Hermione ergueu os olhos de vagar, analisando-o de baixo a cima, o pescoço, a linha do maxilar, a boca avermelhada, o nariz empinado e por fim os olhos, aqueles frios olhos cinza, que ao encontrarem os seus tomaram a forma de prata derretida.
Draco sentiu o aroma tão conhecido de pergaminho antigo e shampoo de pêssego antes mesmo de olhar para ver quem tombara com ele no corredor. Ela estava em seus braços e o modo como o olhava o fazia pensar em inúmeras coisas.
Granger nunca admitiria que aquilo acontecera, Malfoy jamais falaria que fora ele a beijá-la. Hermione não diria que os lábios dele tinham sabor de menta e uva, Draco não cogitaria a possibilidade de verbalizar o quão os cabelos castanhos eram macios.
Hermione era uma Maldita Sabe-Tudo Sangue-Ruim. Draco era um estúpido ex-Comensal da Morte. Ela lutara a favor de Hogwarts, ele não e no final ainda fugira como um covarde.
Hermione Granger e Draco Malfoy eram o oposto um do outro, mas afinal, os opostos que se atraem, não é?
Ele a empurrou contra a parede e finalmente encontrou a maçaneta da porta, ele a queria, a desejava e a teria. Ela por outro lado não iria correr, naquele momento ela sabia que já era dele, sabia que cederia ao desejo que a consumia todo aquele tempo.
Hermione sempre achou que após o quarto ano aquela paixão infantil por ele morreria, o ignorava nos corredores, não ligava para suas provocações e nem mesmo o olhava mais que o necessário. Porém quando sentiu suas mãos lhe segurando, o calor emanando de seu corpo e o sabor de seu beijo, ela soube que ainda queria tê-lo, soube que primeiras paixões acompanhavam sempre, mesmo que bem escondidas.
Draco a sentou sobre a mesa e se encaixou entre suas pernas. Há quanto tempo ele desejava tê-la daquela forma? Em seus braços e entregue a ele. Achou que nunca conseguiria e após todos aqueles anos xingando-a e alimentando seu ódio pela castanha, achou que a paixão que sentira, realmente iria desaparecer. Contudo, paixão e ódio são sentimentos próximos, não é?Malfoy queria arrancar cada maldito botão da blusa dela, mas sabia que deveria ir com calma, afinal Hermione parecia ser delicada e ele não iria querer assusta-la. Abriu cada botão com delicadeza, mas rapidamente, enquanto distribuía beijos e mordiscadas em seu pescoço. Demorou mais do que ele gostaria, mas logo estavam livres de todo o pano que separava seus corpos.
Hermione nunca imaginara que faria sexo sobre uma mesa de uma sala de aula e muito menos com Draco Malfoy. Mas lá estavam os dois, entre gemidos, sussurros, beijos e suor, como se nunca houvesse acontecido uma briga se quer e como se sempre tivessem feito aquele tipo de loucura.Draco vestiu a calça e a encarou, Hermione vestia tranquilamente o sutiã, as curvas de seu corpo ainda estavam marcadas por suas mãos e um leve sorriso brincou nos lábios do loiro.
-O que você tanto olha, Malfoy? —Hermione perguntou virando de costas pra ele.
Draco pensou em muitas respostas diferentes em uma fração de segundos, mas por fim sorriu e decidiu pela verdade.
-Você.
Hermione parou de abotoar a blusa e o encarou por sobre o ombro, vendo o sorriso aberto e os olhos na mesma cor de prata derretida que estava antes de tudo acontecer.
-E por quê? —Questionou, voltando a abotoar a blusa e puxando a saia, mas dessa vez ela sorriu.
-Porque você é linda. —Ele disse com um leve tom de indignação. —Como se não soubesse.
Granger tentou, mas não foi possível segurar a gargalhada. Draco a encarou por um tempo, até que ela virasse de frente pra ele, já vestida e ainda rindo.
-Como é?
-Do que você tá rindo? —Ele quis saber, mas com um leve e amigável sorriso.
-Do que você falou, não é obvio?
