O DIÁRIO DE UM ANJO.

(56) Um pelo outro.

Acordei me sentindo estranho, sentei na minha lápide sem vontade nenhuma de me levantar.

Sobre ontem lembranças vinham até a mim, foi uma noite maravilhosa eu...Beatriz... e o calor do...

-está melhor?

Olho pra frente com dificuldade pela claridade do dia, vejo Bianca me olhando com uma expressão desgostosa, ela parecia esta muito magoada comigo.

-sim... Bianca olha so,

-não Mateus, nem começa ok ontem foi mais uma noite que você chegou bêbado aqui...

-eu ainda estou materializado?

-não Ângelo veio aqui ontem, e sabe oque ele fez? Riu, ele riu da situação Mateus você tem que parar ja deu essa faze tem que acabar.

-isso não é uma faze Bianca, não é... eu tenho que fazer isso, eu preciso fazer.

-porque? Porque isso agora?! Se você descobriu que você pode reviver de um modo mais fácil?

-eu preciso saber mais sobre isso, Gabriel com certeza não irá me dizer nada então estou apelando para o Ângelo.

-você não está tentando descobrir nada, você so está enchendo a cara e fazendo sei la mais oque com o Ângelo, ele não é boa companhia Mateus quando você vai entender isso.

-quando eu estiver vivo outra vez.

Me levanto e fico andando de um lado para o outro, Bianca me deixava nervoso. Ela me confundia Ângelo estava sendo tão legal pra mim.

Eu estava fazendo coisas que eu nunca tinha feito em vida, e o que tinha de errado nisso?

-para Mateus, eu posso fazer isso por você.

-você ja fez muito por mim... ja ta mais que na hora de eu aprender a me virar, não acha?

-eu acho que ta na hora de você parar de ser tão irresponsável.

Eu olho para ela e fico a encarando por um tempo.

-por favor, deixa eu ajudar você.

-e como você pretende fazer isso?

-você confia em mim?

Eu chego mais próximo a ela e a puxo pela cintura dando-a um abraço apertado.

-faça o que quiser, eu confio em você.

》Bianca narrando

Mateus me envolveu com seus braços em um abraço confortante.

Confesso, que era contra a minha vontade, eu não queria que o Mateus voltasse a reviver eu queria que ele aceitasse o fato de que ele morreu e acabou.

Mas ele não está feliz, e está disposto a tudo para voltar a viver e Ângelo estava se aproveitando disso.

Eu não irei deixar ele fazer o que bem quiser com o Mateus, não em quanto eu estiver aqui.

-tenho que ir.

-onde você vai?

-resolver uns problemas, nada muito importante mas depois eu venho para conversarmos.

Ele me deu um beijo na testa e eu me soltei de seus braços.

Eu sai do cemitério e estava indo em direção a um famoso bar, um que eu tinha certeza que eu encontraria Ângelo, eu ganhei a confiança do Mateus e não vou joga-la fora.

Como o previsto ele estava la, bebendo com sempre faz, dou uma olhada pelo bar que estava vazio apenas alguns jovens sentados em uma mesa e dois homens bebendo no balcão.

Pego o corpo de um deles emprestado, e vou em direção ao Ângelo, me sento no banco ao seu lado, pego o seu copo e bebo o uísque de uma vez so, ele se levanta e fica cara a cara comigo.

-qual é a sua maluco.

Eu me levanto e fico mais próximo a ele.

-levanta e vai em direção ao banheiro, preciso falar com você.

Ele faz uma cara de desentendido mas mesmo assim se levanta e vai em direção ao banheiro, volto para o lugar em que eu peguei o corpo e abandono-o.

Vou para o banheiro dos homens, e vamos combinar péssimo lugar para marcar um encontro, o banheiro estava sujo e com um cheiro horrível.

Assim que fui até o final do corredor eu dei de cara com o mesmo.

-eu sabia que tinha dedo seu nisso, senti cheiro de confusão.

-precisamos conversar.

-aqui? No banheiro? Quem entrar  aqui vai achar que eu sou louco por estar conversando com a parede.

-é so voltar a ser anjo.

-não posso Bianca, eu sou a âncora para os dois lados, eu sou o único que pode estar nos dois lugares ao mesmo tempo.

Eu tinha raiva dele, raiva do jeito que ele falava... se sentindo melhor que os outros, botando todos ao chão.

-me materializa de uma vez.

Ele da um sorriso de lado, e põe a mão no meu rosto, eu teria quase toda certeza que ele iria se abusar, mas após sentir um choque extremo eu mudo de ideia.

Respiro fundo e me controlo para não começar a chinga-lo de nomes horrorosos.

Tomamos um surto após ouvir a porta do banheiro se abrindo e um homem  com o uniforme do bar entrando.

-ei, o banheiro das mulheres é do outro lado, você não pode entrar aqui.

Olho para o Ângelo e faço um sinal pra ele me encontrar do lado de fora, o funcionário ainda estava me olhando.

-ta olhando oque babaca, cai de boca.

Ele faz uma cara de assustado e eu saio do banheiro.

-essa é minha garota.

Ouso Ângelo dizendo atrás de mim mas não dou bola, continuamos andando e fomos para fora do bar.

-ja sei, veio tirar satisfação pelo o seu namoradinho? Ops ex.

-porque está fazendo isso com ele? Oque ele te fez?

-oque eu estou fazendo? Eu estou ajudando-o irei dar oque ele quer é so ele cumprir o prometido.

-que prometido?

-curtir a vida, isso não é um castigo, digamos que é um presente.

Eu não sabia o que fazer, aliás eu tinha diversas ideias de como chinga-lo mais isso não faria ele me contar nada.

-mas a final, eu não vim aqui pra falar do Mateus, aliás eu não quero nem saber daquele idiota.

Ele me olha um tanto surpreso, eu sei que não seria fácil por meu plano em prática mais não custava tentar.

-achei que você o amava.

Ele disse sentando-se em um banco que se encontrava ali perto.

Dou uma risada debochada, pensando no que eu iria falar pra ele.

-eu não o amo, nunca o amei eu apenas gostava dele mas ele resolveu ficar com aquela favelada.

Senti um desconforto por estar falando daquele jeito do guri que eu amava.

-eu sei bem como é, então você está... livre?

Ele disse se aproximando muito mais do que era necessário.