1= De lá pra cá

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    Bem, então é isso, enquanto o passado espera, eu quero falar do presente e do presente que Deus me deu, que é a nova chance de seguir a vida através de três coisas básicas: Minha família, todos vocês meus amigos, colegas, fãs (olha isso, como eu estou tirado, rsrs) que me apoiam através das palavras energéticas de incentivo e a arte.


    Então, comecei com essa brincadeira em dezembro de 1997, tempinho bão né não? 

    Em primeira mão gostaria de apresentar pra vocês meu primeiro desenho feito com caneta esferográfica... Contradizendo o que já escrevi mais acima vou contar só um pedacinho do passado pra explicar esse desenho aqui...

 Contradizendo o que já escrevi mais acima vou contar só um pedacinho do passado pra explicar esse desenho aqui

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    Uma história não saía da minha memória, desde que eu tive alta do hospital de fisioterapia Sara Kubitschek em 1995, período em que estive internado ali por dez meses e uma psicóloga me contara sobre uma menina que escrevia cartas com a boca... Dois anos com aquela cena imaginária da menina escrevendo cartas com uma caneta na boca... Ficava pensando – "Como ela poderia fazer aquilo?" Então naquele dezembro de 1997, pedi alguém pra me comprar um caderno pequeno e uma caneta preta, assim, eu comecei a tentar reproduzir literalmente aquela cena que eu achava incrível e impossível e que me incomodava todas as noites quando ia dormir, invadindo até mesmo os meus sonhos.

    As primeiras palavras saíam muito tremidas e os meus braços e pescoço doíam constantemente... Então, com raiva, abandonei aquilo por uma semana... Mas como dizem que "brasileiro não desiste nunca", voltei a praticar e partir dali eu não parei mais...

    Um dia, escrevendo alguma coisa, sentado de frente pra esse micro system, presente de natal de 1996 de um amigo, também cadeirante... Olhando pra ele me veio lembranças de quando eu era ainda criança, gostava de desenhar objetos que via pela frente, então me veio a ideia de tentar desenhar aquele rádio também... Assim surgiu meu primeiro desenho feito com a boca.

    Depois que vi aquele desenho, vi o que tinha feito, me senti tão feliz, tão capaz, que aquela sensação de inutilidade que eu já carregava desde que quebrei o meu pescoço, desaparecera naquele dia... Uma grande nova e desconhecida esperança, brotou do meu peito como uma fenda de um vulcão.

     A partir daquele dia, eu comecei a enxergar o mundo de uma forma tão diferente, tão segura, que muitas das vezes, eu esquecia até da minha própria deficiência... Foi a melhor e mais forte sensação que senti em toda minha vida...

Assim, eu apresentei pra vocês o humilde e mais importante trabalho que eu tenho, guardado comigo.

    De 1997 a 2016... Mostrando agora um trabalho atual

    Esta é uma pintura que estou trabalhando no momento... Há dois anos, uma prima me trouxe essa tela de 90x190, praticamente do tamanho de uma porta... Pra quem pinta com as mãos é mais fácil, mas pra mim que tenho minhas limitações é menos fácil um pouquinho, rs... Essa é a maior superfície que já pintei até agora, normalmente eu trabalho com telas bem menores... Como não consigo alcançar as partes altas da tela, tenho que desenhar e pintar dos lados... Assim como vocês vão ver nas fotos... No começo é difícil, mas depois, quando se acostuma, não é mais problema...

Fatos e fotosWhere stories live. Discover now