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já se passavam 4 anos desde que meu pai se casou novamente e dessa vez não era com a minha mãe.

ele se casou com uma mulher, que era muito bonita se você está se perguntando, e ela tinha dois filhos, um da minha idade mas que eu quase não conversava já que ele só ia para festas e não parava em casa; e jimin, o filho mais velho.

jimin tinha dois anos a mais que eu e era meu melhor amigo. pelo menos era isso que eu significava pra ele uma vez que para mim ele significava muito mais.

meu pai morava em seul enquanto minha mãe morava em busan, esse era só alguns dos dias que eu vinha passar com meu pai.

e lá estava eu, sozinho, numa caminhada gostosa às 6 da manhã à caminho da rodoviária, quando eu escutei passos desesperados as minhas costas e me virei para saber o que era.
ou melhor, quem era. e era jimin.

eu perguntei por que ele estava ali e ele apenas me disse que iria me acompanhar até a rodoviária.

a caminhada que estava confortante ficou estranhamente pesada e meus olhos estavam fixos no chão.

– me desculpe. – jimin disse.

eu sabia ao que ele estava se referindo, mesmo assim perguntei:

– pelo o quê?

– não se faça de bobo, jungkook.

eu engoli em seco e voltei a caminhar, e ele me parou.

– jimin, relaxa, não significou nada e eu não vou contar pra ninguém.

– você tem certeza de que não significou nada?

eu não sabia a onde ele queria chegar com aquilo.

– você é hetero, eu sei – eu respondi.

– alguma vez eu disse ser hetero?

– não, mas... você tem namorada.

– ah, ela. – ele falou como se fosse um incômodo – eu estava confuso em relação aos meus sentimentos e ela foi uma pessoa que me escutou. mesmo eu fingindo falar sobre um amigo, então hipoteticamente, ela nunca soube que o amigo era eu e nem que eu estava me referindo à você.

eu já não sabia mais onde colocar a cabeça.

– jimin, nós estavamos bêbados...

– eu não estava bêbado o suficiente para não saber o que eu fiz, eu o fiz porque queria e você não estava bêbado o suficiente para não entender, você correspondeu porque queria.

– jimin, eu realmente não sei o que você quer dizer com isso.

– então vamos lá. jungkook, você sempre foi um mistério pra mim, você nunca me falou sobre seus sentimentos, sobre o que você gostava. sempre foi jimin falando e nunca jimin escutando. você é um mistério que eu tinha descobrir, que eu quero descobrir. eu tentei te mostrar diversas vezes o quanto eu gostava de você e você nunca percebia, me embebedar foi minha única saída. mas agora eu estou sóbrio o suficiente para te perguntar: quer que eu te prove mais uma vez?

gelei.

– jimin... eu...

então ele me beijou, doce e gentilmente, fiz de tudo para não corresponder mas não consegui, aliás não sou de ferro. cedi e ele me beijou como se estivesse esperando isso por muito tempo. como se estivesse esperado tanto quanto eu. ele nos afastou e esperou, me encarando, uma resposta.

– isso é errado...

jimin me encarou completamente perplexo:

– mas jungko...

eu dei um sorrisinho e ele se calou, então continuei:

– mas eu amo o errado.

então jimin sorriu, aquele sorriso que só ele sabe dar, com seus lindos olhos sumindo, e pegou na minha mão, entrelaçando seus dedos com os meus.

assim, de mãos dadas, voltamos para casa do meu pai, mas dessa vez eu sabia que tudo seria diferente, porque agora eu tinha a certeza.

jimin me amava tanto quanto eu o amava.

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