Capítulo 1

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A passos lentos ele caminhava, o sem face, com a lâmina ensanguentada em sua mão, sangue de drains, aquele sangue verde e gosmento.
A cada passo, Bruna se apavora mais, seu coração batia depressa, suas finas escamas de víbora, se tornava azulada. Mas Trice, sua pequena serpente de estimação o reconheceu. Rastejou mais próxima ao sem face, recebendo um sinal de reprovação do mesmo, se contendo sua felicidade em si.

Um flecha de marfim atirada por uma hunter, atingiu de raspão a máscara de porcelana sem expressão facial, apenas os olhos.
- Olá, sem face! - disse ela com tom de superior - te procurei por muito tempo, é sua hora de morrer.

A mulher cheia de cicatrizes de cabelos ruivos, contava vantagem antes da hora. Perante aquela criatura que parecia não respirar. Pronta para disparar a flecha de sua besta de caça.
- Será que você tem um rosto, demônio? Vamos descobrir - continuava com um ar de superior, soltou a flecha deixando seguir sua sina ao sem face.

Poucos milésimos antes de penetrar na carne do mascarado. A flecha parou no ar.
- Menina tola, achou mesmo que poderia me matar - sua risada era demoníaca  a flecha se virou para a caçadora 
A flecha voltou contra a caçadora, penetrando seu peito e prendendo-a em uma árvore.
- Não é o que os humano dizem, um dia da caça outro do caçador.

Ele se virou para Bruna ao chão toda machucada,sem forças, mal podia se mexer.
- Agora você, menina desobediente - o desespero tomou conta da morena - Nos temos muita coisa para conversar.

17, de Setembro de 2009

O silêncio era absoluto, não para ele obviamente. Ele ouvia tudo e não sabia o que eram.
Por favor, eu não aguento mais, ficam em silêncio por favor!

Ele implorava para que aquilo acabasse, os gritos e as vozes eram insuportáveis. Sozinho, sem amigos, sem ninguém.
O som aumentou, os gritos agonizantes em sua cabeça era desesperador. Sozinho naquele galpão abandonado pelo fazendeiro.
Ele sentia a dor de tudo, as pessoas morrendo, a lâmina cortando sua pele mas nada daquilo era real. Mas a dor era, a sensação.
Ele se levantou, tentando obter forças. Para pedir ajuda, mas o som aumentou. Ele não conseguia mais suportar então gritou... Seu grito, agonizante... Era como uma onda sonora, vibração a qual fez quebrar todos os vidros do velho galpão. Ele caiu no chão, inconsistente.

2015

- chegou? - perguntou melissa pela décima vez.
- Não - disse Hope irritado - cinco horas de viagens lembra, e com a lesma do papai arruma o dobro.
- Devagar sempre chega - repetiu Robert mais uma vez enquanto seu filho fazia careta no banco de trás - Eu vi isso Hope!

O rapaz encarava a janela. O sol quente lá fora queimava tudo. A poeira era alta, sua renite alérgica estava querendo mostrar os sintomas.
- Alto dos céus, por favor! Traga a chuva pra mim - enquanto pronunciava as palavras imaginava a chuva caindo. Quando seus olhos abriram estavam violetas brilhantes e pequenos pingos de chuva começava a cair, e a cada instante mais forte - obrigado, espíritos das chuvas!
Melissa observava o irmão pronunciar o feitiço com grandes olhos curiosos.

Quando chegaram a pequena cidade, onde passariam a noite.
- Vamos ficar num motel - disse Melissa toda animada. Os pais e o irmão olharam para a garotinha.
- Hotel, você tem 6 anos para ir para um motel - encarou a garotinha - a cama de casal é minha.

O apartamento onde Hope e Melissa se hospedaram ficava no quinto andar. Era quase meia noite quando Hope sentou no vão da janela. Admirando a paisagem da majestosa lua cheia.
- Não seja idiota, você pode cair! - reclamou pela quinta vez, para o mais velho, que fingi não ouvir.

Hope apenas se atirou da janela deixando seu corpo pálido cair no breu da noite. Melissa gritou.

Com a boca ensanguentada, segurando um mão humana na boca, a besta demoníaca seguia em direção da mulher ruiva, armada com pistolas antigas, as quais tinha sido enfeitiçada pela bruxa da neve negra. Meia apavorada pela situação em que via corpo retalhados de seus amigos caçadores pelo chão daquela mata, sangue pelas folhas.
Lorena Halt olhava atentamente para os olhos de fogo daquela criatura vil. Seu dedo estava no gatilho, seus olhos olhavam toda a extensão do corpo deformado do Impuro Loup. Então ela deixou a bala penetrar a pele dura, peluda negra da criatura.

Na sala de jantar, Jack estava falando pela decima vez sobre o campeonato de futebol escolar, e seu incrível gol que levou o time a vitória. O que não era nada incrível na visão de Bruna sua irmã do meio.
A garota de cabelos castanhos escuros encaracolados queria falar alguma coisa. Mas preferiu manter em silêncio. Pensando no que poderia estar acontecendo de Yuri, o novo integrante de seu grupo de amigos. Seu avô perceberá a inquietação de seus pensamentos, implorando mentalmente que ela viesse procura-lo onde pudesse finalmente revelar o grande segredo.

Helen relia seus livros de bruxaria pela segunda vez cada um deles em busca de clareza de seus pensamentos obscuros. A mulher exausta cai sobre os grimórios, onde seu corpo espiritual é levado mais uma vez em um campo de batalha medieval. As velas continuavam a queima a sinfonia de uma música xamânica.

Lorena continuava a verificar mais uma vez pra ter certeza que a criatura estava mesmo morta. Bill recolhia os restos mortais de seus amigos pelo chão. Antes de queima-los, proferia algumas palavras em uma língua quase inteligível.

Hope caiu no chão em pé, em perfeita graça e leveza. Olhava atentamente se alguém havia notado sua sagaz presença... Após alguns segundos ele correu pela noite.

Presente

A serpente humanóide, não reconhecia o sem face. Mas algo nele era muito familiar.
Ele estendeu sua mão pálida sem estar coberta pela capa negra. Ela pode ver escamas, escamas de dragão.
Aos poucos ele ia retirando sua máscara branca, e um rosto branco de marfim tomou seu lugar, os negros como o breu da noite, e seus olhos brilhavam, transpirava vida.

- V-você - tremia a garota. Enquando Trice se enrolava em seu braço.

Eu Sou DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora