Amor por uma noite

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Parecia ser uma chuva pequena, quando tinha fugido de casa, mas agora, com o acelerar dos meus passos e a cada pecada que deixei para trás, a chuva foi aumentando até virar um temporal, e para meu azar as ruas da cidade estavam alagadas e as roupas que eu usava não estavam adequadas para esse tempo, quem sairia com um short jeans que ia até o joelho e uma blusa de alcinha preta e um casaco de manga curta vermelho com detalhes pretos por todo lado, em dias de frio, porém, como poderia pensar nisso, minha vida tinha ido do purgatório ao inferno em alguns segundos, pelo menos ainda tinha meu tênis preto que avia ganhado do meu pai quando finamente lembrou do meu aniversário. A cada passo a chuva engrossava mais, então resolvi esperar ela diminuir em uma lanchonete, a única aberta a essa hora da noite, quando entrei todos olharam para mim, até parece que nunca viram uma garota fugindo da chuva e toda molhada, me virei para observar o temporal lá fora e esquecer a multidão esfomeada me olhando. Cruzei os braços, estava com frio, e encostei a cabeça na parede ao meu lado, por alguns segundos jurei que tinha visto alguém refletido na porta de vidro, estreitei os olhos para ver se realmente tinha enxergado uma garota, mas a porta se abriu e um homem com o guarda-chuva entrou, me molhando novamente, reclamei com ele, mas só fez virar a cara e ir sentar em uma cadeira perto do balcão, resmunguei algo do tipo ''idiota'' e voltei a minha observação e pensamentos pessoais. Depois de alguns segundo, senti algo me tocando

-loirinha, só pode ficar aqui quem vai consumir - era o dono da lanchonete, um grandalhão metido a malvado

-posso consumir

-tem dinheiro?

Botei as mãos no bolso procurando algum sinal de dinheiro, mas como imaginava nada

-o senhor aceita fiado?

Sua expressão se fechou e ele me expulsou do se estabelecimento, mas não antes de escutar reclamações do seu péssimo atendimento, quando sem ver esbarrei em alguém, virei para olhar e pedir desculpa, já que a culpa foi minha, porém, quando avistei seu rosto de anjo, seus olhos azuis e seus cabelos negros debaixo da sombrinha cinza, não conseguir dá uma palavra se quer, ele sorriu para quebrar o clima, mas não adiantou muito, ao contrário me cativo ainda mais, era uma das figuras mais belas que eu já tinha visto, sua altura e seu porte era de encantar

-algum problema?

Sair do feitiço daqueles belos olhos e conseguir responder um não

-ótimo - ele sorriu e ouve um silencio, que fiz questão de quebrar, mas que permaneceu por alguns segundos

-eu não recomendo essa lanchonete, se estivesse pensando em entrar, claro

-não, eu só estava passando - ele me olhou de cima a baixo - que carona na sombrinha até em casa?

-estou fugindo de casa

-olha que coincidência, estava procurando uma fugitiva para acompanhar

Levantei a sobrancelha e ele sorriu

-seus pais nunca li avisaram de não ir com ninguém que acabou de conhecer a algum lugar?

-eles me falam várias coisas, mas prefiro tirar minhas conclusões - ele ofereceu seu braço e eu aceitei.

Caminhamos pela chuva protegidos pela sua sombrinha em silencio, quando perguntou
- se não for incomodo, por que fugiu de casa?

-prefiro não responder - ele sorriu e olhou para mim - que foi?

-seus olhos também são azuis, só que mais fortes

-os seus também são lindos

Ele sorriu e virou para frente

DescendantWo Geschichten leben. Entdecke jetzt