Capítulo quinze.

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Quando deixou Renata em casa Victor pode perceber o desagrado dela, com certeza não tinha gostado de Paola, mas também já era de se esperar afinal, Paola era mesmo desagradável.
Entrou no seu apartamento e foi tomar uma ducha, o fim de semana com Renata tinha sido maravilhoso, queria poder trazer ela para sua casa. Ficar longe dela, do seu perfume de rosas era algo que o incomodava.

Renata estava tão cansada que depois do banho se deitou e dormiu, tinha uma semana longa pela frente. Levantou da cama cedo, e foi tomar um banho, estava sozinha ainda, Flávia só voltaria a tarde e Melissa ainda não tinha mandado notícias, provavelmente a lua de mel dela duraria mais alguns dias, Renata ficou satisfeita com isso, por mais que sentisse falta de suas amigas, sabia que estavam bem, e estavam felizes isso era o que mais importava.

Havia quatro dias que Victor não via sua feiticeira, mas aquela tarde tinha uma reunião importante então sabia que iria voltar a vê-la, aquelas reuniões sempre pediam a presença das secretárias e como Rodolfo havia voltado na tarde anterior, com certeza participaria, tinha tentado entrar em contato com ela mas sem seu sócio ali era difícil se livrar do trabalho, chegava cedo e saía tarde, muitas vezes sendo o último a deixar o prédio.

- Bom dia! - Rodolfo parecia um adolescente.

- Bom dia, olha só que voltou de sua lua de mel. - ele cumprimentou o amigo sorrindo.

- Como estão as coisas por aqui? Decidi dar uma passada antes da reunião para acertamos os detalhes. Hoje é um dia importante. Se conseguirmos fechar negócio, garantiremos o futuro de nossos netos.

Victor ergueu as sombrancelhas para o amigo.

- Netos? Não temos nem filhos ainda.

- Eu sei, mas nunca se sabe o dia de amanhã. E aproveitando a deixa, pedi Melissa em casamento, e você vai ser padrinho.

- Casamento? Quem diria hein, Rodolfo Muller vai casar. Parabéns meu amigo.

- Estou ficando velho já, está na hora de sossegar, e qual a melhor hora para isso se não quando encontramos a mulher ideal.

Victor estava surpreso, seu amigo era um play boy assumido, não tinha nunca se quer namorado, apenas "pegava" as mulheres como costumava dizer e agora iria se casar com uma mulher que estava a menos de um mês. Mas não culpava o amigo, sabia como era aquilo, com Jasmine tinha sido a mesma coisa, estava feliz por seu amigo.

- Senhor, já estão todos aguardando na sala de reuniões.

Vera disse enfiando a cabeça para dentro da sala.
Ele se levantou e acompanhou o amigo para fora da sala, era hora de ver sua feiticeira.

Quando entrou na sala já à avistou do outro lado da grande mesa preta com vinte cadeiras. Ela estava fazendo algumas anotações, estava linda com aquele terninho cinza escuro, ela ficava linda com qualquer roupa. Quando ela ergueu os olhos e o avistou, um sorriso preguiçoso surgiu em seu rosto e Victor ficou feliz por ser o motivo daquele sorriso. Durante as três horas de reunião ele só conseguia olhar para ela, queria estar ali ao lado dela, jogá-la em cima da mesa e possui-la ali mesmo. Quando a reunião estava acabada e o futuro de seus netos garantido, Victor aguardou que todos saíssem da sala e se aproximou de Renata.

- Oi, estava com saudades.- falou em seu ouvido.

- Eu também, guarde isto, você pode precisar.

Ela lhe entregou um papel dobrado e piscou um olhou para ele, então saiu da sala sem ao menos lhe dar um beijo, aquela feiticeira adorava deixar ele querendo mais, mas ela pagar hoje a noite ele iria raptá-la. Quando abriu o papel viu um número de telefone. Aquilo era bom, tinha passado a semana inteira querendo um jeito de falar com ela, e agora que tinha seu número era bem mais fácil.

Pegou seu iPhone do bolso e resolveu lhe mandar uma mensagem.

Jantar hoje a noite na minha casa você está convocada, te pego as oito.
Victor.

Foi em direção a sua sala e quando estava prestes a entrar seu iPhone vibrou.

Se gostar da comida serei sua sobremesa.
Feiticeira.

Victor não conseguiu se conter, sorriu para tela, e seu amigo dentro da cueca já começou a levantar, como pode uma mulher que ele nem estava vendo deixá-lo tão excitado, só de pensar na sobremesa ele já estava duro.

- Senhor está me ouvindo. - a voz de Vera estava distante, aos poucos ele se concentrou nela. - Senhor.

- Desculpe senhorita. Estava distraído, o que disse?

- O senhor tem visita, eu pedi para ela esperar aqui, mas foi logo entrando sem me escutar.

Victor balançou um pouco a cabeça, quem será que estava ali. Não estava esperando por ninguém.

Quando entrou na sala se deparou com Paola sentada na sua cadeira, Victor respirou fundo, o que aquela cobra estava fazendo ali?

- Paola! - disse com a voz firme.

- Bom dia primo, vim aqui para almoçarmos juntos e não aceito não como resposta.

- Então vai ter que se obrigar a aceitar por que hoje tenho um almoço de negócios, mas você pode passar na sala da minha secretária e marcar um horário com ela.

- Nossa você precisa relaxar! - ela disse se levantando e vindo na minha direção,  ficou atrás de mim colocou as mãos em meus ombros e começou a apertar. - Você está muito tenso, o que aconteceu a secretária não sabe fazer você relaxar?

- Fale logo Paola o que você quer? - sai de baixo das suas garras e sentei em minha cadeira do outro lado da mesa.

- Estou aqui para pedir um favor, preciso de um lugar para ficar,o único hotel dessa cidade é um lixo, tem baratas por todo canto, não é lugar para uma mulher como eu ficar hospedada. Seu apartamento é muito grande sei que tem um espaço lá para mim, mas também não quero nada de graça, eu posso pagar. - ela se sentou cruzando as pernas e deixando que visse sua calcinha.

- Não estou no ramo de hotelaria, você devia saber disso.

- Ah! Que pena, meu pai ficará desapontado, acho que viu ter que ligar para ele, afinal quando você precisou ele te ajudou, mas você era apenas um garoto, nem deve se lembrar.

Droga ela estava jogando sujo, sabia da divida de gratidão que tinha com o pai dela, e agora estava usando aquilo. O que ele ia fazer só tinha um apartamento na cidade, e o hotel que tinha ali com certeza ela não iria querer.

- Por quanto tempo ficará na cidade?

- Estou fechando um negócio com a indústria de TNT, se der tudo certo dentro de uma semana eu volto para o Rio, essa cidade aqui precisa de mais luxo, não vejo a hora de voltar.

- Tudo bem você pode ficar no meu apartamento, mas não se meta na minha vida. - aquilo saiu em tom ameaçador, e ele viu quando ela arregalou os olhos para ele, tinha entendido o recado.

- Que bom, minhas coisas estão na cidade vizinha, vou buscá-las e volto amanhã. Até logo primo.

Ela se levantou e saiu. Aquilo não era nada bom, pelo menos ela não estaria lá quando Renata fosse jantar com ele aquela noite. Tinha que arranjar um   jeito de contar a Renata, não tinham nada sério ainda mas sabia que ela não era um caso qualquer, queria ela na sua cama todas as noites. Ou talvez com sorte ela nem ficasse sabendo da hóspede indesejada.


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