Capítulo 1

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P.O.V Gigi

Deixando para trás um dia frio e nublado em Nova Iorque, já o meu avião privado me esperava. Numa correria pelo aeroporto, evitava fotógrafos e pedia licença a quem se atravessava no caminho pois eu tinha os minutos daquele dia contados. Assim que me sentei no confortável assento do avião, acompanhada das minhas duas fiéis companheiras e maquilhadoras e do meu fotógrafo, apaguei. Literalmente adormeci, desfrutando de umas excelentes 10 horas de sono.

Hoje preparava-me para uma importante sessão fotográfica para a Vogue, em Itália. Navegava pela internet, distraída, enquanto Lily e Hilary tratavam da minha maquilhagem, manicure e cabelo.
Patrick Demarchelier, o fotógrafo com quem hoje trabalharia corria de um lado para o outro, atarefado.

- Gigi, o teu par de hoje chegou. - As suas palavras puxaram-me para a realidade, despertando-me de um transe momentâneo. Par? Do que estava ele a falar?

- Não penso que tenhamos falado sobre... - Não acabei sequer de falar porque o meu corpo congelou no lugar. Ainda bem que estava sentada. Caso estivesse de pé, aposto que teria perdido a força nas pernas no mesmo instante. Embasbacada com tão bonito homem que via pelo reflexo do espelho, esqueci o que queria dizer. Virei a cadeira e apertei o robe contra o meu corpo. Cabelos negros, olhos castanhos escuros, um perfume que se sentia à distância e uma essência a homem à qual não estava habituada. Senti-me desamparada por momentos. Deslocada do sítio e da situação. Esqueci até que haviam escolhido um par para a minha sessão fotográfica sem ao menos me consultarem ou avisarem.

De uma beleza tão abundante, seguro de si mesmo, um sorriso sereno nos lábios. Observei-o meticulosamente, estudando detalhadamente cada linha e contorno do seu rosto. Infelizmente, observar os mais ínfimos detalhes não diminuiu nem um pouco o meu deslumbramento. A minha pele arrepiada, aquele homem irradiava uma energia imensa. Soube naquele momento que não seria a última vez que ele me arrasaria desta maneira. Tinha o dom de arrasar uma mulher somente pela presença, perigoso. Levantei-me num pulo depois de minutos de puro silêncio e êxtase. Aproximei-me, determinada.

A sua mão tatuada coçou a sua nuca enquanto sorria, ainda com aquele estúpido sorriso estampado nos lábios. Estúpido de tão sereno que era. Um sorriso de cortar a respiração. Os lábios carnudos, o olhar deslumbrante que encontrara o meu. Uni forças para continuar a caminhar até ele e ofereci a minha mão, num comprimento educado.

- Não são precisas cerimónias. Sou o Zayn. - Oh, a voz. As minhas pernas bambas, o meu corpo arrepiado. Aquela voz era rouca e provocava-me sensações indescritíveis. O moreno deu um passo na minha direção, beijando-me o rosto. Maldita barba. Maldita mas ficava-lhe tão bem. Cheiro a homem não lhe faltava. Um misto de perfume com um cheiro incrível a homem.

- É um prazer. - Beijei a sua face, esforçando-me para não atropelar as palavras que saíam pela minha boca.

O olhar de Zayn percorreu-me o corpo de cima a baixo, demorando-se aqui e ali. Contornando-me as curvas com o olhar. A sua língua humedeceu os seus lábios e desejei ser eu a fazer aquilo.
Patrick entrou na divisão estalando os dedos.

- Vejo que já se conheceram. Têm dez minutos para descerem. Zayn, tenho as tuas roupas noutro quarto. Vem. - Mexia as mãos enquanto falava, mandão. Assim que os dois homens saíram, voltei a sentar-me na confortável cadeira em frente ao espelho.

Dez minutos depois estávamos vestidos e prontos. A vista da varanda do meu quarto de hotel era magnífica e foi esse o lugar por onde começamos.

- Zayn, Gigi, aconselho-vos a ambientarem-se. Uma capa é algo muito importante, estamos na Primavera e as vossas roupas são descontraídas. Comportem-se como tal, adultos descontraídos. - Patrick tirou-me um pequeno peso de cima quando murmurara tais palavras. Eu devia estar relaxada. Afinal, eu já tinha feito tantas outras sessões como esta.

Seguindo as instruções do fotógrafo, Zayn pousou as suas mãos na minha cintura, aproximando o seu corpo do meu. Demasiado contacto, demasiado perto. Inspirei profundamente, afastando a dificuldade que estava a sentir em suportar tamanhas ondas de energia que me percorriam o corpo. Ele era tão atraente e estava tão perto de mim. A conversa entre nós acabou por fluir naturalmente enquanto o fotógrafo mudava as lentes ou quando fazíamos uma pausa para mudar de roupa.

- Então... trabalhas nesta indústria há muito tempo?

- Há alguns anos. E tu?

- Fui convidado, é a minha terceira ou quarta sessão apenas. A minha indústria é a música.

Música. Oh, claro que é. A voz dele envia-me arrepios sempre que diz algo, tão atraente e rouco. É claro que é músico. Fiquei alguns segundos em silêncio, a pensar bem no que dizer.
Patrick atrapalhou os meus pensamentos, trazendo-nos para uma caminhada pelas bonitas ruas de Itália. Zayn agarrou a minha mão, sorrindo docemente para a câmara.
O bastardo era sedutor sem esforço, a pele da sua mão macia na minha, um balanço dos nossos braços ligeiro.

Começou a escurecer, aproveitámos para tirar algumas fotos ao pôr do sol e finalmente o trabalho acabou, por hoje. Zayn estava sentado no sofá do meu grande quarto, onde tínhamos todas as roupas e acessórios necessários. Distraído com o telemóvel nas mãos, vi-me mais uma vez perdida na sua beleza inigualável. Esta manhã não havia ficado satisfeita ao saber que teria que partilhar a sessão com alguém mas conhecê-lo foi um desafio que aceitei logo. É divertido, um homem de poucas palavras, porém, quando abre a boca sabe exatamente o que dizer. Dons tem ele muitos e um deles é o dom de sedução. O poder de sedução. Namoriscámos um pouco, confesso. Mas não penso que ele seja diferente com outras mulheres.

- Bem, eu acho que vou preparar-me para depois ir jantar.

- Até amanhã, Zayn. - Falei, de costas para ele, pois estava ocupada a arrumar as minhas roupas na grande mala que trouxera comigo.

- Queres vir jantar comigo?

As suas palavras atingiram-me de rompante. Primeiro, fiquei levemente em estado de choque. Não pensaria sequer que ele me convidaria para algo, muito menos para jantar. A nossa relação devia e tinha que ser estritamente profissional, e ele era perigoso. Seduzia sem tentar, espalhava charme naturalmente e isso era uma armadilha para qualquer mulher. Cairia eu nela?

Olá! Bem, espero que tenham gostado deste primeiro capítulo. Estou agora a começar por isso é natural que não fique muito bem escrito, mas espero que vos dê vontade de continuarem a ler. Deixem os vossos comentários!
Até ao próximo 💛

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⏰ Última atualização: Aug 21, 2017 ⏰

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