Prólogo.

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14 de Março de 1996, às 15h

Mesmo nas minhas lembranças mais antigas, a única pessoa com quem podia compartilhar meus segredos mais íntimos era Felipe Almeida. Era como se só me sentisse viva de verdade quando ele estava ao meu lado, e, no mais escondido do meu coração, sabia que ele sentia a mesma coisa, mesmo nunca tendo ousado nada me dizer. Queria fitá-lo, perder-me para sempre dentro de seus suaves olhos cor de sarifa escura e dizer-lhe o que realmente sentira, mas as palavras eram proibidas. Ele era meu melhor amigo. 

Havia um jeito, entretanto, de eu fitá-lo e ele a mim, sem ficarmos constrangidos: Quando eu o pintava. Ele estava sempre disposto a posar. Com  paleta entre nós, e o meu mundo artístico servindo de desculpa. 

Felipe era o galã da escola. Jogava futebol no melhor time da escola. Ele era alto e foi eleito o sorriso mais bonito no ano passado. Eu não sabia o por que ele andava comigo. O que mais adorava nele, era o fato de não se importar com o que os outros pensavam, e ele fazia questão de não me esconder.  E eu adorava também quando ele me chama de Alicinha, ah, como eu adorava.

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