Senpai, notice me!

Capítulo 1 - Santo Hansol.

Nada melhor do que se jogar em sua cama depois de um dia cansativo de aula, não é? Aquela cama macia quentinha esperando por você, e quando você se encontra com ela, ela está lá, te olhando maquiada com um olhar sedutor. Minha nossa senhora do tesão.

Sabe, eu queria ter que passar o dia hoje como todos os outros. Jogar videogame, ler HQs*, assistir a filmes e séries, ver vídeos no youtube, entre essas coisas que perdedores fazem. Mas não, daqui a meia hora vou ter que me encontrar com um grupo de filhos da puta que me convenceram a ir num restaurante para comemorar um aniversário de um deles. Bem, é claro que eu não rejeitaria ir no aniversário de Jin, por mais que eu seja sedentário. Afinal, seria idiotice trocar um momento com eles por uma coisa que eu já faço diariamente. Ou não.

Meu celular estava tocando The Beat no volume máximo enquanto eu lavava meu cabelo, e claramente eu estava cantando maravilhosamente –sinta a ironia– fazendo meu shampoo de microfone. Os mosquitos eram um público realmente agitado, não paravam de se mexer no meu show.

Devo ressaltar aqui que meu bias ultimate* é Kim Hansol, ele é um deus humano. Não é como se eu o endeusasse, mas... É, eu o endeuso, mas não sou um sasaeng*, isso já é idiota e ridículo ao extremo. Se você é uma pessoa que invade a privacidade ao extremo de alguém, saiba que eu te odeio muito. Muito mesmo.

—Jeongguk, porra! Abaixa essa merda, até parece que mora sozinho. –Ri ao ouvir a voz abafada de minha mãe atrás da porta do banheiro. Com cuidado para não prejudicar meu celular, o peguei e abaixei o volume um pouco.

Eu não diria que tenho uma "família normal", a maioria é bem doida e tem alguns assuntos meio incomuns, coisa que a maioria dos coreanos não falariam. Como cocô, por exemplo. É, cocô.

Finalmente terminei de tomar o banho, me enxuguei no banheiro mesmo e enrolei a toalha do Homem de Ferro na minha cintura. Antes que perguntem, sim, eu sou fissurado por essa personagem. Ele ferra com a minha vida.

HA.

Sei lá, eu não sei bem o que vestir quando vou sair, além disso tenho poucas roupas para essa ocasião e tenho milhares de pijamas, já que fico com eles no corpo o dia todo. Como se minha mãe lesse meus pensamentos –famosa Charles Xavier–, ela adentrou no meu quarto com um cabide cheio de roupas que eu nunca tinha visto na minha vida. Ela simplesmente colocou o cabide em cima da minha cama, uma caixa de sapato no chão e saiu do meu quarto. Ok, normal.

Olhei para a roupa e era bem legal e chique, pra mim, é claro. Uma calça jeans, uma blusa branca de gola e um cordão prata feito de mini correntes.

Peguei uma cueca qualquer em uma das gavetas muuuito bem-organizadas e comecei a me vestir.

Cara, é oficial: eu ODEIO vestir calça depois do banho. Porra, mais difícil do que convencer minha avó que não estou com fome quando vou pra casa dela! Ok, mentira, não é não. Talvez um pouco.

Me sentia como num campo de batalha de um MMORPG*, Jeon Jeongguk vs. Calça jeans suprema of the Gods.

Depois de 5 minutos só naquela batalha, eu consegui botá-la e suspirei aliviado.

—Hoje não, calcinha. –Depois de processar o que eu havia dito, comecei a rir que nem um retardado com o sentido duplo da coisa. Não que eu não fosse.

Antes de mais nada, me respondam: por que a calça você bota, e a bota você calça? Reflitam.

Sem mais delongas, abri a caixa de sapatos e retirei de lá uma bota marrom claro. Puta merda, que linda! Mamis acertou em cheio. Ansioso, comecei a calçá-la e me olhei no espelho do guarda-roupa. Ok, eu estava gato. Não achei que fosse ficar tão gato assim desde que Yejin teve a maravilhosa ideia de me maquiar e me fazer vestir uma saia rodada rosa.