"...Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio."
Verônica e Polly mal acabaram de chegar na praia e chamaram a atenção de todos os olhos masculinos.
Os seus corpos esbeltos, os cabelos entrelaçando o vento e os óculos protegendo os olhos dos raios solares.
Fazia um sol escaldante naquela cidade pequena. Um tempo ótimo para navegar sobre as águas azuladas do mar que mal tinha ondas violentas, mas naquele dia as ondas estavam boas o bastante para que um surfista jogasse sua prancha sobre a água.
- Você vai tomar banho agora? - disse Verônica tirando a regata azul forte.
- Não, agora não! - disse Polly - Eu quero ficar aqui um pouco e me bronzear.
- Tá ok! - disse Verônica, tirando o short.
Polly revirou as suas coisas dentro da bolsa atrás de encontrar o protetor solar. Ela achou a embalagem de plástico, mas sem a substância branca e cremosa.
- Ué, faz nem três semanas que eu estou com essa merda e já acabou? - Irritou-se Polly.
- Verônica, será que você poderia me emprestar o seu protetor solar?
- Claro, toma. - disse, entregando assim que acabou de passar o protetor.
- Brigada miga!
Verônica olhou em volta da praia procurando alguém conhecido, e com certeza teria já que era feriado e aquela era a única praia da tal cidade.
Quando ela virou os olhos para lado, viu um rapaz de cabelos louros cacheados e um corpo resoluto molhado. Aparentava ter uns 20 anos de idade e segurava uma prancha vermelha listrada de preto. Ele estava vindo em direção das duas.
Aquele rapaz era o Adriano Pérez , o mais novo dos irmãos Pérez, que também são surfistas. Verônica o conheceu logo de cara. Se ele e Polly fossem personagens de uma história famosa entre os teens, Verônica shipparia-os com certeza (ainda assim ela shippa).
Verônica deu um sorrisão malicioso virando-se para Polly.- Polly, olha quem vem ali...
- Quem?
- Adriano, o gostosão!
- Ai meu Deus! - O coração de Polly acelerou - O que ele está fazendo aqui?
- Ficou burra? O que você acha que um surfista gato como ele veio fazer aqui na praia? Surfar né?
- E agora? E... eu tou bonita?
- Não sei...
- Anda, fala se eu estou ou não. Por favor!
- Está mais ou menos!
- O quê?
- Boa sorte amiga! - disse Verônica correndo em direção até a praia, as areias saltaram do chão quando ela pisou na terra.
O vento forte atrapalhava os diálogos dos banhistas que gritavam de longe enquanto uma Polly nervosíssima engoliu em seco. Ela virou a cabeça com o cabelo tampado o rosto, fechou os olhos e contou até dez. Uma apertada de lábios e ela virou-se novamente para ele, para Adriano.
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O Celular
Mystery / ThrillerNa verdade tem dois contos. O nome na capa é "O Celular" por conta do primeiro kk Um sobre é uma garota que morre por que usou o celular com o carregador na tomada e no outro é sobre uma criança que morreu com uma prancha enfiada na cabeça.