-Por que seria? —Draco começou a se aproximar lentamente e Hermione mordeu o lábio, cruzando os braços em frente ao corpo. —Você é linda e deveria saber disso.
A verdade é que Hermione sentia as bochechas queimarem naquele momento, se sentia envergonhada até o último fio de cabelo, nunca imaginara que estaria naquela situação, não com ele. Ela sabia que era tolice, pois ele vira cada parte de seu corpo, mas por algum motivo não conseguia conter o rubor nas bochechas.
Draco parou a sua frente e a encarou, tocando levemente sua bochecha corada com a costa da mão. Hermione mordeu o lábio inferior de forma nervosa e ele sorriu mais abertamente.
-É...
-Hermione. —Ele chamou e ela o encarou surpresa.
-Do que você me chamou? —Ele parou de sorrir e a encarou confuso, depois riu baixo, mas sonoramente.
-Hermione, é o seu nome, sabe?
-Eu sei que é o meu nome. —Ela rolou os olhos.
-Então por que a surpresa? —Ele deslizou a mão por seu rosto e tocou um cacho de seu cabelo.
-É... É porque você nunca me chamou assim.
-Talvez. —Ele sorriu e a encarou. —E talvez tenhamos começado de forma errada, não é?
Granger imaginou como teria sido conhecê-lo de forma diferente. Um Draco mais amigável e menos prepotente, que agisse por si mesmo e não pelas ordens do pai, um Draco Malfoy que não a repudiasse por ser nascida Trouxa.
-Nós com toda a certeza começamos de forma errada, Malfoy.
-Será que eu posso tentar mudar isso e talvez ter um novo começo?
Hermione o encarou em dúvida e viu o quanto ele parecia ter pensado naquela frase. Todos tiveram uma segunda chance após a guerra. Harry estava com Ginny, Ron e ela não conseguiram manter o namoro por mais de quatro meses e voltaram a ser amigos. Todos pareciam querer um novo começo.
-E se tivesse essa chance, como a faria valer? —Perguntou em quase um sussurro, baixando o olhar e ele deu um passo atrás.
Hermione ergueu os olhos pela separação repentina e o viu sorrindo um pouco e estender a mão.
-Prazer, meu nome é Draco Malfoy. —Ele falou em tom de apresentação.
-Como? —Perguntou ela depois de um momento de silêncio.
-Pra começar do zero, Granger. —Ele sorriu. —Começando por uma apresentação seria o melhor.
-Você é louco.
-Obrigado. —Ele sorriu. —E você, quem é?
Hermione não conseguiu se conter, sorriu e segurou a mão ainda estendida do rapaz.
-Sou Hermione Granger.
-Belo nome. —Ele sorria e ela balançou a cabeça rindo.
-Onde é que esteve esse Draco legal em todos os anos que passaram?
Os olhos cinza escureceram e ele deu um sorriso de canto, distante e pensativo, depois a olhou nos olhos e sorriu novamente.
-Talvez eu o tenha descoberto há pouco tempo.
-E ele vai ficar?
-Sim, eu vou. —Assegurou e deu um passo pra perto dela. —E você, vai ficar?
-Quem sabe, Malfoy? —Havia um tom de desafio que o fez sorrir.
-Eu adoro um bom desafio, Granger.
-Sempre fomos opostos um do outro mesmo. —Ela brincou.
-Bem, ouvi dizer por ai que os opostos se atraem, não é?
Hermione sorriu abertamente e ele a puxou pela cintura, aproximando seus corpos e a beijou. Talvez aquele fosse o começo certo, não somente para os dois, mas talvez para um novo Draco Malfoy, um que Hermione Granger, justo ela, fora a primeira a ter a oportunidade de conhecer e quem saber ver sendo construído.
No final a frase era verdadeira, os opostos sempre se atrairiam e não havia nada mais oposto do que a Grifinória e Maldita Sabe-Tudo Hermione Jean Granger e o Sonserino e Ex-Comensal da Morte Draco Black Malfoy.
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Os Opostos se Atraem, não é?
FanfictionHermione Granger e Draco Malfoy eram o oposto um do outro, mas afinal,os opostos que se atraem, não é? (Capítulo único)