Pudim Amassado (A História Completa)

CAPÍTULO ÚNICO

Era uma vez, duas grandes confeitarias, a Confeitaria Sr.Cueio e a Confeitaria PRISMO, elas eram muito famosas pelos seus pudins, a Confeitaria Sr.Cueio tinham os melhores pudins de leite condensado da cidade, já a Confeitaria PRISMO tinha o pudim de claras MAIS INCRÍVEL de toda Cidade Aipim, as duas eram rivais e ficavam bem perto uma da outra, na verdade,  as duas ficavam exatamente frente a frente, separados somente por uma estrada. sempre queriam vender mais que o outro, mas nunca deixavam de investir no AMOR. Sim! Amor! O Amor era o que dava, literalmente, vida, a cada bolo, bolacha, pudim... O amor é transmitido aos seus produtos junto com o sentimento que o confeiteiro estava sentido.

Um dia, uma nova confeiteira foi contratada pelo Seu Primo (Entendeu o trocadilho? PRISMO - PRIMO), o Sr.Cueio, ao saber disso, querendo imitá-lo, contratou um confeiteiro novo, então, os dois começaram a trabalhar no mesmo dia, nesse mesmo dia, desacostumados com toda a quentura da cozinha e o cheiro de bolo que uma hora se tornou asfixiante e dos pudins que estavam sendo assados gritando "AAAAAAH!"(Pudins são sensíveis, não suportam nem um calor de 180ºC), coincidentemente, ao mesmo tempo, decidiram ir para frente da loja para respirar um pouquinho.  Quando chegaram ao seu destino, eles se viram, o moço se encantou com os olhos verdes dela, com aqueles cabelos loiros e com todo o seu jeito de meiga, na mesma hora, se apaixonou, por outro lado, não se pode dizer o mesmo da moça, já que ninguém entendeu exatamente o que ela estava sentindo na hora, ela apenas esfregou o pé no chão e olhou para baixo, como quem fica envergonhada, e voltou para a confeitaria, O Rapaz, queria muito ir falar com ela, mas o Sr.Cueio chamou na hora, e ele teve que voltar para dentro da confeitaria.

Ao chegar na cozinha, o rapaz não conseguia parar de pensar na moça, tanto que no resto de seu expediente, colocou sal ao invés de açúcar das bolachinhas (estranhamente, isso fez elas voarem),  esqueceu de fazer as tortas, até que finalmente, queimou todos os pudins, isso foi a gota d'água, seu chefe o demitiu na hora, pelo menos um dos pudins ainda podia ser salvo, ele estava queimado só um pouquinho embaixo, este foi para a vitrine.

Enquanto isso, o homem, agora sem emprego, apenas, foi até a frente da loja, se abaixou e começou a chorar.

Quando o Pudim Meio Queimado foi colocado na vitrine, junto com os outros pudins que ainda não tinham sido vendidos,  maioria dos pudins ali, estranhamente só sabiam conversar sobre futebol e política, diferentemente do Pudim Meio Queimado que queria abraçar todo mundo, queria falar de amor, queria expressar seus sentimentos, mas todos eram exageradamente frios, dessa forma, o Pudim, agora, meio triste, queria apenas ficar sozinho, então, ele foi para o cantinho da plataforma onde os pudins ficavam, se sentou e ficou olhando os carros passarem , mas aí, de repente, ele viu um movimento na vitrine da confeitaria da frente,  ele tentou focar no que estava acontecendo, mas os carros passando o impediam de ver perfeitamente o outro lado, então, ele olhou fixamente pra frente, até que o Sinal ficou vermelho, daí, ele finalmente viu o que estava acontecendo, a Confeitaria PRISMO acabara de colocar na vitrine um novo modelo de pudim, Pudim de Morango, era Uma Pudinzinha Rosa, com vários moranguinhos em sua "cabeça" e um molho de morango espalhado por todo o corpo. O Pudim se apaixonou por ela em milésimos de segundos, seu coração (devidamente feito de caramelo) nunca tinha batido tão rápido em todos os seus 5 minutos de vida, já a Pudinzinha, apenas passou da cor vermelha, para rosa, olhou para baixo e ficou mexendo o pé.

O Pudim queria poder falar com ela, então, seguindo a batida do seu coração, pegou um dos adesivos que ficavam no vidro da vitrine em forma de flor, desceu de seu suporte e procurou a saída da loja.

