--1916 - Fronteira entre a França e a Alemanha - 1ª Guerra Mundial--
Um homem misterioso andava sem rumo no espaço entre duas trincheiras abandonadas, mais precisamente no que era chamado de: "Terras de Ninguém".
O tal homem estava coxo e arrastava a perna direita pelo chão, também haviam vários buracos de balas pelo seu tronco, mas não existia qualquer sinal de sangue em sua leve e roupas. O seu cabelo tinha cor de café assim como seus olhos que acompanhavam a sua expressão indecifrável.
O homem misterioso andava sem rumo até que algo o fez parar.
Ajude-me por favor... - disse um soldado que estava caido no meio do campo de terra seca e pólvora, sua expressão era de dor e sofrimento, mas ao ver a tal figura misteriosa uma luz de esperança é acesa em seus olhos cansados.
Este não tinha nenhuma das pernas, que aparentavam ter sido estrelhaçadas dolorosamente por algo como uma bala de canhão. Ele estava sobre uma grande poça de sangue seguida de rastro do mesmo, mas sua mão havia um papel o qual ele segurava firmemente, porém não dava bem para ver o seu conteúdo.
Ele arrastava-se para ao pé do homem misterioso que parou de andar, mas não lhe respondeu, ficando simplesmente a encarar o pobre soldado sem as duas pernas com uma expressão neutra.
Por favor... senhor...eu... eu tenho família! - disse o ferido, a sua voz estava cada vez mais fraca e seu olhar distante.
O sujeito enigmático continuou sem responder.
P-por...fa..v... - disse o soldado com a voz muito fraca e falha, antes de tomar de vez, largando o tal papel de antes que agora fica à vista.
O homem misterioso pegou no tal papel. Era uma fotografia, nela via-se o homem de antes, uma mulher e duas crianças. Esta parecia ser bem antiga pois o sujeito citado era muito mais novo na altura em que ela havia sido tirada.
Mentiroso... - disse o indivíduo misterioso, largando a fotografia e deixando-a ser levada para longe por uma corrente de ar que passara pelo campo.
Após isto ele continua a sua jornada sem rumo pelas Terras de Ninguém.
O homem misterioso anda... anda e anda sem qualquer tipo de paragem ou objetivo. No seu lado direito, dentro de uma trincheira, vê-se um amontoado de ratos mortos, que provavelmente serviram de alimento aos soldados que estavam a habitar naquela trincheira durante a guerra.
Ele continua a andar até que um soldado sem o braço direito e com a perna esquerda partida vai em sua direção.
Senhor... ajude-me eu... eu preciso de voltar... eu preciso... - disse o soldado ferido, que se segura no homem misterioso em forma de súplica, a sua respiração era rápida e sua expressão era de desespero.
13 familiares... 52 amigos... 6 mortes... - disse a figura, encarando o soldado ferido agora com um olhar decidido.
O-o que o-o senhor está a dizer?? - perguntou o militar, que larga o homem, assustado com suas palavras.
O julgamento foi completo... - profere o homem misterioso, fazendo uma gigantesca foice, de um lado preta de outro branca, aparecer em suas mãos, seguida da mudança de cor de seus para um preto e outro branco.
M-a-as o-o que?? - disse o soldado ferido, que se desiquilíbria e quase cair para trás com o susto.
Nesse momento o juiz levanta a sua foice e golpeia o soldado ferido com a lâmina branca num corte diagonal.
O militar então caí no chão, morto, porém não havia qualquer ferimento, feito pela foice, em seu corpo.
Após isto o homem misterioso volta ao normal, faz sua foice desaparecer e continua o seu caminho para julgar os soldados que foram esquecidos nas Terras de Ninguém...
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The Land Of No One [Curta]
Historical FictionEm pleno século XX, 1ª Guerra Mundial, na fronteira entre a França e Alemanha no espaço entre duas trincheiras havia um espaço que era chamado de As Terras de Ninguém. O que será que aconteceu aos soldados esquecidos naquele lugar mórbido sem qualqu...