Capítulo 29

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Fomos embora para casa depois daquele desconforto com a Simone. Ele ficara em silêncio a volta para casa toda.

- Há algo que ainda preciso saber? – perguntei a ele.

- Não!

- Logo estarei na minha própria casa e lá poderemos ficar de boa. Foda-se o que os outros acham de nós. Acho até estranho você estar assim!

- Alan, eu sou a pessoa mais de boa desse carro. Você que na verdade ainda não parou de falar.

- Essa doeu – disse arrancando aquele sorriso torto.

O celular do Burro tocara. Ele atendeu, deu umas gargalhadas e depois passou para mim.

- É o seu irmão - disse ele abaixando a cabeça.

Já sabia que viria coisa por aí.

- Alô?

- Você tá de sacanagem, né moleque? – disse ele com aquele ar de arrogante como sempre.

- Do que está falando?

- Você é irresponsável mesmo. A mãe está aqui em casa esperando há tempo. Cade essa bosta de celular?

- Está aqui comigo! – respondi tateando o bolso do meu short.

- E por que está desligado? – berrou ele do outro lado.

- O que você quer Arthur? Estou dirigindo para casa.

- Te espero aqui!

Desliguei o celular e fui direto para casa. O Burro tentou me confortar por uma ou duas vezes, mas sem sucesso. Estava de saco cheio do meu irmão. De saco cheio dele bancar o meu pai.

- Sei que me acha mimado, mas o Arthur não facilita nada. Queria que ele fosse o meu grande irmão, mas ele só está confirmando a minha teoria de que quer que eu vaze de casa.

- Ir embora, talvez, não seja tão rum assim! Será que já pensou por esse lado?

- Definitivamente não, mas depois desses dias com ele, acho que será a melhor coisa a fazer.

Chegamos no prédio, deixei o Burro no bloco dele e rumei para casa. Meu coração disparara a cada metro que ia chegando ao elevador.

"Se ele acha que vai me ofender, está bem enganado. Se ele acha que dessa vez vai sair por cima, está enganado mais ainda!"

Cheguei no apartamento e lá estava a minha mãe. Cabisbaixa, olhando para o chão.

"Isso não é nada bom!"

- Até que enfim o príncipe chegou! Faz ideia desde que horas estamos ligando para você? – perguntou meu irmão me empurrando no sofá, me fazendo sentar a força.

- Arthur?! – disse a minha mãe ríspida.

Ela detestava a maneira com que ele me tratava.

- Não tá bom demais para você aqui? Seu irmão e sua mãe trabalhando para você ficar até domingo meia noite na rua?

Continuei a encará-lo.

- É por essas coisas que você vai sair dessa casa. É por ser mimado, ter tudo na mão e sua mãe passar a mão na cabeça que amanhã você sai daqui!

- Só para efeito de conhecimento. Desde quando você determina quem entra e quem sai aqui de casa. Sou tão filho quanto você!

- Vagabundo, folgado, onipotente, mimado!

MEU CORPO É MUITO PESADO!!!Onde histórias criam vida. Descubra agora