Acordo e olho pela janela,ainda esta escuro,o sol mal começa a dar suas caras,começando a colorir o céu. Saio da cama,já estou praticamente atrasada,Mestre Z vai fazer picadinho de mim se me atrasar. Visto uma roupa idêntica a do dia anterior,o bem de viver no templo é que podemos criar nosso próprio uniforme e as pessoas encarregadas irão fazer os mesmos,assim você sempre terá roupa aqui,não importa quanto tempo passe.
Enquanto sigo até o local marcado,vejo que assim como eu alguns poucos aprendizes também já estão acordados e seguem o mesmo caminho que eu,são também alunos de Z.
Creio que desde a criação deste templo,fui a única a ser escolhida por um mestre,já que aqui os aprendizes escolhem seus mestres. Sou uma das primeira a chegar e me posiciono em um dos galhos da árvore que é o nosso ponto de encontro,uma velha macieira.
Me acomodo e pego uma maça vermelhamente perfeita que estava na minha frente. Enquanto dou a primeira mordida,ouço alguns os alunos reclamando,enquanto outros estão assim como eu,sentados confortavelmente em algum lugar,conversando ou,assim como eu,tomando café da manhã.
Percebo que os que reclamam são novatos,provavelmente essa é a primeira vez que irão treinar com Mestre Z,já os demais sabem muito bem o seu método de ensino e que ele chegará,em algum momento do dia.
Depois de ter comido duas maças, o sol já havia subidos,alguns jovens conversavam irritados,alguns já estavam indo embora. Desci do galho onde estava colocando as luvas no caminho,quando cheguei ao solo,fui até a parte de trás da macieira,passei a ponta dos dedos sobre a casca,até chegar a uma parte onde já não havia casca alguma.
Assim como havia feito na clareira em Gotham,me posicionei e logo comecei a golpear a macieira,eu sabia que Mestre Z provavelmente só chegaria quando o sol estivesse alto ou até mesmo ao pôr do sol. Golpeei a árvore concentrando minha mente em apenas um ponto,acertando o mesmo local por vezes seguidas,apaguei de minha mente toda e qualquer coisa que não fosse o ponto onde eu atacava. Eu havia começado com aquilo anos atrás era por minha causa que a macieira já não tinha toda sua casca.
Meu corpo estava coberto por suor,o sol já estava a pino quando decido parar,olho ao redor e vejo que alguns aprendizes estão assim como eu,treinando,mas há apenas um dos alunos novatos ali,um garoto mirradinho,deve ter no máximo 13 anos. Sorrio para mim mesma,aquele garoto um dia será um grande mestre.
Vou até o riacho que ali corre,me abaixo para beber água,vejo uma sombra no reflexo da água,não preciso olhar para cima para saber que se trata de Mestre Z. Ele devia estar ali desde o momento que os primeiros aprendizes chegaram.
Esse era um dos seus métodos de selecionar o alunos,segundo ele se um Ruin Tay não tem paciência,não serve para ser um Riun Tay. Volto para a macieira e pego outra maça.Treinar acaba com nossas energias,as vezes até mais do que a luta em si.
Vejo alguns alunos treinando luta corpo a corpo,são bons e talvez algum dele chegue a ser um Yagin. Vejo um dos alunos vindo em minha direção,ele logo me pede para treinar luta com ele,logo eu aceito.
Começamos nossa luta,nos estudando pouco a pouco,fazendo movimentos apenas para testar o reflexos do outro,até que sou atingida por um mortal no peito que me lança longe,bem ao que parece a luta começou pra valer.
Logo nossos golpes são tão rápidos que fica difícil de distinguílos a não ser por nós que lutamos. Uso o tronco da macieira para pegar impulso e me lanço contra meu adversário,deixando-o tonto pelo impacto por tempo suficiente para que eu possa imobilizar ele e ganhar a luta.
O silêncio ao nosso redor é total,até que um som de palmas vindo do alto. Sorrio para mim mesma enquanto ajudo meu parceiro de luta a se levantar,ele ainda ta zonzo do tombo,mas ainda sim tem um sorriso no rosto.
-Parece que os anos longe do Templo não deixaram você fora de forma. Diz Mestre Z surgindo de entre as folhas da macieira.
Faço uma saudação Tay para ele,que consiste em abaixar a cabeça em sinal de respeito,e logo digo.
-Posso ter saído de Riun Tay,mas Riun Tay não saiu de mim Mestre,uso todos os ensinamento que aqui tive todos os dias e a maioria ja me salvou a vida.
Mestre Z sorri e olha ao redor,prendendo seu olhar no calouro novato.
-Bem,pelo visto teremos apenas um novo aluno esse ano. Por favor venha até aqui e se apresente. Disse para o novato.
O jovem veio até nós caminhando,ou melhor tropeçando nos próprios pés,se posicionou em frente ao Mestre e fem também a referência,em seguida virou-se para o resto do pessoal ali presente e disse baixo.
-Meu nome e Pietro.
Vendo que ele estava nervoso,resolvi deixá-lo mais á vontade.
-o que te trouxe a Riun Tay,Pietro?
Ele me olha nervoso e responde.
-Eu era maltratado por meus tios,eles eram responsáveis por mim depois da morte dos meus pais,mas me tratavam como um animal. Viemos acampar na floresta e depois de uma surra eu fugi,fui encontrado por uma mulher e duas menininhas,na realidade foram ela que me encontraram enquanto pegavam alguma planta. Fui trazido para cá,e depois que recuperei decidi ficar.
Logo Pietro foi bem recebido pelo grupo,eu sabia que ali ele seria feliz. O treino prosseguiu até tarde da noite naquele dia.
Quando voltei a cabana,tudo que fiz foi tomar um banho e um chá que haviam deixado ali para mim,que impediria que eu ficasse dolorida no dia seguinte,caí na cama e logo fui de encontro aos meus pesadelos.
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A filha do Batman:Gotham
FanfictionEla está longe de casa,as cartas estão na mesa,mas nem todos os segredos foram revelados.