Capítulo 2

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   Capítulo 2 

Se você tivesse que escolher entre dormir em um colchão velho feito de palha ou um colchão fedendo a estrume, o que você escolheria? No meu caso eu não tenho muita opção, já que as duas estão disponíveis no momento, no mesmo colchão.

Os mosquitos ficam me picando, e grilos e corujas não me deixam dormir. Na cidade já estava acostumada a barulheira e o transito de são Paulo, que na maioria das vezes nunca parava, ia do amanhecer ao anoitecer. Aqui é tudo tão diferente e tão esquisito!

Minha cabeça continua latejando de dor, decido me levantar e ir tomar um ar. Abro minha mala e pego uma pantufa rosa bebe, calço e atravesso o comprido corredor que interliga os quartos a sala, com medo claro. Não tem um fio de iluminação e por um instante sinto minha barriga se embrulhando.

Abro a porta lentamente e sinto o vento se chocando contra minha pele, e fazendo meus longos fios voarem. Eu poderia voltar la e pegar um casaco, mas o medo me congela e eu apenas fecho a porta e me sento na varanda, colocando as mãos sobre os braços para me esquentar. Esta tudo tão escuro e parece tudo tão calmo, respiro bem e sinto meu pulmão se enchendo de ar, o sono volta , porem é interrompido por um vulto que passa tão rápido que mal consigo ve-lo, eu congelo e fico estática.

Será uma onça? Pego a vassoura que esta ao meu lado e fico em posição de ataque. O Vulto passa novamente e eu lanço a vassoura, por azar e por sorte do vulto eu erro, de repente tudo parou. Espero 10 minutos até ver o que esta acontecendo. Ando lentamente em direção ao mato alto, onde eu o vi e me enrosco entre as arvores, subo em uma delas e fico sentada esperando ele aparecer novamente ,um som baixo e calmo, que me faz ficar com sono me deixa meio tonta e então fecho meus olhos e sinto agua pingar sobre meu cabelo. Chuva.

Se eu ficar aqui me molho, se eu descer me molho. O que eu faço? Não sou boa em arvores , principalmente quando elas estão escorregando, com dificuldade fico em pé sobre o galho e tento alcançar o galho de cima, mas esta muito alto, o jeito seria pular para o galho do lado e depois para de cima, mas isto requer muito mais esforço físico do que eu tenho neste momento, deito novamente e tento me virar para dormir ate que amanheça e eu possa descer sem perigo de animais me devorarem ou eu cair na lama.

Não consegui dormir, por medo, e por frio. Minha roupa e pantufa esta encharcada e totalmente suja, diria que agora deve ser entre meia noite e uma da manha, contando que eu fui dormir as oito, estou a um bom tempo aqui. Minha barriga ronca e eu preciso ir no banheiro. Decido descer novamente, mas... por onde?

Avisto uma arvore com galhos baixos, daria facilmente para alcançar o chão, o único problema com certeza é o fato dela estar bem mais longe, seu único galho próximo a mim seria um galho fino e alto que se quebraria ao toque. Arrisco ficar de pé e logo estou novamente me segundando do tronco para não cair, com o auxilio do mesmo coloco o pé no outro tronco e pulo rapidamente sobre ele. É um pouco mais alto, e bem mais forte, me da mais equilíbrio para pular para o ultimo, o problema é que quando mais subo, mais a arvore fica fina e quebradiça, então tenho que ser cuidadosa. Seguro-me firme e com um salto eu bato contra o galho e minha pantufa encharcada desliza, fazendo com que eu caia de uma distancia de seis metros. Sinto meu corpo se chocar com a dura superfície terrosa e logo a dor invade meu corpo, fazendo –me dormir.

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⏰ Última atualização: Apr 17, 2016 ⏰

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