres. Eu e Emma já planejamos tudo que vamos fazer.
Phillipe - Onde vocês forem eu vou.

Vou para cozinha enquanto Phillipe e Claire conversam na sala, essa viagem me fará muito bem.

***

Então é esse o fim? Não o fim que planejei mas o fim, Emma está livre de mim, eu irei pra bem longe dela, ficarei trancado num lugar com pessoas loucas, tudo porque machuquei alguém e minha mãe descobriu, ainda me culpo por ter sido tão descuidado. Minha mãe me mandará para uma clinica em Londres. Eu ainda sinto falta da Emma, é como se um pedaço meu estivesse faltando, já não tenho forças pra ignorar minhas emoções, minha mãe não fala comigo desde o casamento, sou o pior filho do mundo, eu sei, gostaria de ter a chance de mudar isso. Minha despedida foi rápida e neutra, minha mãe irá comigo a clinica para assinar os papéis da minha internação. Entramos no avião e minha mãe ainda se mantinha firme, sem dirigir uma palavra se quer a mim.

[...]

Descemos do avião e já ha um carro a nossa espera, entramos em silêncio e no meio do caminho minha mãe resolve quebrar o silêncio.

- Quero que saiba que parte meu coração a ideia de deixar você naquele lugar. Você deveria ter procurado ajuda antes, você sabia que corria o risco de vir para este lugar.
- Eu sei, fui inconsequente e agora terei que pagar pelo meu erro.
- Meu filho eu amo você, e meu coração dói muito por saber das coisas que fez com a Emma.
- Esqueça a Emma, ela nunca mais ouvira falar de mim. Só quero esquecer tudo isso, e acabar de uma vez com todo esse sofrimento.
- Mas..
- Por favor..
- Está bem.

Continuamos em silêncio pelo resto do caminho, chegando no hospital psiquiátrico uma enfermeira loira e gorda veio ao nosso encontro.

Enfermeira - Bom dia, eu me chamo Felícia.
Mãe - Bom dia, eu sou a Verônica, estou aqui pra assinar os papeis para a internação do meu filho.

O tempo todo eu fico em silêncio, fico observando o local, não tem muito o que se ver do Saguão.

Enfermeira - São esses papeis aqui e a senhora ira permitir visitas de outras pessoas ou só de familiares?
Mãe - Não, visitas algumas, só as minhas.

Nesse exato momento eu encaro a mulher que me deu a luz, e vejo que ela está me jogando num buraco onde ninguém sabe onde fica e se souberem não vão poder me ver. Ela faz eu me sentir como prisioneiro. Depois que ela termina de assinar os papeis a enfermeira me leva até onde será meu quarto, minha mãe não se atreve a entrar, fica do lado de fora enquanto se despede. Olho pela janela e tento imaginar como será meus dias nesse lugar mórbido.

O Psicopata e a Suicida (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora