Meu Novo Chefe Estúpido

7 - O Convite. (parte 1)

Olho no celular as horas, e vou até o meu armário separar a minha roupa. Pego uma calça jeans justa e uma blusa de seda preta de mangas compridas, um blazer azul marinho e um conjunto de calcinha e sutiã bege. De calçado, pego uma sapatilha vinha e deixo a mesma ao lado do criado mudo, enquanto sigo com as roupas para o banheiro.

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Termino de passar a maquiagem, pego minha bolsa pendurando ela em meu ombro, burrifo um pouco de perfume e desço as escadas saindo de casa logo em seguida. Pego um táxi, e em menos de trinta minutos já estou na frente da empresa. Adentro-a em passos confiantes e para a minha sorte tem poucos funcionários hoje aqui. Comprimento algumas pessoas e entro no elevador. Tiro o celular de dentro do meu bolso de trás da calça e vejo que estou três minutos atrasada. Mas que droga! Saio do elevador disparada, atropelando algumas pessoas, e por fim, bato na porta do babaca que permite minha entrada na mesma hora.

- Atrasada! Por que isso não me surpreende? - Revirei os olhos com o seu tom debochado.

- Eu estou aqui, não estou? - Rebato, seca. Liam ergue as sobrancelhas e me analisa dos pés a cabeça.

- Sente-se. - Ordena.

Ando até a cadeira vazia a sua frente e a ocupo, deixando minha bolsa escorregar para o meu colo.

- Vamos lá, comesse a dizer o que você quer. - Eu já me imaginava saindo por aquela porta e aproveitando o meu domingo bem longe dele. E isso me deixou mais ansiosa para que terminasse logo, dando-me um pingo de paciência.

- Na verdade não sou eu que quero. Se fosse por minha escolha, com toda certeza não seria você quem eu chamaria. - Ele aponta, maldoso. Eu chego mais pra frente, inatingida com suas palavras.

- Será que da pra falar logo, então? Não estou mais aguentando olhar pra você, sinceramente.

- Ótimo. É recíproco. - Sorri de canto. - Não é aqui que vou te dizer, na verdade. Vamos à um restaurante que eu te conto.

- Fala sério! Da muito bem pra você falar aqui. Isso é o quê, vontade de me ter almoçando com você? - Ergo as sobrancelhas, debochada.

- Aham. - Ironiza, impaciente. - Agora vamos. - ele levanta de sua poltrona e vem em minha direção. Franzo o cenho quando sua mão repolsa no meu pulso.

- Aprendi a andar sozinha, com licença. - Arranco meu braço e ele rosna, dando um passo para trás e eu ando na frente para fora da sala.

Entramos no elevador e ele aperta o botão para o térreo. Me encosto no alumínio e cruzo os braços emburrada. Evito meu olhar encontrar minha imagem no espelho e encaro meus sapatos. Liam viu a minha expressão e começou a rir sozinho. Aquile som me deixou estressada.

- Tenho cara de palhaça agora? - Pergunto lançando um olhar irritado em sua direção.

Liam recupera o controle e cruza os braços também; me encarando agora desafiador.

- Não se esqueça quem eu sou, querida. - Debocha, com um olhar ameaçador.

- Impossível com você me lembrando a cada minuto. -Murmuro, áspera.

Saímos do elevador e seguimos em silencio até a sua BMW. Ele destravou as portas e como um cavalo - literalmente - entrou no lado da porta do motorista, me deixando ao lado de fora espantada com a falta de cavalheirismo. Mas vamos ser sinceros, eu estou falando de Liam Deluth, como eu posso esperar outra coisa dele? Soltei um grunhido alto e brutalmente, abri a porta sentando no banco. Fomos o caminho inteiro em silêncio e pela primeira vez achei que ele fez algo inteligente.
Estava tão concentrada no jogo no meu celular que acabei esquecendo do troglodita ao meu lado. Uma paz. Uma paz para minha mente.

- Chegamos - Percebi só agora que ele havia parado com carro em frente ao restaurante. Suspirei e abri a porta, saindo em seguida. Ele entregou a chave para o manobrista e entramos no restaurante.

Nos sentamos em uma mesa reservada e fizemos nossos pedidos depois de olha-lo no cardápio.

- Iai, vai falar logo ou vai enrolar mais um pouco? - Cruzei as mãos em cima da mesa, encarando-o sarcástica.

- Você é muito apressada, tem que relaxar um pouco. - Vejo o seu sorriso irritante aparecer aos poucos e isso me faz revirar os olhos.

- Relaxar? Com você? Virou piadista agora senhor Deluth? - Indago olhando o meu prato que foi posto a minha frente neste momento.

- Pelo que eu me lembre não tinha feito nenhuma piada, senhorita. Mas se me considera assim, obrigado. - Bufo exasperada.

- Olha Liam, como você pode ver, eu não estou com paciência, então pelo amor que você tem pela sua vida, fale logo! - Enfiei uma garfada de macarronada, irritada na boca e limpei o molho com o guardanapo em seguida.

- Okay, você venceu. - Suspirou. - Lembrando... Meu pai quem me obrigou. - Eu espero. Largo o garfo e presto atenção nele. - Ele quer que você seja minha companhia no baile. - Tinha desgosto em sua voz. Ele parecia não estar satisfeito com isso.

- O que disse? - Eu queria certeza se aquilo que eu ouvi estava certo.

- Meu pai me obrigou a tê chamar para o baile. - Repetiu em um tom um pouco mais elevado. Processei em silêncio suas palavras lentamente e... arregalei os olhos em um misto de supresa e espanto.

Isso é brincadeira... Só podia ser.