O Pudim era meio burrinho, então ele deve ter demorado uns 5 minutos para achar a saída da loja, mas quando saiu, se deparou com aqueles carros andando para um lado para o outro, ele não sabia nem da existência daquele sinal de trânsito, ele pensava que todos aqueles veículos andando eram uma espécie de barreira que ele tinha que atravessar para ver a sua amada, então, ele tentou, com a sua mínima inteligência, calcular a hora certa de atravessar a rua e atravessou-a, porém, como de se esperado, seus cálculos eram falhos, e ao chegar no meio da rua, foi atropelado. PUFT! PUDIM AMASSADO!

Quando o rapaz estava parando de chorar, decidiu se levantar, e quando se levantou, presenciou a cena. O Pudim, ainda apresentava pequenos traços de vida, seus braços ainda mexiam, então, esperou o sinal ficar vermelho e tentou pegar rapidamente todos os pedaços do pudim.

A Pudinzinha Rosa também presenciou toda a tragédia, ela surtou e tentou, o máximo possível chamar a sua criadora, infelizmente presa dentro de uma cúpula de vidro, então ela foi limitada apenas a fazer pulos e gritar o mais alto que podia, de qualquer forma, a moça que a tinha feito estava por perto, conversando com o Seu Primo e chegou rapidamente e perguntou o que estava acontecendo, a Pudinzinha simplesmente apontou inúmeras vezes pro Pudim Amassado e o cara que o tinha feito, a mulher, vendo o estado do pudim, ainda com a Pudinzinha na mão, correu para tentar ajudar. Quando ela chegou no local do acidente, começou a tentar juntar também algumas partes do pudim que estavam espalhados pela estrada, o rapaz ainda não tinha notado a presença dela, até que os dois colocaram, sem querer, suas mãos uma sobre a outra.

Os dois se olharam fixamente.

O sinal abriu, mas eles não perceberam.

Um carro parou atrás deles e começou a buzinar, mas eles não escutaram.

A Pudinzinha subiu no braço da moça, foi até o seu ombro e tentou chamar sua atenção, falhou miseravelmente.

O Pudim Amassado, ainda ainda meio vivo e meio morto, murmurou alguma coisa bem alto, nada aconteceu.

Os dois confeiteiros, então, começaram a se aproximar.

E se aproximaram mais.

Até que os dois conseguiram sentir o vento inalado e exalado de seus narizes.

Até que, então, se beijaram

Do nada, tudo o que estava ao seu redor,  não tinha mais importância.

Aquilo parecia que ia durar para sempre, mas não durou mais que 30 segundos.

Quando a fila de carros atrás deles estava grande, finalmente, as buzinas conseguiram ser fortes o suficiente para chamar a atenção deles. Eles, envergonhados, foram correndo até a Confeitaria do PRISMO(Foi uma escolha rápida, feita primeiramente pela moça, o rapaz apenas à seguiu). Ao chegarem na calçada, eles lembraram então do Pudim, que a essa altura já estava dando os últimos suspiros, então, levaram até a cozinha do Seu Primo (É, ele era gente boa), colocaram todo os pedaços dele dentro de uma forma, adicionaram um pouco de massa, ovos e leite condensado, colocaram ele mais alguns minutinhos dentro do forno e esperaram ele ficar pronte. Enquanto isso, a Pudinzinha acompanhava tudo na mesa, chorando, vez ou outra sendo consolada pelo Seu Primo, "Vai da thudo cherto, você vai ver, vocês vão dar um belo casal",  ele dizia.

Então, eles esperaram um certo tempo e retiraram a forma de lá e retiraram o Pudim da forma, porém, eles só viram em cima de sua mesa um pudim morto, ele, então, o jogaram no lixo, é claro que houve resistência da Pudinzinha, mas, no final, ela cedeu.

Houve um clima de luto naquela cozinha.

Mas, então, do nada, a lixeira começou a se mexer, a tampa começou a subir e então, ainda que com muita fraquesa, saiu da lata de lixo, o Pudim, a Pudinzinha, então saiu correndo e o abraçou da forma mais carinhosa que pode, o Pudim, olhou fixamente pra ela, e os dois se beijaram.

Assim, o rapaz, por bondade do coração de Seu Primo (que via o amor entre ele e a sou nova empregada),  foi contratado para a a Confeitaria primo e, no final da contas, casou com a moça; E os dois pudins casaram, e tiveram filhos (curiosamente, esses filhos eram cupcakes) . E o resto da história, bem... NO FINAL TODO MUNDO MORRE! FIM!