Capítulo do livro anterior...

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Não obstante de tudo o resto, Ben sentia-se bastante melhor. O que Byron fizera — ter fingido a sua amizade perante ele — fora demasiado cruel. Além disso, ele havia morto Zack. Ben olhou à sua volta e viu todos os seus amigos em silêncio com o corpo de Zack estendido no chão. Ninguém sabia o que fazer, mas Peter interrompeu o silêncio perturbador:

— Não sei se deveria interromper mas... Temos um Syker à nossa espera.

— Sim, acho que deveríamos ir — disse Jolly.

— Não podemos deixar o Zack aqui — disse Ben — Temos de o enterrar, ou assim.

— Não.

Ben olhou à sua volta para ver quem falava e viu que era Aria.

— Hum? — murmurou Ben.

— Acho que deveríamos levar o corpo connosco para podermos fazer experiências com ele — soluçava ela, contendo as lágrimas — O sangue dele é muito precioso para a cura e acho que o Zack iria gostar se ele tivesse contribuído para a ajuda da humanidade.

Todos concordaram e caminharam em direção ao Syker, levando o corpo com uma manta sobre o seu rosto.

Um dos pilotos era um soldado que os iria levar para o Alasca, juntamente com mais vinte soldados escolhidos por Peter.

Ben sentou-se ao lado de George e permaneceu calado. Os motores do Syker começaram a rugir e os propulsores por debaixo dos seus pés arderam com toda a intensidade. Por fim, o Syker levantou voo e planou o céu, agora, em direção a Inveree, no Alasca.

George apertou o ombro de Ben:

— Fizeste o que estava correto. O Byron não deveria ter feito o que fez.

— Claro, mas ele não merecia morrer. Eu matei uma pessoa, George... — replicou Ben, contendo as lágrimas.

— Foi legítima defesa! — George quase gritou.

As palavras de reconforto de George não o fizeram sentir melhor, todavia, Ben respondeu:

— Está bem...

— Tens de pensar que agora a diante as coisas vão correr melhor. Finalmente arranjá-mos sítio para viver.

Apesar de tudo, George tinha razão. Ben apenas queria descansar a sua mente por uns tempos. Aquilo que acontecera na sua vida era demasiado para um adolescente da sua idade.

Ben anuiu e teve vontade de abraçar o seu amigo. E assim fez. Abraçou-o. As lágrimas arderam-lhe nos olhos e soube-lhe bem chorar. Ele tinha medo do futuro e queria esquecer o passado para sempre.

Depois afastou-se dele e caminhou para junto de Aria. Sentou-se ao seu lado e disse o seu nome:

— Aria?

Não obteve resposta.

Ben sentia falta dela e estas palavras saíram-lhe da sua boca:

— Eu amo-te, Aria. Desculpa.

A cabeça de Aria rodou para encarar Ben. O seu rosto estava pálido e repleto de mágoa, mas rapidamente se iluminou, ao mesmo tempo que uma lágrima escapava dos seus olhos.

— Eu também te amo, Ben — ela encostou-se ao seu peito, chorando — Não aguento mais a minha vida! O Zack morreu!

Ben esquecera-se de o facto de Aria ter crescido com Zack. Claramente que ela estava frágil, portanto abraçou-a e ela fez o mesmo.

De repente, o alarme do Syker liga. Era um som estridente. A tripulação que estava no interior da aeronave começou a entrar em pânico.

A aeronave dava solavancos e guinadas, parecendo que estava a cair do céu para a superfície terrestre. O coração de Ben parecia que ia saltar do seu peito. Ouviu-se gritos de pânico e estridentes.

Ele estava a transpirar e o calor instalava-se no interior do Syker. Uma luz intensa começou a penetrar as janelas.

Peter correu em direção a Ben e gritou:

— Iniciou-se um inesperado Eclipse de Fogo!

— O quê?! — grita Ben entre os brados da barulheira.

— Por causa do calor, os motores do Syker sobre-aqueceram!

Ben quase desmaiou com o que ouviu a seguir:

— Os motores não funcionam, ou seja, vamos nos despenhar!

E depois, o Syker dá uma guinada e Ben sente-o a cair com toda a velocidade. 

Desafio Final - O Vírus Mortal #3Onde histórias criam vida. Descubra agora