*O EPÍLOGO FICARÁ POSTADO POR UMA SEMANA, SENDO RETIRADO E FICANDO A HISTÓRIA NA ÍNTEGRA ATÉ A VENDA DO LIVRO, DA MESMA. ENTÃO, APROVEITEM!*
*O primeiro livro da série segue sendo vendido na Amazon e pode ser adquirido gratuitamente no plano unlimited*
*Se deliciam e votem!
Por Mariana
Thomaz estava em choque, me olhava como se eu tivesse dito que havia matado alguém e precisava de ajuda para esconder o corpo. E se acontecesse isso, ele teria que me ajudar sem fazer perguntas. Amigos são amigos em todas as horas, afinal. Afastei suas mãos para os lados e sentei no seu colo. Queria estar perto porque passei muitos dias longes. Um braço me enlaçou pela cintura e a outra mão descansou no meu quadril por cima das pernas. Envolvi seus ombros num abraço meio torto e dei um beijo na sua testa, descansando a boca ali por um tempo.
Tantas coisas aconteceram nos últimos dias. Coisas que fizeram com que eu me contestasse em relação como eu me via e como os outros me viam. Parto do pressuposto que se você é fiel e ama, as pessoas também vão ser fiéis e te amar. Porém, eu só conseguia me sentir traída e desprezada. Enganada por quem eu mais confiava e tinha dado meu coração. Minha mágoa com Valentina não era por ela ter se apaixonado por Gustavo. Analisando seu jeito de uns tempos para cá, seu desassossego, o nítido sofrimento e angústia me faz crer que, sim, ela se apaixonou. Eu nunca tiraria isso dela. Mas por que não me contar? Por que esconder isso de mim? Ela pensa que eu sou tão mesquinha a ponto de me ressentir com a sua felicidade?
Além de me sentir traída e desprezada, o sentimento de humilhação me esmagava. Só eu não sabia. Até Thomaz sabia. Só me perguntava se me viam como boba? Como ingênua? Será que deveria mudar? Eu não quero mudar. Eu sou o que sou. Mas será que ser do jeito que sou me condenaria a uma vida cheia de mentiras e omissões?
Não. Definitivamente eu não vou mudar. O problema não sou eu.
Isso ficou claro no dia anterior quando eu estava saindo de casa e vi Gustavo me esperando na calçada. Parei sem saber como continuar andando. Até que lembrei em colocar um pé após o outro. Ele também andou e nos encontramos no meio do caminho. Estava com a aparência cansada, a barba por fazer e os cabelos bagunçados por dedos nervosos. Mas ainda assim era muito bonito. A camisa branca estava um pouco amarrotada por dentro da calça cinza, a manga dobrada até os cotovelos e o colarinho aberto, daquele jeito displicente de moleque no corpo de homem.
Ficamos em silêncio nos encarando. O que podia ser dito depois de tanto tempo?
_ Desculpa. _ foi ele que arriscou quase sem voz, tão baixo que eu poderia achar que tinha pensado e não falado. Não sabia o que lhe dizer. Eu tinha esperado essas palavras por tanto tempo que quase esqueci o real significado do seu ato.
_ O que você veio fazer aqui? _ consegui espremer para fora de mim.
_ Falar com você. Eu devia ter feito isso há muito tempo.
_ Não vamos fazer isso aqui. _ estávamos parados no meio da calçada, quase sendo esbarrados pelos transeuntes. Atravessei a rua e ele me seguiu, entramos numa cafeteria na esquina seguinte e sentei numa das poltronas perto da janela. Gustavo sentou de frente para mim e uma garçonete veio nos atender. Pedi um café preto e ele o mesmo. Ninguém queria perder tempo com pedidos, nada passaria pela nossa goela. O lugar não estava muito cheio, acenei para alguns vizinhos do bairro que estavam por ali e me recostei na poltrona respirando fundo, carregando para dentro de mim o aroma de café torrado e pão assado. _ Não sei o que te dizer.
_ Porque não é você quem tem que dizer. _ olhou para mim e pude ver sinceridade nos olhos vermelhos abrigados por olheiras profundas. Seus ombros estavam curvados para baixo, parecia mais magro e diminuído. Talvez fosse a postura. _ Eu errei. Fui covarde. Não agi como um homem e tenho vergonha do que eu fiz. E a vergonha me paralisou e não justifica o jeito que te tratei e nem o que fiz você passar. Você era virgem e se apaixonou por mim. Você me deu um presente que... Eu também me apaixonei por você. Não tem como não se apaixonar por você, mas antes que eu pudesse me deixar levar... antes que eu pudesse deixar você entrar, eu fechei a porta pra acabar com qualquer tipo de possibilidade de você se aproximar mais de mim. Eu fugi quando as coisas ficaram profundas. Eu ainda fujo. Eu fiz muito besteira. Mas a pior foi com você. Não só porque você me entregou seu corpo. Eu não cuidei de você, Mariana. Isso tira meu o sono todos os dias. Eu vou entender se você não me perdoar porque nem eu me perdoo pelo que aconteceu. _ nos encarávamos, ele suspenso esperando que eu respondesse. Eu, muda, sem saber o que responder. Foi tão fácil pintá-lo como um canalha, falar para mim mesma todos os dias que eu ele me enganou e eu me iludi, que me deixei levar pelo seu mau caratismo, que ele tinha dado sinais e eu que ignorei. Mas a verdade é que eu estava certa, antes. Estávamos apaixonados um pelo outro. Eu abri minhas pernas e coração porque eu vi os olhos de Gustavo refletirem o que havia nos meus. Mas agora... Agora nada mais tinha importância.
![](https://img.wattpad.com/cover/66584120-288-k568415.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Doce Surpresa, livro 02
RomanceDEGUSTAÇÃO DO LIVRO. DISPONÍVEL PARA COMPRA NO LINK: https://www.amazon.com.br/dp/B0BXMN9M28?ref_=cm_sw_r_mwn_dp_64F8C5D3S733P22TCK6J Ele era egoísta. Ela era generosa. Ele queria tudo para si. Ela dava tudo de si. Mas ela queria gozar. Ele queria...