Capítulo 13

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– Por favor, que eu esteja sonhando – Ana murmurava para si mesma. – Que seja só um pesadelo. Vou acordar agora e estarei na minha cama...

– ANAAAA, você tá bem? Acorda! – disse Guilherme, enquanto tentava reanimar o Ana de seu falso desmaio – Ai meu Deus mãe, acho que ela bateu com a cabeça e tá desacordada.

Luisa se aproximou, meio sem jeito por causa das muletas: – Não é possível que mais alguém vai se machucar nessa família... Ana, Ana, responde!

– Será que se eu ficar aqui de olhos fechados por mais alguns minutos a dona Sônia vai ter piedade de mim? – cogitou Ana.

– Querida, você tá machucada? – disse Sônia mansamente enquanto verificava sua respiração. – George, pega um pano molhado pra gente colocar na testa dela.

– É pra já!

– É, acho que ela não tá brava comigo, posso abrir os olhos agora. Devagar pra não dar pinta. – refletiu Ana enquanto despertava lentamente.

– Viu filho! Ela tá acordando! Ana, querida, que susto você deu na gente. – disse Sônia.

– Ai meu Deus, eu realmente deixei sua travessa cair no chão, né? Que vergonha. Eu não sou tão desastrada assim, eu juro. Vou te dar outra e...

– Calma Ana! – disse Guilherme – Você é tão sortuda que a travessa nem quebrou! Olha ali! – e apontou para o lado.

Milagrosamente a travessa caiu em cima do tapete, que de tão fofo, amorteceu o impacto. Ana preferia acreditar que era Deus intercedendo a seu favor, evitando assim que ela queimasse o filme com a sogra.

– Inacreditável, não é? – disse Sônia – E mesmo se tivesse quebrado, essas coisas acontecem, já tô acostumada a perder minhas louças aqui em casa por causa desses dois. – disse apontando para Gui e George.

– Opa, me deixa fora disso! – Intercedeu George – Quebrar um copinho vez e outra é perfeitamente normal!

– Vez e outra sim tio, mas não todo mês. – disse Luísa, rindo.

– Até você Lulu? Que decepção...

– Ah tio, é verdade!

– Sim, mas a Ana não precisava saber disso, né? – falou, piscando pra Ana.

– Acho que já posso me levantar – Ana falou, cautelosamente, na expectativa de que saíssem de cima dela.

– Meu Deus, nós somos todos sem noção. Andem, abram espaço! – Sônia riu. – Senta aqui meu bem, vou pegar uma água pra você. Tá se sentindo melhor? Alguma tontura?

– Tô bem sim, a cabeça que tá girando um pouco – deve ser a vergonha, ela avaliou – mas vou ficar bem. Novamente, peço desculpas pelo transtorno.

– Não tem do que se desculpar, imagina! É só uma travessa, menina! E ela nem quebrou!

– Acho que tá tudo certo, né? Vamos todos comer? Tô numa fome...

– Bem lembrado, Gui! A massa vai acabar esfriando desse jeito – completou Luísa.

– Vamos lá, esfomeados! Vão se sentando que já levo a comida pra mesa. Ana, você também, não precisa ajudar. – Sônia deu uma piscadela.

– Eu não teria a audácia de me oferecer dessa vez. – Ana riu.

Toda a espera valeu muito a pena. O ravióli estava delicioso! Ana nunca tinha comido o de massa fresca. Só aqueles de pacotinho, vendidos no mercado. E a diferença era absurda.

As dores e as delícias do primeiro encontroOnde histórias criam vida. Descubra agora