Capítulo 10 - Parte II

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   Quando falei que meu pai estava bem, era verdade. O velho pareceu renascer das cinzas como uma fênix. Ou era isso, ou sabia fingir como ninguém. Sarah estava agarrada em mim com desespero quando ele mandou um de seus capangas levá-la até a mãe. Agora estamos sozinhos frente à frente.

    — Deve ter sido o Gustavo Vitrel.  — Olho-o interrogativo e quando ia perguntar como ele sabia, conclui:  — Seu irmão me relatou os fatos há pouco tempo. Você o desafiou e nem um homem da máfia é desafiado sem dar o troco, mesmo que isso o leve à morte. — fala me olhando com aqueles olhos de rapina que tanto odeio.  — Te conheço melhor que ninguém. Eu te ajudei a mascarar seus sentimentos e emoções. Percebo que a garota é importante para você pela forma que a olhou em meu quarto quando estiveram lá. Vou ajudá-lo a encontrá-la, ainda hoje. — afirma com uma certeza fora do comum.

   Penso em tudo que ele me fez passar, das coisas que me disse, de como me tratava e trata.

    — Nunca precisei da sua ajuda e não vai ser agora que vou precisar.  — rosno entredentes.

   A única ação no semblante dele que muda é a sobrancelha erguida.

   — Ora, Masalom, não seja orgulhoso. Eu sou seu pai e quando digo que vou ajudar, você deve me agradecer. — responde frívolo sem nenhum músculo fora do lugar, nada de expressão ou falha na voz. —  Ligue para seu amigo Davi e peça apoio.

   Os olhos sérios dele faria qualquer um pular da ponte se ele assim mandasse, mas eu, eu já estava acostumado a retrucar suas ordens quando estas não tinham cabimento.

    — O que Davi pode fazer? Nada. — falo e ele sorri sombrio, mas logo fecha a boca em uma linha fina.

    — Nunca me questione, meu filho. — me fita duramente. — Digo isso porque seu amigo será o mais novo chefão da Bravta, a poderosa máfia Russa da qual, este fedelho que raptou sua noiva, faz parte. —  É minha vez de rir sem humor algum.

    — Davi? Assumir a Bravta?  — abro os braços e desdenho fazendo pouco.

   Ele bufa impaciente como se falar fosse cansativo e desnecessário.

   — Ele mesmo. Seu pai, o Bartolomeu Petcovit, estava deixando o posto nas mãos de seu filho mais velho, Drigoris Petcovit.

   Nego com a cabeça.

    — Eu conheço a família de Davi. Passei as férias com eles uma vez e o pai dele é um homem bom e íntegro.

   Ele põe as mãos unidas por trás das costas e caminha.

    — A máfia Russa presa o anonimato já te disse isso. Eles fingem serem pessoas normais, de boa família. Talvez nem mesmo Davi saiba dessa parte da vida do pai e do irmão. Eles também não saem dizendo, Masalom, pois não querem pôr a família em perigo.  — Ele para de andar um instante.

    — Então como sabe disso?  — pergunto.

   Ele me olha rapidamente e volta a andar.

   — Nós, os homens a frente dos negócios, prestamos favores quando este beneficia as duas partes, é claro. Também já te disse isso, te expliquei que ter máfias como aliadas é melhor que como inimigas e eu e o Bartolomeu somos amigos. — revela.

   Penso um pouco, e, mesmo que Davi fosse ser treinado para assumir a Bravta, isso demoraria.

    — Ainda não entendo em que Davi pode ajudar a encontrar a Savanah. —  ponho meus pensamentos em palavras.

    — Deixe-me explicar, então. Drigoris não aguentou a pressão e surtou. Bartolomeu queria deixar o cargo nas mãos dele por ser seu filho de sangue. Bom sabemos que Davi foi adotado graças à bondade da senhora Petcovit, entretanto, agora Bartolomeu não tem mais a opção de escolha, pois não é louco de pôr um surtado no comando. Segundo ele, o próprio vai treinar Davi e este assumirá a máfia. — meu pai para de falar uns intantes. — Davi não vai te negar a cabeça de Gustavo Vitrel.

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