Eu Sei Que Vou Te Amar.

Capítulo 30

Suas feições não eram nada boas e a de Maria transmitia que queria me matar, provavelmente por não ter atendido as chamadas.

_ O que significa isso Isabel?

O tom de voz do meu pai era o pior possível.

_ A sua filha e eu...

_ Não estávamos falando com você.

Minha mãe interrompeu rudemente.

Eu não tinha reação diante da situação e muito menos argumentos para lidar com ela. São meus pais e por isso devem zelar pela minha felicidade, seja ela com homem ou mulher.

_ Você acha isso certo?

Minha mãe perguntou.

_ Como não é certo? Eu amo sua f...

_ Não estamos falando com você.

Novamente minha mãe interrompeu Ana.

_ Ana, você está atrasada, pode ir.

Dei um beijo em sua bochecha.

_ Eu não vou deixar você sozinha aqui.

Sussurrou.

_ Vou ficar bem, pode ir.

Ana pegou sua bolsa e foi até a saída sobre os olhares furiosos de meus pais. Já o seu era de preocupação comigo, eu sei que ela gostaria de ficar aqui me dando apoio, mas hoje não é possível.

Peguei meu celular e mandei mensagem pra Ju dizendo que me atrasaria.

_ Antes que comece a chover insultos sobre o meu relacionamento, eu a amo.

_ Relacionamento Isabel? Que relacionamento? Eu vejo duas mulheres se esfregando!

Meu pai levantou a voz.

_ Duas mulheres que se amam! - Gritei.

_ Não existe amor entre duas pessoas do mesmo sexo, isso é um absurdo!

Dessa vez foi a vez de meu pai gritar.

_ Como não? O que você acabou de ver?

_ Pouca vergonha, isso que eu vi.

_ Se a sua opinião é essa, o que eu posso fazer?

_ Minha filha, isso não é certo, você sabe disso.

Finalmente minha mãe falou algo.

_ Quem são vocês pra julgar os meus sentimentos?

_ Somos seus pais e não vamos aceitar esse tipo de abominação!

Meu pai se alterou completamente.

_ Abominação? Duas pessoas se amando não é abominação, o preconceito e ignorância de vocês sim!

Quanto mais o tempo passava mais eu me alterava, mais eu ficava nervosa e mais o clima ficava tenso.

_ O que adiantou a criação que te demos para você jogar tudo no ralo!

E meu pai continuava a gritar andando de um lado para o outro junto a minha mãe enquanto Maria ficava escorada na parede, sem reação.

_ Joguei no ralo porque eu gosto de mulher?

_ Desde quando isso Isabel? Você nunca demonstrou ser lésbica.

_ Não é questão de demonstrar, gostar, ser ou não ser mas sim da minha felicidade.